Os
intelectuais também incorrem em falhas nas suas incursões pelo mundo das
ideias, o que incentiva quem não sabe escrever mas precisa fazê-lo por estar
convencido da necessidade de levar aos jovens, a força capaz de mudar o mundo,
a necessidade de pensar sobre a vida em vez de apenas vivê-la. O professor e
historiador Laurentino Gomes, por exemplo, na página 27 do livro 1889, sobre a Proclamação
da República, comete equívoco monumental ao afirmar que os brasileiros estão
interessados em tomar conhecimento do seu passado em busca de explicações para
o Brasil de hoje. Equivoca-se muito mais feio ainda quando afirma que os
brasileiros estão preocupados com o futuro do país. Vai ainda mais longe nos
equívocos ao acreditar que os brasileiros estão interessados em estudar
história. Que qué isso, fessô? Garanto e assino embaixo que entre seus próprios
alunos pinta um ou outro gato pingado interessado em outros conhecimentos que
não aqueles estritamente necessários para obter aprovação no vestibular que os
capacitará a ganhar dinheiro. A cultura do enriquecimento inculcada na mentes
das crianças não lhes permite outra atividade mental senão aquelas destinadas
ao aperfeiçoamento nas atividades capazes de proporcionar lucro, a correia que
movimenta o mundo com seus habitantes disputando uns contra os outros quem tem
garras maiores com as quais depenar o que as tem menores.
Ainda que
inteligente as pessoas, a exclusividade dada à atividade fabril e lucrativa
impede que esta inteligência dê asas à imaginação para que ela se estenda por
ambientes mais elevados. Os brasileiros, então, cuja falta de inteligência é
notória, são mais facilmente induzidos ao comportamento de burro de carroça
para cuja atividade não envolve inteligência. Há máquinas pelaí que apenas
técnicos estrangeiros põem em funcionamento. O resultado do exame de urina do jogador
de futebola desperta interesse infinitamente maior no brasileiro do que o
conhecimento de qualquer outra coisa, principalmente no que diz respeito às
condições em que viverão seus filhos, ou seja, no futuro.
Quando o
Brasil ainda engatinhava, esteve por aqui o Grande Mestre do Saber Charles
Darwin. Lembra o jornalista bisbilhotador Alex Ferraz do jornal Tribuna da
Bahia ter Darwin afirmado que o brasileiro não tem as qualidades que dão
dignidade ao ser humano. De lá para cá, de forma alguma, teria ocorrido mudança
tão significativa a ponto de despertar nestes seres indignos interesse em se
elevarem espiritualmente, o que só se consegue através do conhecimento que só a
leitura proporciona. Não existe sinal de avanço rumo à civilização em nenhum
lugar do mundo. As sociedade nas quais seus cidadãos desfrutam de algum
bem-estar, esta comodidade é proporcionada às custas do mal-estar proveniente
da espoliação que as sociedades supostamente civilizadas fizeram sobre as outras
sociedades, principalmente das denominadas repúblicas de banana. Assim, estando
as sociedades mais velhas ainda na fase bruta de avançar sobre outras
sociedades para lhes roubar o que têm, com o que fica provado não estarem as
sociedades avós ainda interessadas em atividade intelectual, muito menos ainda
as sociedades que se sentem orgulho em ser capacho daquelas. Inté.
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