Ronaldo
Fenômeno acaba de vender o apartamento que mantinha havia mais de dez anos na
elegante Avenue Montaigne, em Paris. O ex-craque e a namorada, a modelo Celina
Locks, passaram uma derradeira estada no lugar entre o início do segundo
semestre e o começo de novembro, quando ela veio ao Brasil a trabalho. O valor
da venda segue guardado a sete chaves. Esta notícia
publicada na revista Carta Capital era para ser encara pela juventude como uma
bofetada na cara. Quando esta juventude for substituída por outra que não leva
para casa um zero do Enem e que atinar com a realidade de que seus avó,
bisavós, trisavós ou seja lá que “vós” forem pagaram satisfeitos e brincalhões as
despesas de mil e uma coisas desse tipo fartamente estampadas na imprensa,
enquanto enfrentavam fila na madrugada chuvosa a mendigar empréstimo para pagar
o estudo que a constituição lhes garante por conta dos impostos, o que haverá
de pensar aquela juventude sobre esta juventude? Que ideia faria ela de seus
antecedentes que se dependuram nos corrimão dos coletivos rumo às igrejas para levar
o dinheiro de construir templos monumentais e pagar uma plêiade imensurável funcionários
completamente inúteis por representarem um Deus que nunca existiu? Ou para os
terreiros de requebrar os quadris no axé levar o dinheiro para custear a vida
faustosa de “famosos” que não sabem fazer um “O” com um copo e de “famosas”
cuja maior especialidade á esfregar as xoxotas? Ou para as lojas, sugestionados
pela papagaiada de microfone, levar o dinheiro de trocar por um mais rápido o
aparelho de futucar? Ou para os estádios de futebola levar o dinheiro de pagar
os iates, apartamentos, aviões, farras monumentais de jogadores de futebola com
“modelos”? Ou será que ninguém precisa pagar por nada disso? Virá tudo de um
passe de mágica, de um "Fiat” semelhante ao que criou o universo, como
acredita a massa ignara da qual faz parte a juventude atual? Ou a juventude
começa a usar a capacidade de raciocinar com a qual a natureza lhe diferenciou
da besta, ou a amargura que ela amarga agora, embora e não saiba ser amargurada
exatamente por não pensar, haverá de amargurá-la de modo tão intensivo que não
poderá deixar de tomar conhecimento tal a intensidade dos sofrimentos
provenientes do atual modo de viver apenas em função de riqueza e ignorância.
Ao se perguntar a um jovem pelo seu estado de saúde, a resposta estou bem, vem
inevitavelmente acompanhada de um graças a Deus. Entretanto, ele descobrirá
entristecido quando lhe bater à porta da velhice a realidade de que Deus só
cuidava dele enquanto jovem com reserva de energia. Na hora da necessidade de
UTI, entretanto, se não tiver uma boa conta bancária, estará esperando por ele
o mesmo por que passou o personagem de Leon Tolstói no livro A Morte de Ivan
Ilitch. Não admitir esta hora é o pior
dos resultados do não pensar porque ele chegará tão certo quanto estou a teclar
estas mal traçadas e aquele que atravessou o período de vida sem educar-se
espiritualmente amargará sem necessidade sofrimentos dispensáveis. E esta é uma
afirmação facílima de ser checada. Basta visitar todas as dependências de um
hospital, principalmente os de pobres, embora sejam os preferidos de Deus no
dizer dos frequentadores de igreja, axé e futebola, categoria na qual se
enquadra noventa e nove vírgula nove por cento da juventude cuja mentalidade
está muito bem representada pela mentalidade que molda a personalidade do filho
de presidiário Sérgio Cabral ao perguntar a um segurança: “VOCÊ SABE QUEM SOU
EU?”. Antes da Lava Jato, certamente ele perguntaria “VOCÊ SABE QUEM É MEU
PAI?”. Não o fez certamente por medo de ouvir a seguinte resposta: “SEI. UM
LADRÃO”. Certa vez, entre goles de uísque no Aerobar, ouvi que ante a
arrogância de um jovem que lhe perguntou se ele sabia quem era seu pai um segurança
respondeu: “SE NEM SUA MÃE SABE, COMO É QUE EU VOU SABER?”
Infelizmente, a juventude é isso daí. Não há termo capaz de expressar o
tamanho da estupidez de uma juventude que aplaudiu a sacanagem da Olimpíada que
segundo matéria publicada no Jornal do Brasil denominada 'Le Monde' chama
Rio de Janeiro de favela Olímpica, onde se lê coisas assim: “O jornal
francês Le Monde traz em sua edição deste sábado uma reportagem
intitulada "La favela olympique" (em português: favela olímpica),
onde critica fortemente o estado das instalações feitas para a realização dos
jogos olímpicos em agosto de 2016, no Rio de Janeiro, que em menos de seis
meses se encontram em total abandono e decadência, como o caso do estádio do
Maracanã”... “Maracanã agora tem
sua grama amarelada, seca como feno, cadeiras furadas, e sua luz foi cortada
por falta de pagamento”.
E então, juventude, cadê você? Isso não é papel de jovem porque jovem tem
jogo de cintura, sagacidade, pronta reação às adversidades. Algo de muito
estranho acontece com os jovens ao dirigirem suas energias apenas a duas
atividades, ambas inúteis: preparar-se para ser rico ou criminoso, na verdade,
a mesma coisa. Tenham pena de seu país e de vocês mesmos, jovens! Não chafurdem
na ignorância e nem deixem seu país chafurdar na lama e no ridículo! Deixar de
ser palerma é fácil como deixar de fumar. Basta querer, o que significa ser
macho que mija na parede feito a rapaziada da Lava Jato e ser fêmea que não se
mire no espelho de “famosa” e “modelo”. Jovens que se mirem no espelho de
Heloisa Helena e Eliana Calmon. Lembrem-se, sobretudo, que a História contará
às futuras gerações o procedimento lamentável que vocês têm tido até agora.
Inté.
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