Embora
consciente de que só máquinas pode fazê-lo, este blog tem uma fé de remover
montanhas e uma esperança do mesmo tamanho em que a juventude do mundo perceba
ser o sentimento de irmandade a única coisa capaz de fazer com que os seres
humanos não sofram tanto. Um sentimento de irmandade que se houvesse nossos
irmãos negros e índios teriam sido tratados com respeito em vez de escravizados
e assassinados. Absolutamente nada justifica que os seres humanos se recusem em
evoluir espiritualmente, teimando em viver do mesmo modo como vivem os
irracionais a se destruírem mutuamente. Dois textos extraídos do primeiro
volume do grandioso livro HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL, de Edward McNall
Burns, provam de modo irrespondível, a triste realidade de comportarem-se ainda
os seres humanos de hoje do mesmo modo como se comportaram nossos antepassados
de milhares de anos atrás. Da página 53, o capítulo intitulado A RELIGIÃO
EGÍPCIA, diz o seguinte: “Logo após
o estabelecimento do Novo Império a religião no Egito sofreu uma séria
adulteração. Seu significado ético foi desvirtuado e a superstição e a magia
ganharam ascendência. A causa principal parece ter sido uma desvalorização
intelectual ocorrida ao tempo da longa guerra de expulsão dos hicsos. O rigor
da luta favoreceu o desenvolvimento de atitudes irracionais. O resultado foi um
notável aumento de poder dos sacerdotes, que exploravam o terror das massas em
proveito próprio. Ávidos de lucro, inauguraram a prática da venda de feitiços
mágicos, que tinham supostamente o poder de evitar que o coração dos mortos
denunciasse o verdadeiro caráter destes. (Aqui se faz necessário o que
quer dizer denúncia do coração. É que o morto era submetido a um interrogatório
a fim de ser admitido no céu. A comprovação da veracidade de suas respostas era
feita colocando seu coração numa balança em oposição a uma pena (símbolo da
verdade) que deveria fazer a balança pender para seu lado). Voltemos, agora,
para o texto: “Vendiam
também fórmulas que, asseveravam, inscritas em rolos de papiro e colocadas nas
tumbas, eram valiosas para facilitar a entrada do morto no reino dos céus. O
conjunto dessas fórmulas constituía o chamado Livro dos Mortos. Contrariamente
à impressão geral, não se tratava de uma Bíblia egípcia, mas de uma mera
coleção de inscrições mortuárias. Algumas delas proclamavam a pureza moral do
morto (lembra os advogados jurando de pé junto que o ladrão não é
ladreão); outras ameaçavam os deuses
com desastres, a menos que fosse por eles assegurada a recompensa eterna às
pessoas cujos nomes registravam. Todas eram compradas na crença de que
garantiam livre ingresso no reino de Re (Deus).” Esta era a mentalidade que orientava o comportamento das
pessoas no primeiro aglomerado humano denominado Civilização Egípcia que
existiu há cerca de seis mil anos atrás. Cinco mil e quinhentos anos mais
tarde, quando seria de se esperar que os seres humanos olhassem para aqueles
fatos históricos como acontecimentos provenientes de monumental falta de
maturidade de um povo ainda desprovido de evolução mental, cinco mil e quinhentos
anos depois, eis que o capítulo intitulado A VENDA DE INDULGÊNCIAS, copiado das
páginas 452 e 453 do mesmo livro dá prova cabal de viverem os seres humanos por
época do descobrimento da república brasileira de banana na mesma falta de
evolução mental dos seus antepassados egípcios. Não é outro o motivo pelo qual
os humanos estão predestinados à infelicidade da subserviência. São ainda tão
tolos que se empolgam com discurso de político. Imensas multidões enchem praças
para ovacionar políticos que se fazem passar por defensores, mas que na verdade
são algozes da turba constituída por adultos tão facilmente enganáveis quanto
crianças. É o que se constata deste outro capítulo: “A teoria em que se baseia a indulgência tem seu fundamento na famosa
doutrina do Tesouro de Merecimento, desenvolvida pelos teólogos eclesiásticos
no século XIII. De acordo com essa doutrina, Jesus e os santos, devido às suas
“supérfluas” de que deram provas na terra, acumularam no céu um excesso de
merecimento. Esse excesso constitui um tesouro de graça sobre o qual o papa
pode sacar em benefício dos mortais comuns. Originalmente, as indulgências não
eram concedidas em troca de pagamento em dinheiro, mas apenas como prêmio a
obras de caridade, jejuns, participação numa cruzada ou coisa parecida. Foram
os papas da Renascença, com a sua insaciável cupidez, os primeiros a iniciar a
venda de indulgências como negócio lucrativo; e os métodos que empregavam não
eram nada escrupulosos. O comércio de “perdões” passava muitas vezes para as
mãos de banqueiros que os negociavam à base de comissão. Como exemplo, podemos
citar os Fuggers, de Augsburgo, que se encarregavam de vender indulgências para
Leão X, com a permissão de embolsar um terço da receita. O único objetivo do
negócio era, naturalmente, angariar tanto dinheiro quanto fosse possível. Em
consequência, os agentes dos banqueiros iludiam os ignorantes fazendo-lhes crer
que as indulgências eram passaportes para o céu. Por volta do século XVI o
nefando tráfico havia atingido as proporções de um escândalo gigantesco. Acreditava-se
que os objetos usados por Cristo, pela virgem e pelos santos possuíam uma
milagrosa virtude curativa ou protetora para qualquer pessoa que os tocasse ou
lhes chegasse perto. Era inevitável que tal crença desse ensejo a inúmeras
fraudes. Tornava-se fácil convencer camponeses supersticiosos de que qualquer
lasca de madeira velha era um fragmento da verdadeira cruz. Evidente, não
faltavam negociantes de relíquias para se aproveitarem desta credulidade. Os
resultados foram fantasticamente além do que se pode acreditar. De acordo com
Erasmo, as igrejas da Europa possuíam pedaços de madeira da verdadeira cruz em
quantidade suficiente para construir um navio. Não menos de cinco tíbias do
jumento montado por Jesus quando entrou em Jerusalém eram exibidas em lugares
diferentes, para não falar em doze cabeças de João Batista. Martinho Lutero afirmou
num libelo dirigido ao seu inimigo, o arcebispo de Morgúcia, que este dizia
possuir “uma libra inteira do vento que soprou para Elias na caverna do Monte
Horeb, além de duas penas e um ovo do Espírito Santo”,
Estarrecedor
é constatar que ainda no presente começo do século vinte e um, o mundo continua
na mesma pasmaceira intelectual. Ou alguém pode encontrar alguma diferença
entre a sandice de comprar entrada para o céu, a cena ridícula do Papa beijando
o pé do infeliz presidiário, jovens cepando fora a cabeça de outros jovens
para conquistar a graça divina, ou o pastor que segundo a imprensa convocou fieis para vê-lo caminhar sobre as águas do rio, mas foi comido por três jacarés? Se a juventude gosta tanto de velocidade, por
que permanecer nessa pasmaceira eterna da mesmice? Inté.
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