quinta-feira, 25 de julho de 2013

PENSAR, PENSAR, E PENSAR.


Pessoas que sabem onde tem o nariz sempre afirmaram ser a ignorância a única causa de todos os nossos males. Estão com razão porque pessoas inteligentes e estudadas, comprovadamente bem preparadas profissionalmente, não obstante, demonstram total ignorância no que diz respeito à compreensão da vida, além de serem de baixíssima sensibilidade espiritual, o que denota inaptidão para vida em sociedade por absoluta falta de sociabilidade. Desconhecem inteiramente os requisitos indispensáveis para a existência de uma sociedade sadia e se deixam levar pela mesma inocência que leva o brutamontes a correr atrás de dinheiro porquanto a cultura do TER é incompatível com civilização. Um médico de Salvador me diagnosticou cirurgia do coração apenas pelo dinheiro que ia ganhar. Um dentista colocou aparelho corretivo dos dentes em duas filhas minhas quando crianças apenas para ganhar o dinheiro porque naquela idade não podia ser feito, como realmente, tive de pagar novo tratamento. Um advogado já agiu canhestramente comigo, me causando prejuízo. Entretanto, esta ignorância de sociabilidade não decorre de desinteligência. Toda a inocência sobre a vida e à sociabilidade que assola a humanidade decorre unicamente do não uso da capacidade de pensar. Acredita-se ser uma perda de tempo e, principalmente, dinheiro. O potencial de inteligência das pessoas está totalmente direcionado para o lado material da existência e por isso não há disposição para observar a vida, porque isso faz pensar. Ao concentrar toda a atenção disponível na luta pela sobrevivência, ou para ficar rico, ou para ficar mais rico, nada sobra para a elevação espiritual através do exercício do pensamento, evolução espiritual alcançada apenas por meio da leitura de bons livros. Pessoas ainda que nascidas inteligentes, mas que se veem num ambiente tão desinteligente que iletrado jogador de futebola é homenageado na Academia Brasileira de Letras e multidões acorrem para um terreiro onde passam numa velocidade espantosa carros cujo preço daria para alimentar milhares de famintos por um mês inteiro, espatifando-se alguns deles. Fica desinteligente quem vive em meio a quem acorre para um terreiro onde aviões passam zunindo prá lá e prá cá sobre suas cabeças a soltar fumaça colorida no ar. Tem de ficar desinteligente quem acorre para um terreiro a festejar a chegada de um homem como qualquer um de nós, com as mesmas necessidades e vulnerabilidade, mas um santo para os pobres de espírito incapazes de perceber que tudo isso não passa de atividade comercial, haja vista a manchete no jornal O PAPA VENDE sobre a venda de porcarias como santinhos, bíblias, imagens, e bugigangas incapazes de proteger contra o único mal da humanidade: A BURRICE. Acreditar num santo que toma tiro de revolver e procura proteção no hospital, come feijão, bebe vinho e santa na privada é absoluta prova da burrice humana.

O comportamento humano é adverso à inteligência e bom senso. Qual a inteligência demonstrada por quem bate com uma barra de ferro na cabeça de quem também não pensa até matá-lo por causa de uma brincadeira de futebola? Brincadeira que consiste em vinte três homens no meio de um descampado. Dez deles tentam levar uma bola até uma das extremidades do descampado e botar a bola dentro de uma casinha em cuja porta fica outro homem para impedir que a bola entre na casinha. Outros dez homens tentam fazer o mesmo na direção oposta ao outro grupo, tentando colocar a bola dentro de outra casinha no lado oposto do descampado, onde também alguém procura evitar a entrada da bola. O vigésimo terceiro homem corre prá lá e prá cá vigiando se algum dos vinte e dois homens que lutam desesperadamente para colocar a bola dentro da casinha comete alguma irregularidade nas regras estabelecidas para a brincadeira. Como se vê, coisa para criança. Apesar disso, chega-se a matar e morrer pelo resultado da palhaçada. Além disso, estes homens recebem pela brincadeira salários infinitamente superiores a um professor e são gastas fortunas imensas na construção desses descampados, resultando num gasto fabuloso de dinheiro cuja falta faz os choros no corredor do hospital. E cadê inteligência em quem vai na onda da imprensa idiotizadora e se liga no nascimento de um bebê real, se a realeza foi escorraçada pela Revolução Francesa? Há na internete dezenove milhões de referências à pobre criança rica destinada a ser mais um imbecil em função da criação que vai ter. Os bonecos programados da mídia esboçam ar de felicidade para falar do bebê real. Ninguém com noção de sociabilidade contestaria ser verdade que vivemos monumental burrice e falsidade provenientes da falta do hábito de meditar sobre o que se ouve e vê. Esse engessamento da capacidade de pensar é adredemente mantida pelo sistema educacional montado pela politicagem com a finalidade de fazer crer não haver necessidade de se pensar sobre a vida e os fatos com os quais nos relacionamos no dia a dia. Isso mantém as pessoas afastadas da possibilidade de descobrir que na vida não há motivo para tanto festejamento porque está a caminho uma velhice que se faz acompanhar de doenças que levam ao choro no corredor do hospital. O destino de quem não faz parte do time das autoridades ou dos ricos é inevitavelmente o corredor do choro e da morte para os que não são nem ricos nem autoridades, embora sejam exatamente estes que trabalham para que exista o hospital. Sabendo-se disso, a inteligência, se houvesse, orientaria o futuro chorão a procurar evitar tal desfecho. Em vez disso, a desinteligência leva os desinteligentes a preferir as festas até não aguentar mais os requebros, quando então começa o martírio das dores, das filas, das salas abafadas e entupidas de doentes a respirar o ar já respirado pelos demais.

