terça-feira, 19 de julho de 2016

ARENGA 289


A humanidade talvez não tenha tempo para mudar o atual comportamento baseado em hábitos fossilizados que há muito já deveriam estar fazendo parte dos estudos pertinentes à arqueologia. Absolutamente todas, sem possibilidade de ser encontrada exceção alguma, todas as ações humanas são dedicadas exclusivamente à materialidade da aquisição de coisas. Até mesmo aquilo que os humanos consideram o mais elevado dos seus sentimentos, a espiritualidade, também não ultrapassa os limites da materialidade porquanto envolve templos, ouro, riqueza, empregados, política (bancada evangélica), e até banco, a maior de todas as maldições que a desumanidade da humanidade poderia conceber. A espiritualidade é apanágio de foro íntimo. É inerente à individualidade, razão pela qual não se presta às mentiras e falsidades porquanto não se pode mentir nem falsear a si próprio. Aquilo que os seres humanos têm como espiritualidade, a religião, não passa de enganação. Isto fica evidente ante a necessidade que tem a religiosidade de subterfúgios onde se esconder. A religião não admite que seus adeptos tomem conhecimento da anti-religiosidade pelo motivo óbvio de ficarem desacreditadas suas afirmações se submetidas a argumentações fundamentadas na lógica de um ponto de vista isento do fanatismo que leva analfabetos ao ceticismo em relação às afirmações científicas. Por todos os lados podem ser encontradas provas da ojeriza dos religiosos às ponderações e argumentos dos não religiosos. Um exemplo: O amigão Google dá notícia de um livro chamado EM DEFESA DE DEUS, escrito por uma escritora religiosa inglesa chamada Karen Amstrong, que já foi freira.  Como a apresentação do citado livro pedia opinião dos leitores, fiz a seguinte observação que foi prontamente recusada pela aversão religiosa a tudo que não diga amém a seus argumentos capciosos. Esta foi minha opinião sobre o livro Em Defesa de Deus: “A leitura da bíblia me levou ao ateísmo em função de inconsequências desse tipo. Como pode Deus precisar de proteção se Ele é o protetor?”. Bastou clicar no “enviar” para a mensagem desaparecer. A função dos representantes de Deus é fazer com que seus seguidores se apeguem aos textos bíblicos por eles apresentados e interpretados sem necessidade de especulação a respeito. As mentes ainda não acorrentadas pelos grilhões que transformam seres humanos em servos de Deus refugam as coisas da bíblia. O escritor espanhol José Luiz Olaizola demonstra esta realidade nas páginas 48 e 49 do livro Pequenas Histórias da Bíblia. Ali, ao tomar conhecimento de que Abraão expulsara para o deserto seu próprio filho Ismael, criança ainda de colo, juntamente com a mãe dele, Agar, o que se fez por exigência da mulher legítima de Abraão, Sara, a menina Ana que escutava a história disse não gostar de Sara e, com os olhos marejados, disse também que Abraão não passava de um molenga. Adultos passam por cima de aberrações desse tipo sem nada estranhar. Foram proibidos pelo medo de Deus ao salutar exercício mental que desenvolve e aprimora a inteligência. Foram convencidos de haver mais nobreza em ter o comportamento dos carneiros aos quais gostam de ser comparados. Em Gênesis 15:9-10-11 está uma cena macabra digna dos pobres analfabetos e seus despachos de galinha preta degolada ao lado de garrafa de marafo. Embora impossível haver explicação para a nojeira ali descrita, os religiosos nada veem de esquisito naquela monstruosidade.

A origem da infelicidade humana está na incapacidade de se auto conduzirem os seres humanos, ficando na dependência de uma condução feita por líderes. Como são raríssimos os espécimes da espécie humana dotados da capacidade de liderar para o bem dos liderados, estas abnegadas criaturas são simplesmente escorraçadas pelos muitos falsos líderes, razão pela qual os seres humanos estarão eternamente condenados à servidão de produzir imensas riquezas para proporcionar vida regalada e mordomias infindáveis em luxuosos palácios e mansões monumentais onde a vida imita as fantasias dos contos de fada. Basta subir num murundu e observar em volta para ver quanta estupidez rodeia o observador. Inté.

 

 

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