quinta-feira, 27 de agosto de 2015

ARENGA 152

As aparências dão foros de verdade ao dito de que o Brasil não tem mais jeito. Mas, se assim fosse, estaríamos condenados a duas únicas opções: ser canalha ou nos submetermos às canalhices, ambas inaceitáveis para quem superou a fase de povo e aprendeu a pensar. Submeter-se às canalhices não se justifica nem mesmo debaixo de chibata. Não lutar contra elas é incorrer na sentença do Grande Mestre do Saber Leonardo da Vinci quando afirmou que submetem-se a elas apenas aqueles que passam pela vida sem nada aprender, razão pela qual não vão além de condutores de comida que deixam latrinas cheias como única marca de sua passagem pelo mundo. A desarrumação social que produz as aflições individuais decorre do desinteresse coletivo pelo destino de sua sociedade. Engodos nos são apresentados até por pessoas de quem só se espera sinceridade. O partido dos trabalhadores foi o maior exemplo dessa realidade, na pessoa do Lula que prometia terminar com a corrupção e virou parceiro de Maluf. Outra grande decepção foi o professor Cristóvão Buarque elogiando o banqueiro Olavo Setúbal. O que pode merecer elogio num banqueiro, se de sua atividade resulta uma antissociabilidade tão brutal que chegou ao ponto de um por cento da humanidade possuir noventa e nove por cento da riqueza do mundo? É o mesmo que contar com boas ações praticadas por Belzebu, como mostra o fabuloso jornalista Mauro Santayana, fonte de ensinamentos, em reportagem intitulada COMO OS BANCOS LUCRAM COM A FOME DO MUNDO. Lá, encontramos coisas assim: “Os bancos continuam acumulando de forma criminosa dinheiro e poder como nunca”; “... da especulação dos bancos, resulta que os alimentos aumentam espantosamente os preços, sem que os produtores se beneficiem”; “... as pessoas morrem de fome, enquanto os bancos enriquecem de repente, especulando com os alimentos”. “... o Fundo Armajaro, da Grã-Bretanha, comprou 240 mil toneladas de cacau (7% da produção mundial) e as reteve até obter o maior preço da mercadoria nos últimos 33 anos”.
Embora a humanidade esteja submissa a tais desmandos, ela não é obrigada a continuar assim. Embora seja falácia todo o bolodório em torno de liberdade, não tem de ser sempre assim. Embora as pessoas apenas acreditam serem livres, elas podem ser realmente livres. Para tanto, faz-se necessário apenas desamarrar as peias que inutilizam sua capacidade de pensar. Inté.

 
 

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