terça-feira, 28 de junho de 2016

ARENGA 281




Quando eu era tão inocente a ponto de acreditar no trabalho honesto, esta ilusão me levou a tentar obter recompensa no árduo trabalho de produzir café. As terras escolhidas em nossa região pelo Instituto Brasileiro do Café eram muito ácidas e precisavam de correção com calcário dolomítico. Na época, havia grande alarde em torno dos benefícios oriundos do uso de soja. Era leite de soja prá lá, carne de soja prá cá, enfim, acreditava-se que soja fizesse milagres em benefício da saúde, do mesmo modo como também já se creu nos milagres provenientes do confrei, kiwi e em tudo que diz a papagaiada de microfone. Como ainda não contava eu com o aprendizado dos Grandes Mestres do Saber e não passava de mais um espécime de povo, fiz pequena plantação de soja para consumo próprio depois de devidamente elevado o Ph da pequena área para o nível ideal. Eis que um prestimoso senhor da vizinhança, que era tão povo quanto eu, também embalado pelos encantos da soja, tentara produzi-la sem sucesso em virtude da acidez do solo onde fez a plantação. Ao ver minha plantação exuberantemente viçosa e com esplêndida floração, o bondoso e inocente senhor ficou tão encabulado que disse que eu fazia milagre.

Todos os milagres têm o mesmo fundamento: O desconhecimento da causa que produziu o efeito. Prova-se esta realidade fazendo um arco íris igualzinho àquele que para quem ainda é povo representa o sinal que Deus colocou no céu para se lembrar da promessa feita a Noé de nunca mais provocar dilúvio. O arco íris só aparece quando há nuvens de chuva e sol concomitantemente, estando, pois, relacionado à humidade e claridade. Sob luz solar, segurando-se firmemente uma mangueira aspergindo água sob fortíssima pressão, de modo a pulverizar esta água em gotículas na forma de neblina, o reflexo da luz do sol nas gotículas formará um belo arco ires. A humanidade vive um mundo de inverdades nas quais baseia seu comportamento, razão de tanta infelicidade porquanto da mentira nada se pode obter de bom. As inverdades são implantadas nos seres humanos através de um ritual de magia negra patrocinado pelos ricos donos do mundo e executado pela papagaiada de microfone e escritores assalariados. Esta realidade pode ser percebida nos pronunciamentos que o senhor doutor Delfim Neto faz na rádio Bandeirantes AM de São Paulo, indicando procedimentos corretos para uma administração pública correta. Entretanto, sendo uma administração pública correta aquela que leva paz e tranquilidade à sociedade que administra, o que não pode ocorrer sem que haja entre os componentes desta sociedade um comportamento de respeito e estima entre elas, posto que somos antes de tudo seres sociais, conclui-se que o senhor Delfim Neto está a jogar conversa fora porque sua atuação prática é no sentido do individualismo antissocial por pertencer ele à mesma escola do senhor Henry Kissinger, para o qual a competição em vez da cooperação é a melhor maneira de se viver. Os meios de comunicação, por pertencerem aos ricos donos do mundo, têm a mesma prática de falar o inverso daquilo que é, como, por exemplo, ser socialmente benéfico o agribiuzinesse, os bancos, o compra-compra, beber refrigerante, tomar remédio por conta própria, ser chique conhecer o “American Way of Life”, haver vantagem no futebola de várzea porque resulta em bons jogadores, haver justificativa para gastar em estádios monumentais para brincadeiras. Há verdade nisso daí? Não há! E se não há por que é dito que há?  Por que os meios de comunicação nada veem de estranho alguém ganhar bilhões para chutar bola e um professor ganhar a micharia que ganha? Se a juventude quer um futuro para seus filhos, basta que tire da futucação de telefone dez minutos por dia para refletir sobre o que é que justifica tanta falsidade. Inté.
 


 

  

 

 

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