sábado, 26 de setembro de 2015

ARENGA 161

A falta de vergonha, cinismo, estupidez e instinto de rato do brasileiro envergonhariam a humanidade caso ela também não padecesse dos mesmos males. O mundo precisa de um novo Iluminismo. Mas um Iluminismo que ilumine as mentes de todos os seres humanos. Não vale um movimento iluminista como aquele ocorrido no século XVIII em reação ao absolutismo, quando a atividade de governar era concentrada nas mãos de um rei que sozinho tomava todas as decisões, por mais importantes que fossem para o destino da sociedade, mas que resultou em coisa nenhuma porque o poder de decisão continua sendo tão restrito que nem mesmo suprimiu a existência de reis. O advento da atividade comercial aliado à brutalidade humana fez com que os mais brutos que o normal explorassem os brutos desavisados, e de tanto levar vantagem acabaram ajuntando riqueza suficiente para lhes dar o poder de convencer a sociedade bruta de ser necessário adorá-los, do mesmo modo como o poder da religião convence da necessidade de se adorar Deus. Entretanto, assim como é desnecessário adorar Deus porque não existe nenhum Deus, e é um grande desperdício a existência de templos suntuosos e um exército de parasitas vivendo a tagarelar sobre coisa alguma, do mesmo modo não se justifica manter uma plêiade de “autoridades” em suntuosos palácios custando imensa fortuna para exercerem atividades também prejudiciais à sociedade como demonstra a Operação Lava Jato. O modo de proceder no qual alguns exploram os demais vem se arrastando através das sucessivas gerações, começando só atualmente leve possibilidade de uma clarividência sobre o erro monumental da conformação em se permanecer na situação inexplicável em qualquer lógica de se produzir a riqueza que existe no mundo para que seja ela desfrutada apenas por alguns gatos pingados. Se é preciso passar necessidades, para que, então, trabalhar e pagar impostos? Como haver justificativa para que os pobres paguem mais imposto do que os ricos e que volta e mais o governo anistia ricos de suas dívidas tributárias como está fazendo agora com os monstruosos Midas do agribiuzinesse? Que dizer da notícia na imprensa segundo a qual o PT possui dinheiro suficiente para comprar a vitória nas próximas eleições? Então eleição é comprada? O que justifica tantos desatinos?
ANALFABETISMO POLÍTICO é a resposta para estas perguntas. Nada mais que o analfabetismo político mencionado pelo filósofo Bertold Brecht. A índole de rato do ser humano não permite que a sociedade seja indiferente ao mundo da política. O resultado desta indiferença produziu no mundo inteiro uma casta elevada à categoria de deuses, parasitas aos quais a humanidade é obrigada a reverenciar, tratar de excelências e providenciar para que nada lhes falte. A sensibilidade dos poetas levou Manoel Bandeira à percepção deste erro na poesia Vou-me Embora prá Pasárgada, que pode ser lida na amigona Wikipédia, e cujo primeiro verso é assim: Vou-me embora prá Pasárgada/ Lá sou amigo do rei/Lá tenho a mulher que eu quero/Na cama que escolherei/Vou-me embora pra Pasárgada.
Assim, enquanto a malta estiver ligada em igreja, axé, futebola, “famosos” e ‘celebridades”, infinitamente longe da percepção de Manoel Bandeira, célebre e famoso sem aspas, os trouxas continuarão desempenhando seu eterno papel ridículo de trouxas, obrigados a providenciar xoxotas não para reis e seus amigos. Inté.
 
 
 
 
 
 
 
 

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