terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

ARENGA 538


Ao escrever o romance Servidão Humana, que gira em torno da dependência total de Philip ao amor de Mildred, certamente que o autor não tinha a intenção. Mas a realidade é que o escritor William Somerset Maugham ao escrever o romance representou com perfeição absoluta a dependência da humanidade a líderes. Enquanto a humanidade não parar um instante e meditar sobre sua realidade estará em relação a seus líderes na mesma situação de dependência em que se encontrava Philip em relação a Mildred por força de uma paixão total. A única diferença observável é que Mildred não era responsável pela dependência decorrente da paixão de Philip que o tornava escravo da vontade dela. Ao contrário, no que diz respeito à dependência da humanidade aos líderes, ela não só foi criada, mas também é alimentada por eles com objetivo de explorá-los, razão pela qual é falsa sua liderança. Os fabulosos templos que falsos líderes dizem ser casa de deus são apenas postos de arrecadação de imensas riquezas. Os palácios da administração pública não passam de antros onde são urdidas as mais perversas resoluções sobre o destino da humanidade. Tudo que é dito tanto nos primeiros quanto nos segundos não passa de mentiras. Ao se colocarem como intermediários entre deus e o ser humano os falsos líderes religiosos desempenham o mesmo papel que desempenhavam os vendedores das indulgências que em troca de dinheiro davam ao indigno de deus o direito de entrar no reino divino. Já nos palácios dos falsos líderes políticos o engodo não é diferente porque enquanto os falsos líderes que os habitam, apesar de receberem salários pagos pelos seres humanos, são, na verdade, mais do que seus patrões uma vez que decidem sobre a vida ou morte de seus liderados ao colocar um fuzil em suas mãos e mostrar-lhes o caminho da guerra.

Assim tem sido desde que se tem notícia da existência humana e isto significa que a humanidade sempre se colocou a serviço de um senhor. Sendo esta a realidade a que chega quem quer que se dedique a pensar sobre o assunto, o que acontece com cada vez maior número de pessoas. Até aqui os aboletados em vida faustosa têm conseguido manter a massa bruta de povo entretida com o pão e circo. Mas, nem é bom pensar no que acontecerá quando esta massa bruta perceber estar sendo feita de palhaça sem graça. Isto já aconteceu algumas vezes e o resultado não foi bom nem para os trouxas e nem para os que fazem as pessoas de trouxas conformadas em ter o rabo esfolado para que seus senhores acumulem fortunas que por maiores que sejam, servirão apenas como meio a ser usado para fazer mais fortuna, e assim por diante.

Os pais conformados em ser trouxas com seus filhinhos nos carros de supermercado ao lado dos galões de refrigerante devem pensar se há mesmo razão para que eles não reflitam sobre a possibilidade de haver racionalidade no que dizem as pessoas esconjuradas pelos ricos donos do mundo através de seus sabujos, os papagaios de microfone. Um começo seria conhecer o resultado de uma reforma agrária tida como coisa do diabo pelos papagaios de microfone em oposição ao agribiuzinesse que os papagaios de microfone endeusam nos meios de comunicação em troca da despensa abastecida. Mas é preciso, antes de tudo, saber realmente o que é reforma agrária. Inté.  

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