Pode-se constatar na prática a afirmação de ser a ignorância a causa de todos os males. O comportamento humano demonstra total indiferença à realidade das coisas. Não pensar sobre o que se houve é próprio de deficientes mentais que não podem pensar direito. Tomemos alguns fatos demonstrativos da indiferença de se fazer uma análise sobre a vida: Um grande jornalista chamado Mauro Santayana escreve artigos excelentes que denunciam práticas prejudiciais à sociedade, demonstrando real interesse em proteger as futuras gerações como fazem os estadistas. Denunciou que bancos compram estoques imensos de alimento para esconder e ganhar dinheiro com a venda na alta produzida pela escassez causada pela ação criminosa do colarinho branco. É uma grande defesa da sociedade porque esta monstruosidade de provocar fome gera violência apenas para ganhar mais dinheiro do que já tem é um caminho para a guilhotina, como disse o governador de São. Ao avisar a sociedade de tal aberração, o grande jornalista presta inestimável serviço às futuras gerações caso os jovens estivessem mais interessados nas coisas das quais depende o bem-estar dos seus filhos em vez de estar a lamber o saco do papa. É a conclusão a que se chega ao refletir sobre o fato absurdo e inaceitável de se especular criminosamente com alimentos.

Entretanto, esse mesmo jornalista, em outro trabalho, demonstra total falta de sensibilidade social ao condenar os médicos por estarem na rua em busca de melhores condições de vida e de trabalho. Complementa esta declaração citando como exemplo de ética médica um socialmente inocente médico caridoso em cujo consultório havia um aviso de que pobre não pagava consulta. Esta é uma recomendação contrária à pratica que leva a uma sociedade pacífica e saudável porque a caridade é um mal em vez de um bem, por mais estranho que possa parecer aos inocentes. As pessoas que não pensam não sabem o que está realmente por trás da caridade. Como solução para o problema social da pobreza ela é inócua haja vista que existe desde o tempo em que se escrevia a bíblia e até hoje há mãos estendidas. Na própria matéria jornalística do grande jornalista está a prova da perniciosidade resultante do comportamento caridoso do médico aludido. Para não passar fome, teve sua velhice custeada pelo mesmo povo que recebia sua caridade porque a Câmara Municipal do lugar precisou conceder uma pensão vitalícia face sua pobreza. As consequências de trabalho mal remunerado pode ser percebido no resultado dos baixos salários dos professores que se faz acompanhar de uma educação que forma seres humanos socialmente deseducados. A caridade é um mal em vez de um bem, por mais estranho que possa parecer aos inocentes.

As evidências de decorrerem os sofrimentos da falta de capacidade de raciocinar para escolher o melhor caminho por onde caminhar estão por toda parte. Neste exato momento, além da festa de futebola e do corredor do hospital abarrotado de chorões, temos várias outras demonstrações da falta de tudo que não seja bestagem. Além do pobre bebê real, temos a repetição incessante dos beócios da imprensa da bobagem que disse o papa de não haver vantagem em descriminalizar a compra de drogas porque isso não diminuiria os consumidores. Tal orientação é oposta à dos cientistas, mas estes tem maior credibilidade porque a ciência tem ajudado a diminuir sofrimentos, enquanto a bíblia e a religião gostam dele. Deus matou mais do que as guerras modernas e o papa mata milhões de inocentes africanos ao lhes proibir usar a camisinha e mata mulheres proibindo o aborto. As Cruzadas sob o comando do papa Urbano II matou milhares. Para quem é contra ceifar a vida de tantos jovens pobres que para comer são obrigados a se envolver com drogas e prostituição, impedindo-os de um futuro, a opinião da ciência deve prevalecer. Quem não pensa não é gente. É bicho. Inté.

 

 

 

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