Por falta de melhores idéias e argumentos para
a tentativa de despertar a juventude ante o perigo iminente a que está sendo
exposta sua descendência, este mal traçado blog tem repetido o que disseram
pessoas que tinham e tem idéias próprias e que afirmam ser a ignorância a causa
dos males que afligem a humanidade. De posse dessa dica, cabe considerar que a
ignorância pode ser substituída pelo conhecimento, o que eliminaria a causa dos
flagelos que as pessoas parecem não sentir por já terem se acostumado a eles de
tal maneira que até parece nada terem a ver com as lágrimas de quem chora. Fica
a questão: Por que, então, não substituir a ignorância pelo conhecimento se
disto depende o bem-estar tão almejado por todo tipo de ser vivente, até mesmo
os que não dispõem de raciocínio? Sem falar na grande vantagem de ser
infinitamente menos custoso eliminar a ignorância do que arcar com as consequências
dispendiosas que dela decorrem. Uma vez instalado o conhecimento, estará
eliminada a ignorância para sempre. Entretanto, como os Grandes Mestres do
Saber recomendam não aceitar uma informação sem antes especular sua veracidade,
é de bom alvitre verificar se realmente decresce a infelicidade à medida que
cresce o conhecimento. Podemos fazer esta verificação construindo
hipoteticamente uma cidade fechada por uma cortina eletrônica intransponível
por pessoas desprovidas de conhecimentos sobre cidadania e convivência, tipo
dos frequentadores de igreja e de terreiros de brincadeiras, seres de cuja
união nunca resultará uma sociedade pacífica e civilizada porque os das igrejas
estão convencidos de que só Deus muda as coisas e por isso o esforço em prol da
paz se limita aos rogos infrutíferos do papa para que os violentos se tornem
pacíficos, ou em vigílias, abraçar praça, acender velas e outras bobagens como
os agricultores orando e aspergindo água sobre pés de milho com o objetivo de
atrair chuva. Esse pessoal não contribui para a civilização. Ao contrário,
prejudica a sociedade ao ensinar bobagens aos filhos, como comer hóstias, por
exemplo. São pessoas de mentalidade infantil, portanto, incapazes de atitudes
ponderadas e racionais. Por outro lado, também os das brincadeiras, aqueles que
não se ligam em outra coisa senão em requebramentos de quadris, também são
incapazes de organizarem uma sociedade civilizada porque para isso as
brincadeiras teriam de valer menos atenção do que saúde, educação e segurança,
coisa que esse tipo de gente não consegue entender haja vista as declarações de
seus representantes máximos de que não se faz copa com hospital nem escolas. Na
verdade, estão certos porque as entrelinhas destas declarações nos dizem que
copa se faz é com politicagem, corrupção e uma baita ignorância.
Voltando à
nossa cidade imaginária habitada apenas por pessoas de fina educação e
cidadania, como será ela do lado de dentro da cortina intransponível para
ignorantes? Quem tiver capacidade mental de bolar na cuca uma cidade como a
nossa, enxergará lá dentro um ambiente harmonioso onde as pessoas se respeitam
mutuamente. Não por serem boazinhas, mas pelo entendimento de que viver em
irmandade é melhor e por isso são levadas a esse comportamento civilizado por
ser a única maneira de se viver bem em grupo. Lá, nesta cidade de habitantes
educados e civilizados, onde vivem apenas pessoas da fina-flor da educação, não
precisa haver um verdadeiro arsenal de guerra em armas e homens porque em tal
ambiente só um maluco aqui, outro acolá, cometeria alguma grosseria que
justificasse a presença da polícia. Desse modo, no máximo dois policiais dariam
conta de toda a nossa cidade. Os raros conflitos entre pessoas realmente
educadas e cidadãs são resolvidos pelo bom senso entre os próprios, digamos,
“desentendidos”. Apesar de não haver ainda povo nenhum com tal nível de
desenvolvimento civilizatório exatamente em função da ignorância é que só
podemos mesmo imaginar uma cidade habitada apenas por pessoas de alto nível de
conhecimento, mas podemos ter certeza que lá dentro a vida seria infinitamente
melhor para seus moradores do que nosso modo de vida.
O que é
estarrecedor é a realidade de ser a ignorância cultivada em vez de combatida.
Este é o Nó Górdio a ser desatado e não cortado porque a mudança que se faz
necessária deve dispensar violência e ser levada a efeito por uma compreensão
de que a violência não leva a nada. O desfazimento do nó que retém preso o conhecimento
fará com ele se liberte e prospere, abrangendo o mundo de modo a dotar as
pessoas de espiritualidade e compreensão, mudança esta da qual fogem os responsáveis
pela administração de todas as sociedades humanas que acreditam levar vantagem
em manter o povo tão ignorante como está a ponto de não se interessar pelo seu
próprio futuro nem o futuro dos filhos que dizem amar. Esta indiferença para
com o destino de sua sociedade é implantada sorrateiramente nas pessoas através
de uma tradição milenar segundo a qual às pessoas cabe apenas fornecer os
recursos para custear a administração, mas sem dela participar. Para convencer
as pessoas a permanecerem longe das decisões das prioridades das despesas é que
existem as igrejas e o convencimento de estar lá o conforto que procuram, e não
tem outro objetivo a megalomania das festas, principalmente do futebola, que
chega a produzir paixão esquizofrênica capaz de levar ao assassinato até
jogando latrina prá cima da cabeça de outra pessoa, sendo tudo isso adredemente
arquitetado para manter o esclarecimento da cidadania abafado sob o manto da
ignorância condenada pelos Grandes Mestres do Saber, tendo um deles demonstrado
seu descontentamento com a ignorância humana através do gesto conhecido de
mostrar a língua.
Como as
pessoas são conduzidas para longe da realidade, elas valorizam cães e gatos mais
do que crianças. Fizeram um desfile de cães em homenagem à festa do futebola da
Copa, mas um cãozinho mais esperto do que a turba ignorante, percebendo que
Copa é mais uma das artimanhas imbecilizantes, mostrou sua insatisfação com a
prática de idiotizar, e como gesto de desprezo também mostrou a língua para a
Copa do Mundo:
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