sexta-feira, 19 de abril de 2019

ARENGA 566


Do mesmo modo como os vaqueiros conduzem a boiada, os papagaios de microfone conduzem a massa bruta de povo cuja irracionalidade é inevitável uma vez que os afazeres não permitem a estes seres ainda brutos perceberem sua condição de irracional. Refletir sobre o trajeto da humanidade através de sua história leva impreterivelmente à conclusão de que os seres humanos nunca tiveram poder de decisão. Ao contrário, têm seguido por caminhos que lhes são indicados por interesses que em vez de corresponderem aos seus próprios interesses, correspondem a interesses de falsos líderes políticos ou religiosos. É facilmente percebível o interesse desses falsos líderes em afastar o povo da capacidade de raciocinar. No que diz respeito à política, a capacidade latente de raciocinar que é inerente ao ser humano, é intencionalmente abafada pelos falsos líderes para que possam exercer sua falsa liderança com tranquilidade. Os falsos líderes políticos, esborrachados em poltronas divinas dos palácios, chafurdam no bem-bom das melhores iguarias sem a menor possibilidade de haver algum questionamento quanto ao porquê de vida tão faustosa se o povo que lhes dá tamanha tranquilidade vive apavorado com medo e lhe falta tudo. Responsáveis pela administração da sociedade, estes falsos líderes estabelecem um sistema educacional que ensina às crianças nada mais do que capacidade de produzir dinheiro para ser manipulado na agiotagem do sistema financeiro enrustida no pseudônimo de Economia Política. Para maior tranquilidade, ensina-se também obediência enrustida no pseudônimo do bom comportamento recomendado por Papai-Noel como exigência para ser recompensado com os presentes que fazem a festança natalina criada pelo monstro Mercado. Sendo esta a realidade da vida do povo, por que, então, tantas festas? É aqui, exatamente, onde se encontra o X do problema. As festas, os “famosos”, as “celebridades”, as putarias, as notícias sobre haver vantagem em lamber a xoxota antes da trepada ou enfeitá-la com joias, que é mais conveniente ser roubado no banco A do que no banco B, tudo isto constitui o pão e circo que enreda o povo de modo tão envolvente que este mundo fútil e irreal passa a ser o seu único mundo e a expressão “um outro mundo é possível” passa a anos luz da sua capacidade de percepção. A futilidade assume o lugar das ações nobres e o povo se torna incapaz de elevar seu pensamento acima do solado do sapato, o que permite aos falsos líderes políticos sua festança de enriquecimento ilícito.

Do outro lado do cordão que manipula o Mané-Gostoso enrustido no pseudônimo de povo estão os líderes religiosos. Nas páginas 484/5 do primeiro volume do livro História da Civilização Ocidental, de Edward McNall Burns, esclarece que a Reforma Religiosa objetivava incentivar uma confiança tão absoluta da fé que fizesse dela a única verdade, desprezando, portanto, a atividade intelectual por ser esta afirmação de independência do homem perante deus, tendo Lutero, inclusive, afirmado que a razão é a prostituta do diabo e convocado seus adeptos a contentarem-se com a revelação sem necessidade de procurar entender o que lhes é revelado pelos assuntos divinos, devendo a fé excluir a dúvida e o desejo de submeter a verdade à apreciação. Como pode ver quem não tem obrigação de seguir recomendação dos falsos líderes, tanto a religiosidade quanto a política foram criações dos homens como forma de conter a brutalidade que por incrível que possa parecer já foi maior do que é hoje. É por isto que os Grandes Mestres do Saber que superaram a brutalidade declararam não precisar de deus.

É, pois, inútil o tagarelar da turma do “eu acho que” sobre as ações das “autoridades” porque elas têm por objetivo esfolar o rabo do povo que se ficou livre de produzir palha para a construção de tijolos com os quais os falsos líderes egípcios produziam templos destinados ao bolor, atualmente é obrigado a produzir fortunas também para o bolor das caixas-fortes nos infernos fiscais. Inté.

  


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