O Jornal do
Brasil de 25/07/2016, no caderno País-Opinião, publica interessante matéria
intitulada O MUNDO ESTÁ À VENDA. Começa dizendo que as crises vividas pelo
mundo não são causadas pela religião como afirmam aqueles que creditam as
coisas ruins ao Estado Islâmico. Tal afirmação, se analisada, mostra que não é
bem assim. Verdade que o mundo está mais infeliz a cada dia, sendo o fanatismo
perigoso e crescente do Estado Islâmico uma destas muitas infelicidades que
infelicitam o mundo. Acontece que tal fanatismo não surgiu do nada. Ele é
consequência da forma desumana de administração pública mundial que relega
noventa e nove por cento da população a condições subumanas, condições estas
determinadas pela política, fazendo crer que a religião fica de fora de tudo
isso. A tal conclusão chegarão aqueles que ainda nada aprenderam com os Grandes
Mestres do Saber, mas não é bem assim porque a administração pública é feita a
quatro mãos pela religião e a política. As guerras são o ele que une estas duas
instituições, o que fica demonstrado nestas duas declarações de um santo e um
político, registradas nas páginas 64 e 68 de O LIVRO DA POLÍTICA, publicação da
Globo Livros: “Para que uma guerra seja justa, é necessária uma causa justa” (São Tomás de Aquino). “Uma
guerra justa, no longo prazo, é muito melhor para a alma do homem que a mais
próspera paz” (Theodore
Roosevelt). Aí estão pensamentos idênticos sobre a monstruosidade da guerra
proferidos pela religião e pela política. A parceria diabólica entre religião e
política só não é percebida porque povo não tem olhos de ver, mas ela existe
desde os primeiros tempos quando a tribo tinha o Chefe Indígena como referência
política e o Curandeiro como referência espiritual. Pouco mais adiante deste
primitivismo na história dos povos pode-se ver na página 69 do livro HISTÓRIA
GERAL E DO BRASIL, de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Rodrigo o seguinte: “A religião mesopotâmica servia de elemento de ligação entre a
população e o governante. Os sacerdotes tinham importante função política e o
governante era considerado um representante dos deuses”. E na página 75 do mesmo livro: “Com o faraó Amenófis IV (l377 – l358 AC) foram realizadas profundas
reformas de cunho político-religioso”. A separação entre Estado e religião ou laicização
do Estado tem a mesma significação da preocupação da política exercida no mundo
com o bem-estar social. Este divórcio fictício deve-se apenas ao fato de terem
os políticos providenciado para que suas imagens fossem desligadas das delícias
do céu e ligadas aos horrores do inferno.
Povo nasceu para ser bobão e babão. Aí está o
povo peruano proporcionando a notícia de que um economista conservador assume a
presidência da república daquele país. Se a Economia tem por objetivo abastecer
os infernos fiscais, e o conservadorismo visa a manutenção deste tipo de
economia, só mesmo a propensão gastronômica do peru para justificar o
procedimento do povo peruano ao buscar seu próprio infortúnio. Tal como os
peruanos e sua gastronomia esquisita quanto os demais povos do mundo inteiro,
servem apenas para servir aos senhores da religião e da política
confortavelmente estabelecidos em templos monumentais e ainda com pose de
opressores. Até quando durará tal situação não se pode prever. Tanto uns quanto
outros estão a esperar que mais espécimes de povo atinjam a categoria de gente
para verem seus impérios desmoronarem como muitos desmoronaram na história da
humanidade. O de Salomão veio abaixo três vezes. A condição de opressores
mereceu do Grande Mestre do Saber Paulo Freire a seguinte frase registrada na
página 297 de O LIVRO DA POLÍTICA, da Editora Globo: “A maior tarefa humanística e histórica dos oprimidos é libertar a si
mesmos e os seus opressores”. Aquele sábio previa o desastre a esperar pelos
opressores, daí a necessidade de serem libertados da escravidão da necessidade
de escravizar. Tanto os escravizadores da religião quanto da política
transformaram estas atividades em duas amazonas do apocalipse. Enquanto
representantes de Deus convencem a seus liderados haver vantagem em lhes
entregar seus carros, os representantes da política convencem a seus liderados
haver vantagem em trocar tranquilidade pelo espetáculo mambembe de disputas
para saber quem pula mais alto, quem corre ou nada mais rápido, qual o time
de futebola, vôlei ou basquete que ganha o jogo. Insanidade. Tudo insanidade.
Inté.
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