Alguém em
sã consciência deixaria seu destino nas mãos do inimigo? Pois o povo deixa.
Bota tanta confiança na recomendação religiosa de amar o inimigo que entrega de
corpo e alma seu destino não apenas a um, mas a uma grande quantidade de inimigos.
Não é por outro motivo que o povo é infeliz de norte a sul e de leste a oeste
do planeta. Aqueles povos que se acham superiores, na verdade, nenhum motivo
têm para assim se acharem. São tão espiritualmente baixos que além de roubar
recursos materiais dos povos de quem escarnecem, ainda zombam deles taxando-os
de ridículos. É verdade que nós brasileiros parece termos sido partejados sob
influência de Satanás. Somos tão abandonados pela sorte que uma bandidagem imensurável
e impiedosa faz as leis que determinam nosso destino, realidade da qual também
não escapam aqueles povos que julgam superiores. Mais do que qualquer outro
povo no mundo, entretanto, esse povinho brasileiro é o que menos se interessa
pelos assuntos políticos, embora sejam eles que determinam sua qualidade de
vida e o futuro de seus filhos. Aí está no jornal Folha de São Paulo declaração
do advogado José Roberto Batochio de que a decisão da Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal acabou com o direito penal de terror no Brasil. Para a massa ignara
de frequentadores de igreja, axé e futebola, esta declaração nada significa
porque a única coisa que chama atenção de imbecis é a impureza espiritual dos
“famosos” e das “celebridades”. Entretanto, para quem pensa, porque há quem o
faça, o que quereria dizer o doutor Batochio com “decisão da segunda turma” e
“direito penal de terror no Brasil”? Deixando de fora a malta festeira, para as
pouquíssimas pessoas capazes de pensar no futuro dos filhos, significa que a
democracia tida como a melhor forma de administração pública pela
impossibilidade de haver outra forma pior, aqui entre nós esse pior é ainda
pior uma vez que o corpo de mossa democracia se mostra totalmente tomado de
chagas purulentas que ou passam por uma desinfecção absoluta ou fenecerá como
feneceu o regime feudal. Desse modo, os gatos pingados capazes de pensar que
existe um futuro no qual estarão seus filhos deverão eleger como preocupação
primordial engendrar uma mudança que não fracasse como fracassaram todas as já
experimentadas na busca por uma sociedade na qual as pessoas não sofram tanto
em consequência de relegar seu bem-estar a posição inferior à aquisição de
riqueza.
A esta
vergonha imensurável chegou a nossa democracia: A decisão da segunda turma
festejada polo doutor Batochio é nada mais do que uma ordem de soltura para
autores do crime de lesa pátria que se encontravam na cadeia graças ao trabalho
heroico de uns poucos jovens cujo comportamento mostra nunca terem levado para
casa um zero do Enem e que lutam arduamente em defesa desta infeliz juventude
programada para futucar telefone. Pois, como prova da podridão de nossa
democracia, dos cinco ministros que
compõem a segunda turma do STF, Gilmar Mendes Dias Toffoli e Ricardo
Lewandowski, contra o voto vencido dos outros dois ministros Edson Fachin e Celso
de Mello, para regalo da conta bancário do doutor Batochio, simplesmente
mandaram que fossem libertados os inimigos da sociedade que lhe roubam os
recursos dos quais depende o leite das criancinhas pobres, o sofrimento nos corredores
dos hospitais, a violência e a choradeira na televisão. Como se não bastasse
este fato para expor a podridão de nosso sistema de administração pública, a
outra declaração do doutor Batochio de ter acabado o direito penal de terror no
Brasil, significa simplesmente que o terror está é na perseguição aos que
delinquem contra a sociedade. Para os advogados que dividem o botim com a
bandidagem, os defensores da sociedade, aqueles denodados funcionários públicos
cumpridores do dever, homens honrados acima de tudo que lutam pela aplicação
das penalidades previstas no Direito Penal visando retirar criminosos do
convívio social é que são os terroristas no lugar daqueles que promovem a
desordem e a degradação da vida social. A distorção da forma de administração
pública chegou a tal imoralidade que entre os administradores há traficantes de
droga, proponente de suruba e “mula”. Agora, temos na imprensa essa joia de
declaração do ex-secretário
de Cabral: Nossas
putarias têm que continuar. E a depender daqueles três ministros de biografias
mais sujas que pau de galinheiro, as putarias continuarão.
Para não ficar na opinião de um Zemané
qualquer, aqui está a opinião de autoridade em assuntos sociais, na matéria publicada
no Blog Outras Palavras, denominada LUTA DE CLASSES, SÉCULO XXI, de Gustavo
Henrique Freire Barbosa:
Zygmunt
Bauman avisou, apoiando-se em Gramsci: a democracia torna-se cada vez mais oca,
quando a aristocracia financeira impõe seu poder e resta à sociedade participar
de eleições cosméticas - “A crise consiste precisamente no fato de
que o velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, aparece
uma grande variedade de sintomas mórbidos”, escreveu Antonio Gramsci durante o
longo período em que ficou encarcerado na prisão de Tudi di Bari, na
Itália - Neste contexto, a prevalência do capital
financeiro e a transnacionalização das relações econômicas, características
fundamentais da globalização, vêm sucessivamente transferindo os núcleos de
decisão política dos Estados nação para entidades internacionais como o FMI e a
Comissão Europeia. Tais entidades, no
afã de atingir seus predatórios objetivos de acumulação, adotam como modus
operandi a sistemática subjugação de soberanias nacionais e a incontida
subversão de ordenamentos jurídicos, conseguindo escapar do princípio clássico
de que “aquele que governa tem o poder e faz as leis”. Aí está, pois, a necessidade de fazer nascer o
novo e de mandar para os quintos dos infernos a cultura de riqueza acima de
tudo porque o que deve estar acima de tudo é viver bem. Mas, prá que pensar
nestas coisas se a papagaiada de microfone já convoca a atenção dos biltres
outra Copa do Mundo? Inté.
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