Embora
desta carta nunca tomará conhecimento quem lhe deu origem, ela é uma carta
aberta ao eminente Professor Leonardo Boff, ao qual, com o devido respeito,
peço permissão para entrar no meio de sua conversa no Jornal do Brasil desse
dia 19. Não tenho cultura, não sei escrever, mas sou igualmente desejoso de
viver num ambiente civilizado onde só houvesse pessoas educadas. A bronca que o
senhor passa nos brasileiros que vaiaram, xingaram e espinafraram a presidente
Dilma deve ser visto também de outro ângulo. Nosso povo é constituído de
macacos portadores do instinto de rato, fato do conhecimento do mundo através
dos gringos que armam conluios com brasileiros portadores de pastas 007
transitando entre os suntuosos palácios e o BNDES. Com a formação que tem o
brasileiro, é impossível encontrar finura nesse povo cuja cultura, como se
conclui da leitura de Laurentino Gomes, teria sido moldada com lama em vez de
barro. Talvez sejamos aquele povo que uma religião antiga dizia ter sido feito
por Deus para ser um povo inferior, e por isso o fez usando lama em vez da terra
usada para fazer outro povo destinado a ser superior.
Nunca
seremos civilizados enquanto uma parte das nossas crianças aprende a valorizar
a riqueza e a menosprezar o respeito às outras pessoas, e a outra parte aprende
a ser bicho porque outra coisa não é quem tem por cama o chão e o lugar de
repouso é o lugar onde está quando o corpo não aguenta mais ficar em pé. O
tratamento que o governo dispensa a estas crianças é o mesmo dispensado aos
cães vira-lata por quem estava a gosto num lugar antes deles chegarem. Povo
resultante de crianças com esse tipo de educação não pode ser de outro modo
senão o modo de ser do brasileiro que oscila entre o canalha colarinho branco e
o canalha que atira na cabeça de uma criança de cinco anos para silenciá-la.
Contar com civilidade nos
brasileiros seria o mesmo que procurar sutiliza num elefante. E se o povo está
em tal situação, a responsabilidade é do governo, e um governo que leva seu
povo a se sentir bem vivendo de cesta básica não merece outra coisa que não
xingamento. As vaias e os xingamentos, caro professor, além de serem
inteiramente justificados, não visavam apenas a presidente, mas sim todo o
governo nas pessoas de Lula, Maluf, Sarney, Renan, Mantega, Edson Lobão, e que
tais.
Não há
desrespeito ao professor Leonardo Boff nas minhas observações. Uma pergunta que
eu gostaria imensamente de poder fazer ao nosso ilustre frei é se ele está
realmente convicto de não existir nada com idade superior a seis mil anos. Cordiais
saudações deste arremedo de blog, caríssimo professor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário