Do mesmo
modo como os vaqueiros conduzem a boiada, os papagaios de microfone conduzem a
massa bruta de povo cuja irracionalidade é inevitável uma vez que os afazeres
não permitem a estes seres ainda brutos perceberem sua condição de irracional.
Refletir sobre o trajeto da humanidade através de sua história leva
impreterivelmente à conclusão de que os seres humanos nunca tiveram poder de
decisão. Ao contrário, têm seguido por caminhos que lhes são indicados por
interesses que em vez de corresponderem aos seus próprios interesses,
correspondem a interesses de falsos líderes políticos ou religiosos. É
facilmente percebível o interesse desses falsos líderes em afastar o povo da
capacidade de raciocinar. No que diz respeito à política, a capacidade latente de
raciocinar que é inerente ao ser humano, é intencionalmente abafada pelos
falsos líderes para que possam exercer sua falsa liderança com tranquilidade.
Os falsos líderes políticos, esborrachados em poltronas divinas dos palácios,
chafurdam no bem-bom das melhores iguarias sem a menor possibilidade de haver
algum questionamento quanto ao porquê de vida tão faustosa se o povo que lhes
dá tamanha tranquilidade vive apavorado com medo e lhe falta tudo. Responsáveis
pela administração da sociedade, estes falsos líderes estabelecem um sistema
educacional que ensina às crianças nada mais do que capacidade de produzir
dinheiro para ser manipulado na agiotagem do sistema financeiro enrustida no pseudônimo
de Economia Política. Para maior tranquilidade, ensina-se também obediência enrustida
no pseudônimo do bom comportamento recomendado por Papai-Noel como exigência
para ser recompensado com os presentes que fazem a festança natalina criada
pelo monstro Mercado. Sendo esta a realidade da vida do povo, por que, então,
tantas festas? É aqui, exatamente, onde se encontra o X do problema. As festas,
os “famosos”, as “celebridades”, as putarias, as notícias sobre haver vantagem
em lamber a xoxota antes da trepada ou enfeitá-la com joias, que é mais
conveniente ser roubado no banco A do que no banco B, tudo isto constitui o pão
e circo que enreda o povo de modo tão envolvente que este mundo fútil e irreal passa
a ser o seu único mundo e a expressão “um outro mundo é possível” passa a anos
luz da sua capacidade de percepção. A futilidade assume o lugar das ações
nobres e o povo se torna incapaz de elevar seu pensamento acima do solado do
sapato, o que permite aos falsos líderes políticos sua festança de
enriquecimento ilícito.
Do outro
lado do cordão que manipula o Mané-Gostoso enrustido no pseudônimo de povo
estão os líderes religiosos. Nas páginas 484/5 do primeiro volume do livro
História da Civilização Ocidental, de Edward McNall Burns, esclarece que a
Reforma Religiosa objetivava incentivar uma confiança tão absoluta da fé que
fizesse dela a única verdade, desprezando, portanto, a atividade intelectual
por ser esta afirmação de independência do homem perante deus, tendo Lutero,
inclusive, afirmado que a razão é a prostituta do diabo e convocado seus
adeptos a contentarem-se com a revelação sem necessidade de procurar entender o
que lhes é revelado pelos assuntos divinos, devendo a fé excluir a dúvida e o
desejo de submeter a verdade à apreciação. Como pode ver quem não tem obrigação
de seguir recomendação dos falsos líderes, tanto a religiosidade quanto a
política foram criações dos homens como forma de conter a brutalidade que por
incrível que possa parecer já foi maior do que é hoje. É por isto que os
Grandes Mestres do Saber que superaram a brutalidade declararam não precisar de
deus.
É, pois,
inútil o tagarelar da turma do “eu acho que” sobre as ações das “autoridades”
porque elas têm por objetivo esfolar o rabo do povo que se ficou livre de
produzir palha para a construção de tijolos com os quais os falsos líderes
egípcios produziam templos destinados ao bolor, atualmente é obrigado a
produzir fortunas também para o bolor das caixas-fortes nos infernos fiscais.
Inté.
Nenhum comentário:
Postar um comentário