A filosofia
não foi privilégio dos gregos porque os egípcios tiveram pensamentos
filosóficos antes deles. Burns ensina no primeiro volume de História da
Civilização Ocidental, pagina 57, que o mais antigo exemplo de filosofia de que
se tem notícia está nas Máximas de um cara chamado Pitahotep, vizir de um
Faraó, versando sobre orientações a seu filho, entre elas a de ser necessário
ser reto e justo ainda que com sacrifício dos próprios interesses, recomendação
que chegou invertida aos tempos modernos pela observação deste mal amanhado
blog. Também faz o historiador menção a outro episódio relacionado à filosofia
no Egito, com a gravação que um faraó mandou fazer no seu túmulo lá por volta
do ano de 2.100 antes de Cristo, onde manifestava ceticismo sobre a vida depois
da morte, sendo impressionante que há tanto tempo alguém já sabia o que até
hoje os bichos humanos ainda não foram capazes de perceber o engodo que é essa
história mal contada uma vidinha mansa lá no céu, artimanha com que os
escravizadores esfolam os carneiros de Cristo sem que eles se incomodem porque
os esfoladores não terão o bem-bom que espera pelos esfolados no aconchego do
colo do Senhor. Ainda que houvesse esta outra vida, não valeria a pena pela
quantidade de oração e anjinhos da bunda rosada para encher o saco. Muito mais
esperto que a malta de frequentadores de igreja, axé e futebola era aquele
faraó de dois mil e cem anos antes de Cristo que já desconfiava ao alegar que
ninguém nunca regressou de lá para contar o que viu. O “pé atrás” do faraó
quanto à vida no céu, lembra o moribundo moderno que louvou Deus em obediência
à ordem do padre confessor, mas se recusou a excomungar Satanás alegando não
ser conveniente ficar mal com nenhuma das partes entes de saber para que lado iria.
Ainda sobre
a filosofia dos egípcios, várias são as manifestações filosóficas deixadas por
eles. Entre elas, ainda segundo Burns, um historiador com fama mundial e de
leitura agradável que vale a pena ser lido, também teria havido um trabalho
filosófico chamado O Camponês Eloquente, atribuído a um camponês, mas que teria
sido produzido por um faraó. Independente da autoria, o trabalho versa sobre os
responsáveis pela administração pública da seguinte maneira: “Os funcionários
do Estado têm obrigação de agir como pais dos órfãos; marido das viúvas e irmão
dos abandonados; prevenir o roubo e proteger o miserável; promover tal estado
de harmonia e prosperidade de modo que ninguém sofra fome, frio ou sede” (desse
discurso, a única coisa que os governantes sempre praticaram é bancar o marido
da mulherada). Os egípcios, portanto, já encontraram esquentados o motor da
filosofia. A partir do século VI antes de Cristo, na Cidade de Mileto,
costumava-se dedicar atenção às coisas do mundo, inclusive se falava sobre o
fato de haver um elemento comum de que eram feitas todas as coisas. Foi nesse
clima que desocupados como Tales, chamado de Mileto por ser daquela cidade,
concluiu que esse elemento comum seria a água, face a existência de humidade em
todas as coisas, no que foi contestado por outro desocupado chamado
Anaximandro, que também afirmava uma substância única que formava todas as
coisas, mas que seria uma substância diferente de tudo conhecido e denominou
esta coisa de Ilimitado ou Infinito. É realmente muito interessante perceber
como já naquela época, sem recurso algum, a bola desses caras já beiravam a
boca da caçapa da teoria atomista. Ainda tem um terceiro desocupado chamado
Anaxímenes. Contrariando os demais, afirmou e assinou embaixo que era o ar esse
elemento único. Ao fazer estas afirmações, estes desocupados trouxeram para o
campo da materialidade a realidade do universo, afastando a hipótese de
intervenção das mil e uma divindades que habitam a Mitologia Grega
maravilhosamente narrada no livro Mitologia, de Thomas Bulfinch, que só vale a
pena ler. Entretanto, face à situação de perigo que corre a humanidade, faz-se
necessário deixar um pouco de lado as especulações de erudição e pensar no
destino das futuras gerações, o que equivale a dizer preocupar-se com o destino
que está sendo dado ao erário. Inté.
Nenhum comentário:
Postar um comentário