Os meios de
comunicação no mundo inteiro estão a fazer um bafafá dos diabos em torno da
União Europeia. Em se tratando de Europa, local habitado por um povo bárbaro,
mas tido como civilizado por ser ainda maior a barbárie nos outros lugares, a
palavra união sugere tratar-se de algo positivo. Entretanto, tudo se refere
exclusivamente à materialidade em que foi reduzida a atividade de viver. Nesse
bolodório infernal sobre União Europeia nada tem de união. Não se trata de uma
elevação espiritual capaz de levar à concretização da irmandade tão falada do
lado de dentro das igrejas, mas inexistente do lado de fora. A tal da União
Europeia, na verdade, é uma desunião. Trata-se de atividade mercantil pura e
simples. Um processo cujo objetivo é tão somente acumular riqueza através da
astúcia e habilidade na prática comercial da qual resulta ganhador e perdedor,
prática adotada pelo sistema capitalista que encontra mérito na brutalidade da
mesma competição das selvas onde o mais forte destrói e mais fraco. Como falar
de união num procedimento orientado pela cultura bárbara da disputa, do cada um
por si? A natureza humana exige o contrário desse comportamento bárbaro
presente no falatório da papagaiada de microfone em torno de Bolsa de Valores,
perspectivas de empresários, Mercado Financeiro, cotação de moedas, coisas
desse tipo. Todos estes assuntos visam exclusivamente rechear cada vez mais as
contas nos infernos fiscais, maldição abençoada pelos escritores assalariados e
a papagaiada de microfone ao garantirem que os bancos, excrescência
capitalista, beneficiam a sociedade com o argumento de que eles irrigam a
economia ao levar dinheiro para onde há necessidade dele. Na prática, o que se
vê é exatamente a sociedade irrigando a fortuna do colarinho branco dos
banqueiros, cada um deles embolsando mais de um bilhão a cada mês, lucros tão
exorbitantes que tiveram seu nome mudado para “spread” para não dar muito na
pinta.
As notícias
da União Europeia nada significam para o povo mais ligado nas brincadeiras e
notícias sobre “famosos” e “celebridades”, sem se dar ao trabalho de refletir
sobre o malefício resultante da disputa ferrenha por dinheiro. Dela resulta o
mundo cão. O mundo inteiro foi tomado por uma epidemia de babaquismo que leva
as pessoas a procedimentos estúpidos como encontrar motivo de apreciamento em
quem não tem relevo espiritual. Ao contrário, quanto maior o egoísmo, a falta
de noção do que seja viver em sociedade, maior o apreciamento que a sociedade
dispensa ao parasitismo social encarnado nas “celebridades” e nos “famosos”. A
imprensa noticia que o povo argentino enquanto tem a atenção voltada para
Maradona e Messe, foi roubado por empresários numa montanha de dinheiro que
esconderam na Suíça. A Operação Lava Jato põe a nu a realidade de que o papel
de povo é ter o cangote à disposição da canga graças à limitação mental imposta
pelos papagaios de microfone e os escritores assalariados a mando de seus patrões,
os ricos donos do mundo e das autoridades. A imprensa dá conta de que pessoas
abandonam os planos de saúde por falta de dinheiro. Entretanto, estas mesmas
pessoas são obrigadas a pagar planos de saúde não só para as autoridades, mas
também para seus parentes. Da união do tipo da União Europeia resultam muralhas
protegendo gatos pingados de abastados das multidões de necessitados, muralhas
estas que terão o mesmo destino das de Jericó. Inté.
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