domingo, 15 de setembro de 2013

O MINISTRO DEPILADO E A OPINIÃO PÚBLICA


Ao proferir seu voto no caso estoura saco (e haja saco para ser estourado com essa história sem fim do Mensalão), pronunciando-se a favor dos politiqueiros ladrões, o ministro das sobrancelhas depiladas disse não lhe interessar a opinião pública. Mas, se assim é, para que então se depila o ministro depilado, senão para se fazer bonito ante a opinião pública?  Além disso, teria o ministro depilado coragem de dizer isso caso se encontrasse em meio àquela multidão de um milhão de pessoas nas ruas?

O ministro depilado vive num mundo de fantasia e por isso não sabe que o povo não sabe o poder que tem. Embora iletrado, já tive oportunidade de comparar o poder do povo ao poder físico de um musculoso gigante, mas de cérebro tão atrofiado que o tornava alvo de todo tipo de escárnio e zombarias por parte de pessoas maldosas e também de cérebro tão diminuto quando o dos politiqueiros defendidos pelo ministro depilado. Do mesmo modo, dentro da minha insignificância intelectual, a observação da vida durante quase oitenta anos me levou à conclusão da soberania popular ao contemplar a significativa cena do filme O Gladiador, quando um rei poderoso, e não apenas um ministro depilado, teve de abaixar o facho com medo de uma revolta popular, e desistir de realizar seu intento de matar um herói que detestava, mas que o povo adorava. Teria o ministro depilado coragem bastante para escarnecer da opinião pública e defender os criminosos cuja ação produz choro e mais choro nos corredores dos hospitais, se do lado de fora da porta do tribunal por onde ele vai sair estivesse imensa multidão na qual se encontrassem pais e mães dos mortos por falta do dinheiro roubado pelos ladrões que contam com a defesa do ministro luzidio e depilado? Quem paga as finas iguarias, roupas e sapatos da melhor qualidade, escola dos filhos, salão de beleza para envernizar e depilar o ministro depilado? Não é o público? Então, é muita ingratidão do ministro depilado desprezar quem lha paga tudo isso. É ou não é? Inté.  

 

 

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