sábado, 20 de abril de 2019

ARENGA 567


Como disse alguém que acredito ter sido eu mesmo, os conservadores têm a tendência gastronômica do peru porque o que há para se conservar não é outra coisa senão um monte de merda. Entre os conservadores, segundo matéria do Le Monte Diplomatique Brasil, da doutora em Sociologia e Alimentação, Elaine de Azevedo, entre os conservadores que felizmente já deixou esse mundo, está um tal de doutor Ludwig Von Mises que teve a insanidade de afirmar que os agrotóxicos são responsáveis pela longevidade. É, ou não é o cúmulo do apego à vontade de conservar a produção de comida em mãos dos brutamontes mentais do agribiuzinesse produtor de cânceres? Onde já se viu ingerir veneno fazer bem à saúde? Os conservadores são pessoas que temem o novo e usam da técnica ensinada por Schopenhauer para que se possa vencer um debate independentemente de se ter razão quanto ao assunto debatido. Nesse caso, recorre-se a argumentos capciosos para fazer prevalecer sobre a verdade um ponto de vista falso. É o que ocorre quando por meio de xingamento os conservadores denigrem a personalidade dos inovadores na tentativa de diminuir o valor de suas ideias. Esse mesmo doutor Ludwig escreveu um livro chamado O Marxismo Desmascarado, onde certamente procura descaradamente condenar a luta de Marx em prol de uma sociedade menos infeliz. Só mesmo sendo povo para concordar com ideias de trogloditas mentais defendendo uma sociedade na qual um por cento possui noventa e nove por cento da riqueza.    

Embora os trogloditas espirituais ainda encontrem seguidores, são estes em número cada vez menor e sua influência só consegue se fazer sentir porque a juventude foi transformada também num monte de merda. Absolutamente nada se pode esperar de uma juventude incapaz de desconfiar haver algo de esquisitíssimo na notícia de que a assessoria de Pelé anuncia que o rei se trata em hospital de Paris, ou que o presidente da república e autoridades governamentais recebem em audiência um João Ninguém por ser pai de Neymar, também um João Ninguém espiritualmente, ou na cena ridícula no festival de beijos que o papa dá nos pés sujos de pobres diabos deserdados pela sorte. É a força da necessidade de se manter a tradição bolorenta incompatível com a vivacidade de uma juventude sadia fazendo um homem sincero como Francisco se submeter àquele ridículo porque qualquer Zemané sabe que aquela bobagem não pode exercer nenhuma influência para aliviar os sofrimentos decorrentes da exclusão social.

O mundo precisa mudar. Precisa de uma juventude capaz de trazer novos ares, escorraçando de volta para seus sarcófagos os Oráculos, os Gurus e a papagaiada de microfone com seus insuportáveis “eu acho que”. Inté.

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