Quando o
comunismo merecia respeito, porque minha lembrança diz que ele já mereceu, e
como sou eu que estou com o direito que a internete me deu à palavra, fica dito
que once apon a time (falando ingreis leva mais fé) o comunismo já fez por
merecer respeito. E por falar em internete, uma organização como ela, com tanta
gente talentosa e bem preparada mentalmente não deveria valorizar tanto estes
“famosos” e “celebridades” porque eles não tem coisa alguma para serem nem
celebridades e muito menos famosos fora de um ambiente de nível cultural
medíocre. Na mesma internete onde se encontram os mais variados assuntos do
conhecimento humano, não lhe cai bem a companhia de assuntinhos mixurucas sobre
quem estava sem calcinha, mesmo porque se trata de fato para ser visto e não
lido. A notícia de que o jogador de futebola não usa cueca confirma que esse
pessoal foi reduzido apenas aos pés. Supondo que aquele jogador de futebola
venha a ser político, não vai ter onde esconder os dólares.
Mas o
direito que a internete me deu para falar, eu quero gastar falando sobre o
respeito que o comunismo já mereceu quando ele queria que se apurasse
direitinho essas tais dívidas externa e interna porque se afirma que é jogada
impiedosa dos ricos para chupar o dinheirinho dos requebradores de quadris e
comedores de hóstia. Merecia igualmente respeito o comunismo quando lutava por
uma reforma agrária que traria imensa vantagem para ricos e pobres como
beneficiou ricos e pobres nos lugares onde existe. Quem não acredita é porque
só viaja para ver o que o turismo mostra ou para fazer compras em Me Ame.
Também merecia respeito quando avisava que o circo era preparado para que o
povo não viesse a descobrir o poder que tem quando unido em torno de um
objetivo. Explicava que o objetivo do povo deveria ser buscar conhecimento para
entender como é que a sociedade funciona, porque sendo dono da sociedade, o
povo não pode deixar sua propriedade apenas gerida pelo mundo dos ricos porque
os ricos tem o defeito incorrigível por eles mesmos de tomar conhecimento dos
requisitos necessários para a formação de uma sociedade civilizada, precisando
serem conscientizados desta realidade.
Pois bem,
quem deseja uma sociedade boa e agradável, com o mínimo de sofrimento, onde
todos possam sair despreocupados às ruas a qualquer hora, merece realmente
respeito. É, ou não é? Pois, dessa nobreza, desceu o comunismo para a avacalhação
em que se encontra. No comunismo antigo, qualquer comunistinha pé de chulé considerava
as festas artimanha para grudunhar a atenção do povo. Hoje, vejam só, tem-se um
ministro comunista responsável pelo hasteamento da lona sob a qual está sendo
torrada imensa fortuna dos comedores de hóstia, axé e futebola exatamente para lhes
tirar a atenção do lugar onde ela deveria estar, como está acontecendo de fato.
Apesar de ter funcionado sempre, esta tática começa a negar fogo haja vista o
medo da presidente de mostrar a carinha redonda e bonitinha na festança que ela
mesma dá e onde até já foi vaiada, a coitadinha. Além disso, o fato de haver
quem se manifeste contra a festança do ministro comunista, sendo a festa de
futebola e no país onde se mata com privadada na cabeça por causa do futebola,
este fato tem grande significação por mostrar que o conhecimento abre caminho
entre as trevas da ignorância generalizada.
Mas, apesar
de suas boas intenções, como não há quem não erre nunca, não tendo a virtude de
saber esperar, como não a tenho eu, o comunismo não teve a astúcia de usar o
ensinamento do Grande Mestre do Saber Thomas Paine de que o tempo faz mais
convertidos que a razão, e procurar tornar as pessoas convertidas ao ideal de
uma sociedade de pessoas felizes, de modo que elas adquirissem o desejo de
viver numa sociedade assim e que tivessem o conhecimento de ser isto possível,
além da percepção de que as relações sociais desarmoniosas terminam por levar a
sociedade à ruína para infelicidade das criancinhas rechonchudas que dirigem os
carrinhos no supermercado. Em vez ir pelo conhecimento, o que fez o comunismo?
Simplesmente botou o revólver no peito da sociedade para que ela pensasse do
jeito que ele queria. Ora, isso não pode dar certo porque a sociedade é a soma
dos indivíduos e os indivíduos de todo o mundo em termos de sociabilidade estão
muito bem representados na figura daquela personagem do filme sobre Lamarca, na
cena em que um camponês brasileiro mostrava a seu vizinho um dinheiro com o
qual compraria um burro novo para sua carroça e contava muito satisfeito com o
grande feito de ter mostrado à polícia o lugar onde se escondia Carlos Lamarca,
um comunista que queria o bem do povo, mas que foi vítima desse povo exatamente
porque ainda não houve tempo de que ele esteja convicto da necessidade de viver
de outro jeito. Se aquele camponês tivesse conhecimento das idéias do Lamarca,
ficaria convencido de não valer a pena fazer o que fez. O convencimento é que
determina o comportamento. Sujeito que for convencido que é bom vestir um
cinturão de dinamite e tacar fogo ele faz isso na maior tranquilidade. Mas, o
convencimento não pode ser imposto na marra como provam os adultérios.
Não resta
dúvida alguma de que nossa sociedade não vai longe da forma em que se encontra
estruturada. De todas as falas de todos os políticos de todo o mundo e de todos
os lugares, a mais importante foi do governador de São Paulo quando disse que
se o povo “soubesse das coisas” iria faltar guilhotina. É monumental a
importância desta fala por ser o único pronunciamento de um político de
conteúdo verdadeiramente sincero e verídico. Sabendo-se que a guilhotina foi
uma máquina que cepou fora do corpo a cabeça de governantes quando o povo
cansou de ser maltratado, como está no capítulo intitulado Revolução Francesa,
de qualquer bom livro de História Geral. Mas, para não se saber que o povo pode
mudar uma forma de governo para outra forma de governo, para que o povo não
saiba o poder que tem, é que existe o ministro comunista segurando a corda que
sustenta a lona do circo Copa do Mundo.
Entretanto,
quem tem conhecimento dos horrores praticados pelos revoltosos da França de
1789, que entre outras barbaridades relatadas pelo historiador Edward McNall
Burns, em História da Civilização Ocidental, mataram violentamente milhares de
padres e freiras, além de invadirem um símbolo do poder até então vigente onde
eram mantidas as ossadas de ex-poderosos donos do poder que foram lançadas ao
relento. É por isso que são importantes as palavras do governador que tanto
sabe das barbáries da Revolução Francesa, quanto sabe que elas foram provocadas
em virtude de uma situação social da qual estamos chegando perto, e ele é quem
mais tem dados para saber disso por ser inteligente e fazer parte da turma que
causa a situação perigosa. Mas, como a internete continua me dando direito à
palavra, palavrearei depois de desopilados os sacos. Inté.
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