A
humanidade teima em não fazer uso da inteligência para concluir que desde
sempre desempenha papel de idiota. Não há quadro mais revelador de desinteligência
do que a multidão ovacionando seus carrascos na pessoa de falsos líderes,
estupidez que se repete a cada eleição. À massa bruta de povo escapa a
percepção de ser tão vã a esperança em novos tempos cada vez que novos líderes
substituem velhos líderes quanto vã é a esperança de felicidade cada vez que um
ano novo substitui um ano velho. O ser humano exorbita em termos de estupidez
ao esperar que pessoas estranhas se ocupem da tarefa de resolver seus
problemas. Nascidos e criados dentro da cultura individualista e predominante
do cada um por si, é inteiramente impossível haver quem deixe de ser por si
para ser pelos outros. Daí não passar de imbróglio, de uma palhaçada muito
custosa, isso de Poder Executivo, Legislativo e Judiciário em relação ao
bem-estar social porque os integrantes de todos os poderes estão preocupados
unicamente consigo mesmos. Nem poderia ser de outra forma porquanto inexiste
quem não tenha ainda em sua índole resquícios dos tampos de bicho, preservada
pela cultura do cada um por si e o resto que se dane. A humanidade empacou na
estupidez e de lá não sai. No mundo rural de antigamente onde fui jovem,
costumava-se desempacar burro empacador colocando debaixo do rabo dele um coco
verde de cansanção. Queimando como fogo, quanto mais o burro empacador apertava
o rabo, mais o coco queimava, e quanto mais o coco queimava, mais o burro
empacador disparava e apertava o rabo. Faz-se necessário, pois, colocar um coco
de cansanção debaixo do rabo da humanidade para desempacá-la da inamovibilidade
mental que a torna incapaz de perceber o quanto tem sido estúpida em deixar-se
levar por espertalhões travestidos de líderes, canastrões que enredaram os
seres humanos com um manto de falsidades tão envolvente que incapacita a
humanidade de alcançar a percepção de viver uma eterna fantasia, realidade que
salta aos olhos quando se observa que as pessoas consideradas as mais
importantes da sociedade são, na realidade, as de nenhuma importância social
por serem verdadeiros parasitas sociais. Este tipo de gente fica perfeitamente
bem representada na pessoa de um jogador de futebola quando marca um ponto e se
ajoelha e levanta as mãos e o rosto para o céu em agradecimento por lhe
permitir ter sucesso.
Uma vez
portadores de tamanha incapacidade mental os membros da sociedade humana, como
se falar em civilização? A mesma competição própria do mundo dos irracionais é
recomendada na sociedade humana por expoentes da intelectualidade humana que em
troca da despensa abastecida se dispõem a distorcer a verdade e esconder a
realidade, evitando que a coletividade se foque nas coisas realmente importantes
do ponto de vista do bem-estar social. Mas a história mostra que de tempos em
tempos os enganadores passam de esfoladores de rabo para rabo esfolado. Por
mais que demore, por mais burra que seja massa bruta de povo, será impossível
impedir a percepção de ser inaceitável a imposição ao povo da obrigatoriedade
de sustentar parasitas sociais na vida nababesca dos palácios a urdirem
tramoias contra a sociedade. Quem viver, verá. Inté.
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