segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ARENGA 162


 
Uma vez Tom Cavalcante apresentou ao público da televisão um pretendente ao mundo fútil dos “famosos” e das “celebridades”. Era um pobre coitado de um ridículo de fazer pena. Causava constrangimento o grotesco do espetáculo apesentado por aquela pobre criatura e que se resumia à capacidade de colocar grande quantidade de coisas na boca enorme. O sentimento de ridículo que o “artista” despertava correspondia ao que deve sentir quem tem motivos reais para fama e celebridade ante os “famosos” e as “celebridades” cujos conhecimentos correspondem aos daquela criança que ao ser indagada pela mãe se tinha gostado da nova professora, respondeu ter notado tratar-se de pessoa muito religiosa porque ao examinar seu trabalho exclamava “Santo Deus”, “virgem Maria” “Valha-me Deus”. Um bilhete escrito por uma destas “celebridades” causaria as mesmas exclamações até mesmo em espécime de povo. Quem admira tais mediocridades mentais é por ser também medíocre mental, circunstância que deu origem a esse converseiro besta cujo mote foi uma notícia na imprensa dando conta da necessidade de reinventar a política, notícia esta que tem tudo a ver com os admiradores das “celebridades” e dos “famosos”.
A política nasceu quando um grupo de primitivos deliberou que dois ou três deles, ou mais, conforme o tamanho do grupo, não iriam à caça para ficar protegendo mulheres, crianças, velhos e as coisas de que necessitavam. Na verdade, a preocupação maior era com as mulheres por serem as fabricantes das crianças necessárias para aumentar o grupo porquanto a sobrevivência dependia da maior capacidade de defesa conta a força bruta das feras e de outros primitivos, razão pela qual as mulheres eram frequentemente objeto de rapto. Assim, concordaram em fornecer aos que ficavam de guarda, parte do alimento que conseguissem como pagamento justo uma vez que estas pessoas também precisavam comer e beber. Teria sido este o embrião da política, cuja finalidade, como se vê, era proteger o também embrião de sociedade.
Entretanto, no curso da história, a política passou a proteger apenas as pessoas encarregadas da tarefa de proteger o grupo, sendo de despertar atenção o conformismo de todos os membros de todos os grupos humanos com esta inversão injustificável. Assim, pois, o autor da matéria versando sobre a necessidade de reinventar a política foi iluminado pela sabedoria dos Grandes Mestres do Saber por ser exatamente o de que carecem os seres humanos: OUTRO TIPO DE POLÍTICA! Sendo ela a arte de bem administrar os recursos públicos, há algo de muito estranho com uma administração na qual não se pode ter nada de necessário sem que se tenha dinheiro, não obstante a realidade de não ter dinheiro a maioria das pessoas do grupo. É justamente aqui que está a conexão entre política, “celebridades” e “famosos” porque no sistema vigente os executores da política são escolhidos por pessoas tão imaturas que encontram motivo de fama e celebridades nos “famosos” e nas “celebridades”, pessoas, portanto, de mentalidade infantil, consequentemente, sem o discernimento necessário para exercer função tão relevante. Aí estão palhaço, jogador de futebola, boxeador, cantores, transformados em legisladores, o que é mais do que evidente haver erro monumental em se permitir que crianças determinam quem vai ter a responsabilidade de cuidar da sociedade. Assim, todo o alvoroço em torno de muda ministro prá lá, muda ministro prá cá, reforma isso, reforma aquilo, e do disse-me-disse do papagaiamento nos meios de comunicação, tudo se resume a nada enquanto forem as autoridades escolhidas por uma juventude menos interessada no futuro dos filhos do que em saber do resultado do exame de urina do jogador de futebola, quantas vezes determinada “celebridade” trepou, que o “famoso” não usa cueca e a “famosa” não usa calcinha. Inté.
 

 

 





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