sábado, 7 de junho de 2014

CÃOZINHO MAIS ESPERTO QUE GENTE


 Por falta de melhores idéias e argumentos para a tentativa de despertar a juventude ante o perigo iminente a que está sendo exposta sua descendência, este mal traçado blog tem repetido o que disseram pessoas que tinham e tem idéias próprias e que afirmam ser a ignorância a causa dos males que afligem a humanidade. De posse dessa dica, cabe considerar que a ignorância pode ser substituída pelo conhecimento, o que eliminaria a causa dos flagelos que as pessoas parecem não sentir por já terem se acostumado a eles de tal maneira que até parece nada terem a ver com as lágrimas de quem chora. Fica a questão: Por que, então, não substituir a ignorância pelo conhecimento se disto depende o bem-estar tão almejado por todo tipo de ser vivente, até mesmo os que não dispõem de raciocínio? Sem falar na grande vantagem de ser infinitamente menos custoso eliminar a ignorância do que arcar com as consequências dispendiosas que dela decorrem. Uma vez instalado o conhecimento, estará eliminada a ignorância para sempre. Entretanto, como os Grandes Mestres do Saber recomendam não aceitar uma informação sem antes especular sua veracidade, é de bom alvitre verificar se realmente decresce a infelicidade à medida que cresce o conhecimento. Podemos fazer esta verificação construindo hipoteticamente uma cidade fechada por uma cortina eletrônica intransponível por pessoas desprovidas de conhecimentos sobre cidadania e convivência, tipo dos frequentadores de igreja e de terreiros de brincadeiras, seres de cuja união nunca resultará uma sociedade pacífica e civilizada porque os das igrejas estão convencidos de que só Deus muda as coisas e por isso o esforço em prol da paz se limita aos rogos infrutíferos do papa para que os violentos se tornem pacíficos, ou em vigílias, abraçar praça, acender velas e outras bobagens como os agricultores orando e aspergindo água sobre pés de milho com o objetivo de atrair chuva. Esse pessoal não contribui para a civilização. Ao contrário, prejudica a sociedade ao ensinar bobagens aos filhos, como comer hóstias, por exemplo. São pessoas de mentalidade infantil, portanto, incapazes de atitudes ponderadas e racionais. Por outro lado, também os das brincadeiras, aqueles que não se ligam em outra coisa senão em requebramentos de quadris, também são incapazes de organizarem uma sociedade civilizada porque para isso as brincadeiras teriam de valer menos atenção do que saúde, educação e segurança, coisa que esse tipo de gente não consegue entender haja vista as declarações de seus representantes máximos de que não se faz copa com hospital nem escolas. Na verdade, estão certos porque as entrelinhas destas declarações nos dizem que copa se faz é com politicagem, corrupção e uma baita ignorância.

Voltando à nossa cidade imaginária habitada apenas por pessoas de fina educação e cidadania, como será ela do lado de dentro da cortina intransponível para ignorantes? Quem tiver capacidade mental de bolar na cuca uma cidade como a nossa, enxergará lá dentro um ambiente harmonioso onde as pessoas se respeitam mutuamente. Não por serem boazinhas, mas pelo entendimento de que viver em irmandade é melhor e por isso são levadas a esse comportamento civilizado por ser a única maneira de se viver bem em grupo. Lá, nesta cidade de habitantes educados e civilizados, onde vivem apenas pessoas da fina-flor da educação, não precisa haver um verdadeiro arsenal de guerra em armas e homens porque em tal ambiente só um maluco aqui, outro acolá, cometeria alguma grosseria que justificasse a presença da polícia. Desse modo, no máximo dois policiais dariam conta de toda a nossa cidade. Os raros conflitos entre pessoas realmente educadas e cidadãs são resolvidos pelo bom senso entre os próprios, digamos, “desentendidos”. Apesar de não haver ainda povo nenhum com tal nível de desenvolvimento civilizatório exatamente em função da ignorância é que só podemos mesmo imaginar uma cidade habitada apenas por pessoas de alto nível de conhecimento, mas podemos ter certeza que lá dentro a vida seria infinitamente melhor para seus moradores do que nosso modo de vida.

O que é estarrecedor é a realidade de ser a ignorância cultivada em vez de combatida. Este é o Nó Górdio a ser desatado e não cortado porque a mudança que se faz necessária deve dispensar violência e ser levada a efeito por uma compreensão de que a violência não leva a nada. O desfazimento do nó que retém preso o conhecimento fará com ele se liberte e prospere, abrangendo o mundo de modo a dotar as pessoas de espiritualidade e compreensão, mudança esta da qual fogem os responsáveis pela administração de todas as sociedades humanas que acreditam levar vantagem em manter o povo tão ignorante como está a ponto de não se interessar pelo seu próprio futuro nem o futuro dos filhos que dizem amar. Esta indiferença para com o destino de sua sociedade é implantada sorrateiramente nas pessoas através de uma tradição milenar segundo a qual às pessoas cabe apenas fornecer os recursos para custear a administração, mas sem dela participar. Para convencer as pessoas a permanecerem longe das decisões das prioridades das despesas é que existem as igrejas e o convencimento de estar lá o conforto que procuram, e não tem outro objetivo a megalomania das festas, principalmente do futebola, que chega a produzir paixão esquizofrênica capaz de levar ao assassinato até jogando latrina prá cima da cabeça de outra pessoa, sendo tudo isso adredemente arquitetado para manter o esclarecimento da cidadania abafado sob o manto da ignorância condenada pelos Grandes Mestres do Saber, tendo um deles demonstrado seu descontentamento com a ignorância humana através do gesto conhecido de mostrar a língua.

Como as pessoas são conduzidas para longe da realidade, elas valorizam cães e gatos mais do que crianças. Fizeram um desfile de cães em homenagem à festa do futebola da Copa, mas um cãozinho mais esperto do que a turba ignorante, percebendo que Copa é mais uma das artimanhas imbecilizantes, mostrou sua insatisfação com a prática de idiotizar, e como gesto de desprezo também mostrou a língua para a Copa do Mundo:

 Inté.

   

 

 

 

 

 

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