quinta-feira, 18 de abril de 2019

ARENGA 565


Quando o historiador disse que a humanidade é constituída de seres tão estúpidos que vivem a destruir o que acabaram de construir, esqueceu-se de que ao destruírem também o que a natureza construiu declaram-se idiotas além de estúpidos. Quem consegue tirar o pensamento de igreja, axé e futebola percebe encontrar-se a humanidade dividida em vários grupos de idiotas caracterizado cada um deles por um tipo específico de idiotia. O mais numeroso deles é o dos idiotas que vivem a olhar para o céu esperando que de lá venha outra coisa que não desastres aéreos, pássaros e os destemperos da natureza. Absolutamente nada é capaz de fazer com que esses idiotas tirem as vistas do céu e trazê-las para local onde têm os pés. O Grande Mestre do Saber Vinícius Bittencourt observou que a diferença entre as roupas de Cristo e as do papa significa que nem mesmo as evidências convencem esse grupo de idiotas da farsa que é a religiosidade. Uma vez que se dizem seguidores de Cristo, e Cristo era humilde sem ser fingido, ao passo que o papa é humilde e banqueiro ao mesmo tempo, algo de estranho deveria ser notado pelos idiotas do grupo da religiosidade. Nem mesmo as rajadas de metralhadoras, explosões terroristas, desabamento e incêndio de templos caríssimos, cadáveres espichados no asfalto que levam aos locais de orações, absolutamente nada consegue impor sensatez à malta religiosa para a qual nada existia antes de seis mil anos atrás, da qual fazem parte portadores de títulos universitários. Daí a afirmação do escritor e ensaísta Edimilson Movér de ter a humanidade desenvolvido o gene da religiosidade. Esse grupo de idiotas é tão idiota que considera importante fonte de sabedoria um livro idiota chamado bíblia, não obstante ser o conteúdo deste livro fonte de violência, prostituição, incentivo à riqueza e à escravidão, além de mentiras cabeludas como ter sido Jonas engolido por uma baleia e cuspido são e salvo três dias depois. A monumental idiotia dos idiotas do olhar voltado para o céu os faz encara com solenidade e enlevo o gesto na verdade ridículo do beijo do papa no pé do infeliz como meio de prevenir a infelicidade. Não fosse a idiotia, esses idiotas perceberiam que a infelicidade provém do seu analfabetismo político. Ao dedicar sua preocupação à religiosidade, não percebem estar na política o que buscam no céu e que a política tem por objetivo único esfolar o seu rabo. Se as escolas ensinam às crianças ser o céu o que importa, estas crianças se tornarão adultos incapazes de perceber a realidade de não se recorrer às igrejas na doença, mas aos hospitais, onde a possibilidade de atendimento depende da política.

Outro grupo de idiotas é o grupo dos idiotas esfoladores do rabo dos idiotas do grupo do rabo esfolado porque nenhuma sociedade chegará jamais a bom termo se seus integrantes estão divididos entre prejudicados e prejudicadores, realidade mostrada pelas revoltas das quais resultaram cabeças cepadas fora dos corpos. Daí que a vantagem suposta dos esfoladores de rabo se mostrará como desvantagem mais cedo ou mais tarde. Além da idiotice de explorar os semelhantes, os idiotas do grupo dos esfoladores de rabo ainda cometem idiotice maior ao providenciar para evitar que os idiotas do grupo do rabo esfolado superem a condição de analfabetos políticos para que possam alcançar o conhecimento necessário à análise da informação recebida, sem o quê fica-se incapacitado de distinguir entre o falso e o verdadeiro, sujeitando-se a ser massa de manobra de interesses escusos tais como essa já revoltante malandragem da reforma previdenciária.   

Outra parcela de perfeitos idiotas é a dos tagarelas que se dividem em dois subgrupos de idiotas: o subgrupo dos que enganam o povo com a conversa fiada de representar seus interesses, e que se dizem políticos, e o subgrupo dos bons de conversa que conversam exaustivamente sobre a malandragem dos políticos, e que se dizem cientistas políticos. Como a política é um engodo tão grande quanto a religião, as falas destes cientistas políticos têm tanto resultado prático quanto as falas dos representantes de deus assegurando mundos e fundos como recompensa por ficar a olhar para cima e que para maior credibilidade de suas falas inúteis fazem representar Cristo com o olhar pidão para o céu. Por trás disso tudo está a seguinte matéria de Ladislau Dowbor, no blog Outras palavras, intitulada Paulo Guedes: o banqueiro e seus tentáculos: Investigação sobre o banco fundado pelo ministro indica: agia para os super-ricos, ajudando-os a esconder dinheiro em “paraísos fiscais”. Não é natural que queiram abocanhar a Previdência e enterrar políticas sociais?

Dito isto, digo mais: o que me move a escrever sem saber é a vontade de que venham todos os idiotas a se livrar da idiotia porque segundo os Grandes Mestres do Saber há superioridade em viver com sabedoria. Inté.









  
















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