ESCÂNDALO DA
MÁFIA DA LOTERIA ESPORTIVA é o título de matéria jornalística. Merece especial
atenção o fato de pessoas capacitadas intelectualmente se deixarem levar
juntamente com a malta ignorante de entusiastas da armadilha escondida por trás
das “práticas esportivas”. As aspas se justificam porque os esportes servem de diversão
apenas aos obtusos incapazes de saber que a partir dos romanos as práticas
esportivas passaram a distrair a malta bruta de povo do mesmo modo como os
parques infantis distraem as crianças. Se na religiosidade há a esquisitice de
analfabetos se igualarem a cientistas ao se julgarem possuidores de
conhecimentos sobre o universo, no mundo dos esportes acontece o contrário:
pessoas de conhecimento se equiparam aos analfabetos quanto à verdadeira
finalidade dos esportes que outra não é senão a declarada na notícia do jornal.
Algo de muito esquisito está por trás de tanto entusiasmo com brincadeiras em
meio à violência brutal que supera muitas guerras, mas este algo só pode ser
percebido por quem leu na cartilha dos Grandes Mestres do Saber. Para estes, é
sintomático o ar de entusiasmo na feição ou na voz dos papagaios de microfone
da televisão ou das rádios quando fazem referência a esportes. Tudo se resume à
realidade de vivermos uma sociedade fundamentada no ludíbrio. Nesse exato
momento, em São Paulo, milhares de idiotas disputam uma palhaçada denominada
São Silvestre respirando mais veneno do que respiram normalmente com a única
finalidade de saber quem é capaz de correr mais, enquanto a papagaiada de
microfone faz alarde daquela imbecilidade apreciada por outra grande quantidade
de imbecis indiferentes às consequências decorrentes da notícia no jornal que
se estende da seguinte forma: “A Loteca envolvia fraude nos resultados dos jogos
de futebol nos anos 80, uma complexa engrenagem de suborno montada pelos
zebrões dos jogos e que envolvia jogador, técnico, dirigente, juízes e
jornalista que formavam uma rede de corrupção”.
O que leva quem pode pensar a ser tão bobo a ponto de pagar
ingresso, viajar grandes distâncias, vibrar, por um resultado já definido pela
corrupção mostrada nesse outro trecho da notícia? A Máfia da
Loteria Esportiva foi denunciada em 1982, pela revista Placar,
dirigida pelo jornalista Juca Kfoury, que na ocasião foi ameaçado por ter
publicado a fraude envolvendo jogadores de futebol, árbitros, técnicos,
dirigentes numa complexa engrenagem de suborno montada pelos “zebrões” dos
jogos de futebol da Loteria Esportiva, a Loteca. A Placar desvendou
essa máfia que sustentou durante anos uma rede de corrupção que lesava toda a
sociedade brasileira. Aí está: LESAVA TODA A SOCIEDADE BRASILEIRA! Então,
minha gente, diante destas coisas, onde fica a diversão entusiasticamente
insinuada pela papagaiada de microfone? O motivo pelo qual escritores escrevem
livros afirmando que a competição é mais vantajosa para a sociedade do que a
cooperação é o mesmo motivo pelo qual os papagaios de microfone endeusam as
práticas esportivas. Qual será ele? Não será possível saber sem conhecer algo
das lições dos Grandes Mestres do Saber. Inté.
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