segunda-feira, 9 de junho de 2014

NAS ENTRELINHAS, A VERDADE I


Quem não viu, precisa ver o filme O Garoto, do Grande Mestre do Saber Charles Chaplin. Quem não sabe ler nas entrelinhas, precisa aprender porque é lá que se encontra toda a tramóia que as linhas escondem debaixo da saia das notícias ardilosamente preparadas para enganar, também chamadas de “chapa branca”, como a reportagem da revista Carta Capital dando conta de ser Joaquim Barbosa nocivo à sociedade, informação que traz enrustida uma canalhice imensurável, mas confirmada pelos comentaristas comedores de hóstia, igreja e futebola. A realidade, no entanto, é a necessidade de exorcizar o ministro incorruptível do ambiente poluído da politicagem preferido pela imprensa dos ricos por lhes permitir os mais variados tipos de falcatruas e inocentados pelos simulacros de investigação das CPIs. Como aquele ministro é ardoroso defensor da ética, os defensores da antiética fogem dele como o cão foge da cruz. A possibilidade de que ele venha a se tornar o primeiro mandatário do país assombra os malfeitores que se borram de medo ao lembrar da condenação dos mafiosos do Mensalão pelo comportamento intransigente e responsável daquele ministro que a imprensa rica procura manchar como faz com todos aqueles que se apresentam como defensores de menos riqueza para poucos e menos pobreza para muitos.

Na verdade, o pessoal do colarinho branco teme a possibilidade de ocupar na cadeia o lugar dos presos comuns muito menos danosos à sociedade do que a corrupção desenfreada e a monstruosidade de castrar nas pessoas a capacidade de racionar, práticas correntes no mundo dos ricos tementes à moralidade e ao império da lei que exige punição para ladrões em vez de CPIs que não passam de carta de alforria para os criminosos dos crimes mais hediondos que é enriquecer com o dinheiro de aliviar os sofrimentos de quem chora a infelicidade do desamparo. É por medo à moralidade que figuras como a de Joaquim Barbosa, Heloisa Helena e Eliana Calmon não são as mais importantes figuras na administração deste país de bobos tão bobos que são contra quem implantaria um verdadeiro sistema político e são a favor daqueles que implantaram a devassidão da politicagem. Estes pobres comedores de hóstia, futebola e axé tem como expoentes máximos merecedores de admiração figuras inexpressivas socialmente como Ronaldinho, Neymar, Pelé, por aí. Não podia dar em coisa diferente do que a podridão que aí está posta: uma população de bichos onde são encontrados pedaços de corpo humano na rua.

A artimanha de desmoralizar o monumento de moral que é o Dr. Joaquim Barbosa, a quem acusam até por ter comprado um apartamento simples e que suas condições permitem inteiramente, até isso os arredios da verdade contradizem a parte boa da imprensa que nada viu de anormal naquela compra. Por isto não se deve acatar uma informação sem antes escarafunchar seu conteúdo para lhe verificar a veracidade. Em se tratando de um país da politicagem, sobretudo, todas as informações trazem alguma tramóia escondida debaixo da saia. O filme referido lá no começo dá uma amostra perfeita da artimanha contida na história contada na cena em que o garoto pilhado pelo guarda depois de atirar uma pedra e arrebentar uma vidraça. Malandro, o simpático garoto aponta para o céu e o guarda olha para o alto em direção ao lugar apontado enquanto o garotinho disparava em desabalada carreira e desaparecia na esquina. Os comedores de hóstias, axé e futebola nada mais percebem desta cena além da hilaridade. Entretanto, há ali muito mais que isso. As entrelinhas nos dizem que o guarda representa o papel de eterno enganado que o povo sempre exerceu, enquanto o garotinho representa a ação governamental de eterna enganadora sempre apontando para algo falso que atrai a atenção do povo. Ora é o futebola, ora é o axé, ora é ajudando a igreja não lhe cobrando imposto sobre as fortunas dos pastores, entre eles o Edir Macedo que contou com a ajuda de Lula para inaugurar a TV daquele magnata da religião cuja fortuna já faz pose na Revista Forbes. Em retribuição, a televisão ajuda a defenestrar quem é contra as coisas contadas no livro O Chefe.

Sentencia o grandioso jornalista Mauro Santayana que uma sociedade apodrece quando seus líderes perdem a virtude do mando. Nada mais correto se algum dia houvesse existido algum líder com virtude do mando. Nossa sociedade está realmente tão podre a ponto de se matar mulher a pedradas públicas e seres humanos ainda serem vendidos como escravos, crimes que apesar de hediondos são encarados com naturalidade. Os que adoram Deus através de determinado ritual matam os que O adoram em outro tipo de ritual; os que precisam do petróleo matam os que o tem para tomá-lo; os que precisam vender a droga para fazer a feira matam os que compraram e não puderam pagar; a polícia mata os bandidos e os cidadãos, e os bandidos matam a polícia e também os cidadãos que saem das igrejas e dos terreiros de folguedos; todos aqueles que pregam o bem geral recebem o mal em troca; enfim, não é preciso ninguém dizer para se perceber a podridão em que a politicagem transformou nossa sociedade exatamente por falta de virtude de mando em quem manda. Como o famoso jornalista não vai mesmo tomar conhecimento, tomo a ousadia de argumentar sobre o “perder a virtude do mando” porque o poder político sempre foi exercido em benefício daqueles que o exercem, o que elimina a possibilidade de haver virtude nos atos praticados pelos líderes que orientam para o caminho que leva à situação em que nos encontramos de guerra civil, de sofrimento, de dor e de tristeza. Por isso não se pode cogitar de virtude de mando na ação desse tipo de líderes.

O verdadeiro motivo que faz os falsos líderes se engalfinharem nos palanques e na televisão onde disputam frações de minuto é a posse da chave do cofre. Sabendo do poder de convencimento da televisão, entende-se a disputa ferrenha por um tempinho na tela pela convicção de que as mentiras renderão votos. O retrovisor do tempo nos mostra suntuosos palácios desses falsos líderes desde os tempos em que eram construídos por escravos até o tempo moderno em que as empreiteiras se encarregam das construções recebendo um excedente maior do que o custo real da construção, devolvendo uma parte para os falsos líderes que, como se vê, nunca souberam o que é virtude de mando. É nesta situação insustentável em que se encontra esta sociedade de requebradores de quadris admiradora de nulidades e desprezadora de valores reais. Inté.

 

 

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