Ao escrever
o romance Servidão Humana, que gira em torno da dependência total de Philip ao
amor de Mildred, certamente que o autor não tinha a intenção. Mas a realidade é
que o escritor William Somerset Maugham ao escrever o romance representou com perfeição
absoluta a dependência da humanidade a líderes. Enquanto a humanidade não parar
um instante e meditar sobre sua realidade estará em relação a seus líderes na
mesma situação de dependência em que se encontrava Philip em relação a Mildred
por força de uma paixão total. A única diferença observável é que Mildred não era
responsável pela dependência decorrente da paixão de Philip que o tornava
escravo da vontade dela. Ao contrário, no que diz respeito à dependência da
humanidade aos líderes, ela não só foi criada, mas também é alimentada por eles
com objetivo de explorá-los, razão pela qual é falsa sua liderança. Os
fabulosos templos que falsos líderes dizem ser casa de deus são apenas postos
de arrecadação de imensas riquezas. Os palácios da administração pública não
passam de antros onde são urdidas as mais perversas resoluções sobre o destino
da humanidade. Tudo que é dito tanto nos primeiros quanto nos segundos não
passa de mentiras. Ao se colocarem como intermediários entre deus e o ser
humano os falsos líderes religiosos desempenham o mesmo papel que desempenhavam
os vendedores das indulgências que em troca de dinheiro davam ao indigno de
deus o direito de entrar no reino divino. Já nos palácios dos falsos líderes
políticos o engodo não é diferente porque enquanto os falsos líderes que os
habitam, apesar de receberem salários pagos pelos seres humanos, são, na
verdade, mais do que seus patrões uma vez que decidem sobre a vida ou morte de
seus liderados ao colocar um fuzil em suas mãos e mostrar-lhes o caminho da
guerra.
Assim tem
sido desde que se tem notícia da existência humana e isto significa que a
humanidade sempre se colocou a serviço de um senhor. Sendo esta a realidade a
que chega quem quer que se dedique a pensar sobre o assunto, o que acontece com
cada vez maior número de pessoas. Até aqui os aboletados em vida faustosa têm
conseguido manter a massa bruta de povo entretida com o pão e circo. Mas, nem é
bom pensar no que acontecerá quando esta massa bruta perceber estar sendo feita
de palhaça sem graça. Isto já aconteceu algumas vezes e o resultado não foi bom
nem para os trouxas e nem para os que fazem as pessoas de trouxas conformadas
em ter o rabo esfolado para que seus senhores acumulem fortunas que por maiores
que sejam, servirão apenas como meio a ser usado para fazer mais fortuna, e
assim por diante.
Os pais
conformados em ser trouxas com seus filhinhos nos carros de supermercado ao
lado dos galões de refrigerante devem pensar se há mesmo razão para que eles
não reflitam sobre a possibilidade de haver racionalidade no que dizem as
pessoas esconjuradas pelos ricos donos do mundo através de seus sabujos, os
papagaios de microfone. Um começo seria conhecer o resultado de uma reforma
agrária tida como coisa do diabo pelos papagaios de microfone em oposição ao
agribiuzinesse que os papagaios de microfone endeusam nos meios de comunicação
em troca da despensa abastecida. Mas é preciso, antes de tudo, saber realmente
o que é reforma agrária. Inté.
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