terça-feira, 22 de setembro de 2015

ARENGA 159




Os intelectuais também incorrem em falhas nas suas incursões pelo mundo das ideias, o que incentiva quem não sabe escrever mas precisa fazê-lo por estar convencido da necessidade de levar aos jovens, a força capaz de mudar o mundo, a necessidade de pensar sobre a vida em vez de apenas vivê-la. O professor e historiador Laurentino Gomes, por exemplo, na página 27 do livro 1889, sobre a Proclamação da República, comete equívoco monumental ao afirmar que os brasileiros estão interessados em tomar conhecimento do seu passado em busca de explicações para o Brasil de hoje. Equivoca-se muito mais feio ainda quando afirma que os brasileiros estão preocupados com o futuro do país. Vai ainda mais longe nos equívocos ao acreditar que os brasileiros estão interessados em estudar história. Que qué isso, fessô? Garanto e assino embaixo que entre seus próprios alunos pinta um ou outro gato pingado interessado em outros conhecimentos que não aqueles estritamente necessários para obter aprovação no vestibular que os capacitará a ganhar dinheiro. A cultura do enriquecimento inculcada na mentes das crianças não lhes permite outra atividade mental senão aquelas destinadas ao aperfeiçoamento nas atividades capazes de proporcionar lucro, a correia que movimenta o mundo com seus habitantes disputando uns contra os outros quem tem garras maiores com as quais depenar o que as tem menores.

Ainda que inteligente as pessoas, a exclusividade dada à atividade fabril e lucrativa impede que esta inteligência dê asas à imaginação para que ela se estenda por ambientes mais elevados. Os brasileiros, então, cuja falta de inteligência é notória, são mais facilmente induzidos ao comportamento de burro de carroça para cuja atividade não envolve inteligência. Há máquinas pelaí que apenas técnicos estrangeiros põem em funcionamento. O resultado do exame de urina do jogador de futebola desperta interesse infinitamente maior no brasileiro do que o conhecimento de qualquer outra coisa, principalmente no que diz respeito às condições em que viverão seus filhos, ou seja, no futuro.

Quando o Brasil ainda engatinhava, esteve por aqui o Grande Mestre do Saber Charles Darwin. Lembra o jornalista bisbilhotador Alex Ferraz do jornal Tribuna da Bahia ter Darwin afirmado que o brasileiro não tem as qualidades que dão dignidade ao ser humano. De lá para cá, de forma alguma, teria ocorrido mudança tão significativa a ponto de despertar nestes seres indignos interesse em se elevarem espiritualmente, o que só se consegue através do conhecimento que só a leitura proporciona. Não existe sinal de avanço rumo à civilização em nenhum lugar do mundo. As sociedade nas quais seus cidadãos desfrutam de algum bem-estar, esta comodidade é proporcionada às custas do mal-estar proveniente da espoliação que as sociedades supostamente civilizadas fizeram sobre as outras sociedades, principalmente das denominadas repúblicas de banana. Assim, estando as sociedades mais velhas ainda na fase bruta de avançar sobre outras sociedades para lhes roubar o que têm, com o que fica provado não estarem as sociedades avós ainda interessadas em atividade intelectual, muito menos ainda as sociedades que se sentem orgulho em ser capacho daquelas. Inté.

 

 
 
 






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