A realidade
da copa, na realidade, é uma irrealidade. É a ilusão de manter o povo eternamente
entretido com brincadeiras e afastado das decisões das quais depende não só o
seu futuro, mas também de seus filhos. A atividade política sempre esteve
escondida atrás de um manto de mentiras e é por isso que o governador de são
Paulo que sabe destas coisas mais do que nós afirmou do auto dos seus
conhecimentos práticos: “Se o povo soubesse o que se passa por baixo do pano,
faltariam guilhotinas”. A prática de enganar o povo é o procedimento adotado
desde sempre, mas é tempo de começar a substituir pela verdade a mentira e os
engodos urdidos sobre luxuosíssimas mesas palacianas que repousam sobre tapetes
onde se afunda o pé. Sempre foi assim, mas não deve continuar assim porque a
razão, a lucidez, a inteligência, tudo clama contra o absurdo de se entregar a
imensa riqueza produzida pelo povo para ser desbaratada por autoridades do tipo
das que conhecemos. É simplesmente estarrecedor o que acontece com o erário,
considerado coisa tão sem dono como um osso jogado na calçada: o primeiro
cachorro que tiver contato com ele poderá fazer o que quiser que ninguém se
incomoda. Estão aí montões de exemplos desta situação absurda. A Petrobrás
virou uma cumbuca de onde o governo retira mãozadas e mais mãozadas cheias de
dinheiro sempre que deseja. Fala-se e prova-se uma refinaria orçada em dois
bilhões que já consumiu dezoito bilhões e ainda está por acabar. Livros
denunciam inutilmente roubos monumentais por ex-presidentes da república e é
como se nada tivesse acontecido embora a ostentação milionária de quem era
pobre não deixe dúvida sobre o fato. Dizem pelaí que o filho de Lula passou de
pau-de-arara a dono do maior açougue da América do Sul, tão rico que comprou até da
“celebridade” Roberto Carlos ora impedido de ser vegetariano a fim de fazer propaganda de carne.
O modo como
foi estruturada a administração dos recursos públicos permite entregar a chave
do cofre onde se guarda o resultado do trabalho coletivo à responsabilidade de
uma instituição comandada por pessoas notoriamente desonestas cujo único
objetivo é urdir planos diabólicos que lhes permitem ostentar na cara do povo
indiferente imensas fortunas tomadas na mão grande, enquanto esse mesmo povo é
convencido por um hipnotismo diabólico a acreditar ser normal viver de
requebros de quadris ou chorando no corredor do hospital. A administração
pública foi convertida numa organização criminosa semelhante à máfia, inclusive
eliminando quem se atravessar no caminho de suas pretensões criminosas como
mais recentemente aconteceu com os prefeitos Toninho do PT e Celso Daniel. A
organização da politicagem é pior que a mafiosa em virtude de alcançar sua ação
criminosa número infinitamente maior de vítimas. Os politiqueiros tem cifrões
no lugar das pupilas, o que não lhes permite enxergar a realidade de se estar a
cavar a sepultura não só dos seus descendentes, mas também dos descendentes do
povo requebrador de quadris indiferente ao desastre que está a se configurar
para o futuro e cuja solução não será encontrada nas igrejas ou nas orações.
Tal
situação de descalabro não demora a desmoronar. Não é mais possível uma
situação tão irreal se sustentar por mais tempo. Ela ainda se aguenta graças à
atividade nefasta da imprensa sustentada a peso de diamante pelos ricos donos
do mundo que criaram para si um mundinho tão fantasioso quanto o do Pequeno
Príncipe e acreditam tanto na realidade de tal mundo que ainda nos dias atuais
vemos rei passando para o filho o seu reinado responsável pela chave do cofre e
senhor da vassalagem que passa de um senhor feudal para outro menos carcomido
fisicamente pelo tempo, mas de idéias igualmente mumificadas porquanto não há
mais espaço para ridículos reis e sua plêiade de parasitas como provam os
exemplos de Luis XVI e sua rainha tão indiferentes à realidade quanto os
politiqueiros e sua gama de empregados a papagaiar nos microfones as
excelências da Copa do Mundo, havendo, inclusive, entre eles, velhos que se
declaram fanáticos por futebol, mas que, na realidade, não o são simplesmente por
não aguentarem os requebros dos reais torcedores imbecilizados que nem sabem
quando um livro está de cabeça para baixo ou porque não são imbecis como os
demais. Sua euforia pela Copa faz parte da sua obrigação como empregados dos
ricos donos do mundo que precisam apresentar festas e mais festas a fim de
manter a atenção do povo longe de suas artimanhas criminosas. Entretanto,
incorrem estes senhores em erro crasso porque na pretensão de proporcionar
bem-estar a seus descendentes com o salário que recebem em troca da ajuda que
dão aos ricos donos do mundo em sua falsa necessidade de enganar, então, ao
mesmo tempo, condenando seus entes amados à ruína quando vier abaixo a falsa
estrutura do sistema que ajudam a manter.
É desse
modo como se desorganiza este belo país de triste sorte onde tudo e todos concorrem
para sua infelicidade, até mesmo quem aparenta e jura de pé junto batalhar pela
sua felicidade. Inté
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