sexta-feira, 10 de março de 2017

ARENGA 393


O mundo só terá desassossego, sobressaltos e crescente infelicidade enquanto tiver a prosperidade material do desenvolvimento econômico por principal objetivo. A economia, assunto sobre o qual papagaios de microfone papagaiam incessantemente, numa distorção total da verdade dos fatos, mereceu do escritor Edmilson Movér, na página 21 do ensaio Antitratado de Economia, a observação lúcida de que se a ciência da economia resolvesse alguma coisa a sociedade americana não deveria sofrer os efeitos das crises econômicas como aconteceu em 2008 porquanto é lá onde se encontram as mais avançadas universidades de ciências econômicas em todo o mundo. Na realidade, a irrealidade do que afirmam os economistas não se deve ao fato de serem pessoas desprovidas de inteligência. A verdade observável no curso da História é que todo e qualquer tipo de governo tem seus apoiadores. Dentro desta irrefutável lógica, os economistas são os apoiadores do sistema capitalista adotado pelos governos que ditam a administração do mundo. Sendo os Estados Unidos o carro-chefe dos países capitalistas, seu Secretário de Estado, o economista Henry Kissinger, bradou e os economistas das repúblicas de banana principalmente repetem à exaustão que a melhor forma de administração é permitir que o mais forte (o mais rico) subjugue o mais fraco. É o que fazem nossos papagaios de microfone quando apontam vantagens no agribiuzinesse, no consumismo e na reforma da previdenciária, o que fazem não por desinteligência, mas pela garantia do emprego que lhes assegura a manutenção da família. O emprego é uma forma de subjugar, de submeter-se à vontade do empregador ante a possibilidade de perder a garantia do sustento da família. Por isso e emprego impele o desenvolvimento mental sempre na direção de riqueza, objetivo que orienta todo empregador e que leva a humanidade a empregar em armas recursos que deveriam ser empregados em bem-estar individual do qual depende o bem-estar social, e vice-versa. No frigir dos ovos, chega-se à conclusão de serem os economistas nada mais do que moleques de recado da ideologia de Donald Trump segundo a qual o aquecimento global é conversa fiada, o que é desmentido pelo descontrole dos fenômenos naturais e pela notícia publicada no Jornal do Brasil sobre matéria do jornal inglês The Guardian onde se lê o seguinte: OMS diz que poluição é responsável por 1,7 mi de mortes de crianças ao ano. Matéria publicada nesta segunda-feira (6) pelo The Guardian conta que de acordo com novos relatórios da Organização Mundial de Saúde a poluição é responsável por uma em cada quatro mortes entre todas as crianças menores de cinco anos. O diário acrescenta que as principais causas seriam ar tóxico, água com impurezas e falta de saneamento básico”.

Considerando, pois, a realidade de defenderem os economistas procedimentos dos quais resulta morte de criancinhas, chega-se à conclusão de serem eles tão nocivos à sociedade quanto os advogados que se tornam milionários por conta da especialização de inocentar ladrões do erário em troca de participação no produto do roubo, prática da qual também resulta na morte de criancinhas por falta do leite redentor. Também na contramão vai o lengalenga dos economistas sobre a esperança de combate ao desemprego. O economista ganhador de Nobel Joseph E. Stiglitz na página 215 do livro O Mundo Em Queda Livre coloca o desemprego como causa impediente à organização social quando afirma que “Enquanto o índice de desemprego permanecer alto, a ameaça da deflação será tão grande quanto a da inflação. A deflação é um risco sério porque, quando os salários e os preços caem, as famílias não conseguem pagar suas dívidas”. É falso o mundo da economia capitalista aprovado pelos economistas, não só por se apoiar no sistema bancário, cupim que corre a tranquilidade das pessoas ao sugar-lhes o suor, mas também por se fundamentar na dependência do emprego quando a realidade é que a fome de riqueza dos patrões dos economistas, os ricos donos do mundo, promove deliberadamente o desemprego a título exatamente de economia. Até as prostitutas perdem seus empregos para a tecnologia que proporciona economia para a avareza dos Midas da revista Forbes como mostra esta notícia: Barcelona recebeu a primeira casa de prostituição apenas com bonecas hiper-realistas de material termoplástico. Não há sequer uma mulher de programa no novo bordel da cidade espanhola. Segundo o jornal “Mirror”, uma hora de programa com as bonecas custa cerca de R$ 330, o que equivale a 100 euros. Os quartos são individuais e a empresa promete que assegura a máxima higiene”.

Prova de se tratar de pura falsidade o mundo da economia é a matéria jornalística dando conta de que na China acabou a escravidão porque os operários de lá ganham salário superior ao salário dos brasileiros. Ora, tal afirmação é conversa para boi dormir ou para massa de frequentadores de igreja, axé e futebola. Sendo o emprego o elo que prende o trabalhador à escravidão, como falar em libertação através do salário que liga o trabalhador ao emprego? Qualquer que seja o salário, será sempre nada mais que apenas pequena parcela do resultado do trabalho desenvolvido pelo trabalhador, como afirmou Marx, cujo grande erro foi depositar esperança na massa bruta de povo ao depositar nela uma capacidade que não existe de formar uma sociedade civilizada. Na página 895 do segundo volume de História da Civilização Ocidental, diz Burns, seu autor, que em 1872 em Amsterdã Marx teria declarado que em países como Inglaterra e Estados Unidos os trabalhadores poderiam alcançar seus fins por meios pacíficos, História tem mostrado provas indiscutíveis desta impossibilidade, inclusive o episódio monstruoso de ter sido uma fábrica fechada e incendiada nos Estados Unidos com os trabalhadores lá dentro por reivindicarem melhores condições de trabalho.

Afirmar libertação da escravidão através de salário é tão tendencioso quanto a afirmação safada do posudo FHC de não haver prejuízo social no financiamento de campanha. Tal afirmação é nada menos que uma verdadeira imoralidade do ponto de visto social por ser, na verdade, um processo diabólico contra a sociedade sobre a qual recairão as consequências dessa safadeza de financiamento de campanha ora demonstradas pela Operação Lava Jato que afetaram de modo mais grave o Rio de Janeiro onde o resultado do financiamento de campanha deixou uma penúria tão grande que os funcionários públicos estão mendigando comida.

A falsidade da afirmação de Fernando Henrique, sobre quem o próprio tio disse não merecer confiança, foi muitissimamente bem analisada e desbancada pelo perspicaz jornalista Ricardo Boechat, cuja capacidade de percepção dos fenômenos sociais contrasta flagrantemente com sua declaração de gostar de futebola, por ser este parte do pão e circo do qual provém a indiferença em relação à política, o analfabetismo político que propicia campo livre às malandragens do mundo da politicagem ao desviar a atenção da massa bruta de povo, tornando-a incapaz de perceber as nuances contra ela como faz magistralmente o grande jornalista admirador de futebola. Inté.

 

 

 

 

 

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