sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

ARENGA 527


A humanidade teima em não fazer uso da inteligência para concluir que desde sempre desempenha papel de idiota. Não há quadro mais revelador de desinteligência do que a multidão ovacionando seus carrascos na pessoa de falsos líderes, estupidez que se repete a cada eleição. À massa bruta de povo escapa a percepção de ser tão vã a esperança em novos tempos cada vez que novos líderes substituem velhos líderes quanto vã é a esperança de felicidade cada vez que um ano novo substitui um ano velho. O ser humano exorbita em termos de estupidez ao esperar que pessoas estranhas se ocupem da tarefa de resolver seus problemas. Nascidos e criados dentro da cultura individualista e predominante do cada um por si, é inteiramente impossível haver quem deixe de ser por si para ser pelos outros. Daí não passar de imbróglio, de uma palhaçada muito custosa, isso de Poder Executivo, Legislativo e Judiciário em relação ao bem-estar social porque os integrantes de todos os poderes estão preocupados unicamente consigo mesmos. Nem poderia ser de outra forma porquanto inexiste quem não tenha ainda em sua índole resquícios dos tampos de bicho, preservada pela cultura do cada um por si e o resto que se dane. A humanidade empacou na estupidez e de lá não sai. No mundo rural de antigamente onde fui jovem, costumava-se desempacar burro empacador colocando debaixo do rabo dele um coco verde de cansanção. Queimando como fogo, quanto mais o burro empacador apertava o rabo, mais o coco queimava, e quanto mais o coco queimava, mais o burro empacador disparava e apertava o rabo. Faz-se necessário, pois, colocar um coco de cansanção debaixo do rabo da humanidade para desempacá-la da inamovibilidade mental que a torna incapaz de perceber o quanto tem sido estúpida em deixar-se levar por espertalhões travestidos de líderes, canastrões que enredaram os seres humanos com um manto de falsidades tão envolvente que incapacita a humanidade de alcançar a percepção de viver uma eterna fantasia, realidade que salta aos olhos quando se observa que as pessoas consideradas as mais importantes da sociedade são, na realidade, as de nenhuma importância social por serem verdadeiros parasitas sociais. Este tipo de gente fica perfeitamente bem representada na pessoa de um jogador de futebola quando marca um ponto e se ajoelha e levanta as mãos e o rosto para o céu em agradecimento por lhe permitir ter sucesso.

Uma vez portadores de tamanha incapacidade mental os membros da sociedade humana, como se falar em civilização? A mesma competição própria do mundo dos irracionais é recomendada na sociedade humana por expoentes da intelectualidade humana que em troca da despensa abastecida se dispõem a distorcer a verdade e esconder a realidade, evitando que a coletividade se foque nas coisas realmente importantes do ponto de vista do bem-estar social. Mas a história mostra que de tempos em tempos os enganadores passam de esfoladores de rabo para rabo esfolado. Por mais que demore, por mais burra que seja massa bruta de povo, será impossível impedir a percepção de ser inaceitável a imposição ao povo da obrigatoriedade de sustentar parasitas sociais na vida nababesca dos palácios a urdirem tramoias contra a sociedade. Quem viver, verá. Inté.   

  










Nenhum comentário:

Postar um comentário