As vantagens da democracia defendida
por tantos filósofos nos séculos XVII e XVIII eram plenamente justificáveis vez
que se opunham a um bolorento sistema de ser privilégio de uma nobreza
perdulária, arrogante, parasitária e socialmente inútil o direito de exercer a
atividade governamental. Mas, e agora, na atualidade, que o passar do tempo levou
a canalhice humana a engendrar uma deturpação tão espetacular da atividade de
governar que a divisão de poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário proposta
por Montesquieu a fim de que um poder refreasse ilegalidades de outro poder virou
confraria corporativa e os poderes confraternizam e exorbitam em canalhices?
E agora que o Segredo de Justiça
substituiu o Princípio da Transparência e a Prescrição, Foro Privilegiado,
Prisão Domiciliar e a Protelação Por Recursos impossibilitaram a punição?
E agora que a atividade governamental
passou a ser exercida por uma classe política submissa à sanha de avarentos,
inescrupulosos e socialmente imorais Grandes Grupos Econômicos que parasitando
a sociedade e fazem grassar miséria, doenças, fome e violência atrás de si?
E agora que a situação é pior do que
no tempo da nobreza inútil porque se o mal do governo dos nobres era não prover
bem-estar social, o governo atual dos democratas é maior porque promove
mal-estar social?
E agora que a sede de riqueza dos patrões
dos governantes levou as autoridades a legalizar a criminalidade sob alegação
de não dever combater a corrupção por eles praticada para não prejudicar a
economia?
E agora que a situação chegou ao extremo
da imoralidade política, não é hora de despontar nova casta de filósofos como
Thomas Paine, John Locke, Rousseau, Montesquieu e Voltaire com uma nova teoria
sobre a atividade governamental para ocupar o lugar da desgastada e
desmoralizada democracia?
Embora inegável seja esta
necessidade, de onde viriam tais filósofos se os jovens foram transformados em
imbecis que quando não estão futucando telefone é porque estão ligados em BBB,
“famosos”, “celebridades” e reis de pau oco?
Venha de onde vier, contanto que exclua
violência porque o exemplo da França de 1789 e da Rússia de 1917 provou que
esta via acarreta mais sofrimento. Mas, não se pode ter dúvida de que a outrora
badalada democracia precisa dar lugar a outra cultura política vez que a atual está
tão na contramão que as autoridades roubam descaradamente. Um exemplo? A
Receita Federal está dando de cima do velho quase nonagenário que rabisca estas
ponderações, safenado, cardiopata, hipertenso, quase diabético, dependente de
uma pilha de medicamentos, apaixonado por mulheres e uísque fino para recolher
IR (de que é isento) sobre R.$1.154.099,28 quando a quantia recebida foi R.$283.000.
E mais: em 1919 um funcionário do Banco do Brasil feito nas coxas me descontou
indevidamente mais de quatro mil de IR. Pedida a devolução por ser isento,
devolveu apenas duzentos reais. A administração pública apodreceu até o cerne.
O ódio que sabujos do poder ou
papagaios de microfone demonstram contra o velho Marx é uma armadilha do tipo
daquelas que prendem o pé do pobre animal e ele sangra, mas não se livra. A
sociedade também sangra. Mas, ao contrário dos bichos, podendo racionar, deve
bolar uma forma de se livrar da armadilha. O primeiro passo é saber que ela tem
dois nomes: um deles é Pão e Circo, instituição engendrada para distrair com
futilidade a fim de impedir elevação mental. O segundo nome é religiosidade,
instituição engendrada para impedir o ânimo de lutar contra as injustiças com a
mentira deslavada de haver vantagem em ser pobre e passar necessidades.
Um método eficiente para escapar da
armadilha é analisar com acuidade as informações porque elas determinam o
comportamento. Analisando-as, perceber-se-á serem tão falsas que fazem a
opinião pública ser contra a observação do velho Marx de que o mundo precisa de
transformação. Precisa, sim. E urgentemente sob pena de um futuro tenebroso
para as criancinhas rechonchudas e fofas que pais desnaturados colocam em
cadeirinhas nos carros ao lado de refrigerantes e cães, causas de doenças.
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