quarta-feira, 11 de junho de 2014

NAS ENTRELINHAS, A VERDADE II


Só a leitura das entrelinhas mostra a malandragem embutida na notícia. É por isso que Lula é importante e famoso. Ele não sabe ler nas linhas, mas nas entrelinhas ele é craque. Dizem que ele ficou tão poderoso depois de sair da condição de pau-de-arara que obrigou Roberto Carlos a deixar a bestagem de ser vegetariano. Eu, cá prá mim, não acredito nisso. Mas, aqueles que gostam das coisas muito bem explicadinhas nos seus mínimos detalhes, esses poderão tirar a prova dos noves fora indo à casa de Roberto Carlos e perguntando à cozinheira real.

Fosse eu professor, convidava meus alunos e alunas a ler as entrelinhas de algumas notícias de jornal como estas duas, por exemplo:

NOTÍCIA 1 – Jornal Folha de São Paulo, 9/6/14, reportagem de Tânia Cavalcante e Luiz Antônio Santini, afirmando que a proibição de fumar em recintos coletivos reflete preocupação do governo com a saúde das pessoas, principalmente dos jovens inexperientes e mais facilmente cooptáveis pelo chamamento do hipnotismo televisivo através das armadilhas embutidas nas propagandas convincentes.

NOTÍCIA 2 – Revista ISTO É, 11/12/13, reportagem de Leonardo Attuc, compara Lula a Mandela e afirma que Lula liderou um processo inédito de distribuição de renda e inclusão social, e que os ricos ficaram ainda mais ricos.

Fosse eu aluno, minha interpretação do conteúdo das entrelinhas da primeira notícia seria pela existência de diversidade entre o que a notícia faz crer que é, e aquilo que realmente é, que é o fato de nunca ter havido governo em qualquer parte do mundo que se preocupasse com o povo sob qualquer aspecto. O governo sempre esteve para o povo como o leão está para sua presa (aqui entre nós todo fim de ano aparece um leaozão danado a exigir declarações de rendimento). Todo governo tem uma fome leonina por dinheiro. Quando pinta alguém de coração mais mole com pretensão a ser chefe de governo, os outros chefes de governo dão um jeito de tirar ele do jogo que é para não melar a cultura do bem-bom dos palácios onde o pé afunda no tapete, e o direito de ficar poderoso depois de ser chefe de governo. Ainda que um coração mole chegue a chefe de governo, ele não poderá se preocupar com o povo porque a obrigação dos governos é com os vários interesses dos ricos donos do mundo. É para isso que eles queimam uma nota preta prá botar a chave do cofre nas mãos de alguém a eles submisso. Desse modo, os governos tem mesmo é que cuidar de proteger os donos dos mercados de saúde, educação, e um mercado mais novo e também rendoso, o da segurança privada. Esta é a atividade primordial dos governos que são obrigados a mandar seus liderados para a guerra por ordem dos ricos donos da indústria bélica e da indústria das negociatas.  Quem se preocupa com alguém nunca mandaria esse alguém morrer na guerra e ficaria com a alma lavada depois de colocar uma rudia de flor no pé de um poste. Para os ricos, o povo é só mais uma peça na engrenagem de sua máquina de produzir riqueza, e, como toda peça de toda engrenagem, também é descartado quando não presta mais para dar conta do seu trabalho. Se houvesse preocupação em relação ao povo não haveria velho chorando no corredor do hospital depois de ter gasto sua vida azeitando a máquina de produzir riqueza.

Do mesmo modo, minha conclusão da leitura das entrelinhas da notícia número dois também é pela completa divergência entre o que é e o que diz ser a notícia. Não há como comparar Lula a Mandela porque nunca se soube, salvo se meu pouco conhecimento não me deixa saber, que Nelson Mandela fosse alguma vez acusado de ser ladrão como é o Lula no livro O Chefe. Pode ser mentira, mas que se diz, se diz. Depois, afirma a notícia que Lula liderou um processo inédito de distribuição de renda e inclusão social, e que os ricos ficaram ainda mais ricos. Ora, debaixo da saia dessa notícia tem outra mentira cabeluda. É impossível num país estagnado que os ricos fiquem ainda mais ricos ao mesmo tempo em os pobres tivessem ficado menos pobres através de distribuição de renda. Só quem tem renda são os ricos, e para distribuí-la é preciso que eles consintam, o que nunca fariam. E não o fariam porque não podem fazê-lo por terem sido sevados na cultura da riqueza em primeiro plano que os faz acreditar ser insuportável a vida de quem não tem riqueza para mostrar na Revista Forbes. Tocar em sua riqueza enfrenta a mesma garra com que defende a vida qualquer requebrador de quadris. O que os jovens jornalistas não sabem ou não podem falar é que isso aí que eles estão chamando de distribuição de renda é esmola dada com o dinheiro alheio, do povo igualmente alheio, retirada do erário. Como o erário não é renda, a notícia ou tem intenção de confundir, ou está equivocada. Em vez de ser um bem como sugerem os jornalistas, como toda esmola, também esta apelidada de “distribuição de renda” prejudica em vez de ajudar. A esmola condena à pena de morte a dignidade do orgulho de ser homem ou mulher.

Esse negócio de viver de fantasia vai acabar mal prá todo mundo. Não tem futuro uma juventude tão vazia que tem por líderes os líderes que tem nestas “celebridades” que não sabem fazer um “O” com um copo.  Nossa sociedade está na mesma situação de um barco à deriva, com a diferença de que em vez da apreensão própria de náufragos, a população do imenso barco Brasil está a fazer gigantesca festa. Tá faltando juízo,e muito. Inté.

 

  

 

 

 Nossa sociedade está na mesma situação de um barco à deriva, com a diferença de que em vez da apreensão própria dos náufragos, a população do imenso barco Brasil está a fazer gigantesca festa

        

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