Os
jornalistas Raphael Silva Fagundes e
Wendel Barbosa perguntam no jornal Le Monde Diplomatic Brasil o motivo
pelo qual o sistema educacional brasileiro não segue a orientação do educador
Paulo Freire. Coisas assim me intrigam. Se até eu sei o motivo, como podem
intelectuais desconhecer? O motivo é que ao sistema capitalista que dita as
regras no mundo, razão pela qual o mundo é esta merda que é, a esta
monstruosidade interessa um povo alheio à noção de sociabilidade. Um povo tão
alheio que passa a juventude festejando e a velhice chorando. Um povo que não
liga para os assuntos pertinentes à qualidade de sua vida, mas que se preocupa
com o resultado do exame de urina do jogador de futebola. É um povo assim que
interessa ao capitalismo, sistema para o qual povo é apenas uma peça da máquina
de fazer dinheiro. Daí o motivo pelo qual o sistema educacional por ele foge do
sistema educacional proposto por Paulo Freire como o diabo foge da cruz porque
Paulo Freire sugere uma educação que formasse cidadãos enquanto que os ricos
capitalistas querem uma educação que forme burros-de-carroça. Paulo Freire
jamais instituiria o ensino religioso que está aí de volta ao sistema
educacional capitalista porque a religião ensina a não se preocupar com a
qualidade de vida aqui na Terra porque há uma vida plena de qualidade depois de
morrer. Este aprendizado faz com que pobres se interessem menos em saber o
porquê do beijo do Papa no pé do infeliz do que em saber o motivo pelo qual tem
de amargar o corredor do hospital enquanto uma montanha de dinheiro é desbarata
pelaí. Enquanto o povo tiver o pensamento ligado nos passos do sambista, no
chute do futebola, no beija-pé do Papa, no silicone da “celebridade”, na
ausência de cueca no “famoso”, não se interessará em saber se é verdade o que
dizem os livros Honoráveis Bandidos, O Chefe e Privataria Tucana. Resumindo: é
para ter um povo na condição reles de povo, uma juventude indigna de merecer
esta qualificação pela apatia, pela falta de inciativa, pela indiferença quanto
ao seu futuro, que o sistema educacional foge da orientação de Paulo Freire.
Simples assim. Inté.
Será necessário haver tanta pobreza, choro, sofrimento? Que jovens pobres tenham que se endividar para estudar? Estará certa a conduta tradicional de terem as pessoas de trabalhar para sustentar as autoridades vivendo em palácios e com todas as suas necessidades pagas, inclusive riqueza pessoal para levar quando deixarem seus postos de trabalho? Há necessidade de tantas autoridades? Que tal matutarmos sobre estas coisas? Este é o objetivo deste blog. Nenhum mal haverá de fazer.
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