sexta-feira, 16 de abril de 2021

ARENGA 489

 

Os seres humanos ainda se encontram em nível tão baixo na escala da evolução espiritual que ainda são infensos à atividade meditativa tanto quanto é o bicho fera. É como se o progresso evolutivo se limitasse a modificar seu aspecto físico, mas se negasse a operar sobre sua mentalidade.

Embora não se pode negar ter ocorrido algum progresso civilizatório no ser humano, posto que de um estado tão bárbaro que comia cru o alimento por não saber dar início a fogo, tornou-se capaz das proezas tecnológicas de hoje, mas é uma forma de progresso que não vai além de transformar bens materiais em riqueza privada. Seu baixíssimo desenvolvimento mental não lhe permite entender que o social é mais importante que o particular uma vez que não se vive senão em coletividades.

 Limitando-se o progresso em transformar recursos naturais em dinheiro de pouca ou nenhuma serventia coletiva, resulta num progresso pernicioso em vez de auspicioso porque produz malefícios maiores que benefícios vez que esta preferência pela materialidade exclui a espiritualidade e mantém os seres humanos em tamanho estado de brutalidade que não prescindem de guerras e incontável número de guerreiros em armas para praticar ferocidade. No segundo volume de História da Civilização Ocidental, página 932, de Edward Mc Nall Burns, consta que do Tratado de Versalhes resultou que a área da Grã Bretanha era de 33,5 milhões de quilômetros quadrados, a da França 10 milhões, enquanto que a da Alemanha, Itália e Japão, juntos, era de 4 milhões.

Este cantinho de pensar, em vez de parar para pensar, propõe fazer uma caminhada meditando sobre se o que se vê contribui positivamente com a aspiração de viver tão bem quanto todos desejam uma vez que no caminho encontramos o seguinte:

1 – Falso sentimento de irmandade. As ações praticadas a título de solidariedade humana são movidas por interesse em recompensa divina e não pela nobreza da espontaneidade inerente ao “amai-vos uns aos outros”.

2 – Pessoas esbaforidas a desgastar a saúde na construção de imensa riqueza para uma vida efêmera.

3 – Crença em que a escravidão e a servidão ficaram nas idades Antiga e Média, enquanto que ela nunca deixou de estar presente. Se na escravidão o total da produção do trabalhador ficava com o senhor de escravo, e no servilismo uma parte ficava com o senhor feudal, atualmente, no capitalismo, do mesmo modo, uma parte, a da Mais Valia, fica com o empregador.

4 – Pessoas cuja utilidade social é proporcionar divertimentos e vulgaridades merecendo altíssimo apreço da sociedade humana enquanto que outras pessoas de relevantíssima utilidade são ignoradas.

5 – Líderes vivendo nababescamente às custas dos liderados.

6 – O destino da humanidade sendo decidido por empresários cujo único objetivo é explorá-la.

7 – Autoridades judiciárias constituídas para coibir a agressividade de mal feitores atuando na proteção deles.

8 – Corpo legislativo legislando composto quase que totalmente de foras-da-lei legislando contra a sociedade.

9 – Juízes corruptos envergando becas simbolizando escudos contra a corrupção.

Conclui-se, portanto, pelo absurdo de viverem os seres humanos cercados de falsidades.

 

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