“Se a
gente quer proteger a Constituição, a gente tem de punir presidentes que
cometam crime de responsabilidade”. São palavras de um jovem brilhante se comparado ao
analfabetismo político dos jovens de modo geral, mas que carece de
esclarecimento. O que significa proteger a constituição? Embrulhá-la no frio,
refrescá-la no calor, evitar que seja alcançada por bala perdida? Este jovem
que certamente não leva zero do Enem só pode estar se referindo ao cumprimento
das determinações constitucionais. Entretanto, apesar de merecer respeito um
jovem com tais preocupações, o que o diferencia dos outros jovens admiradores
de “famosos” e “celebridades”, suas ponderações sobre a legitimidade do
impedimento da presidente da república procedem, mas não por observação das
determinações constitucionais porque a constituição determina que todos sejam
iguais perante a lei, o que não passa de piada. Se este jovem brilhante se
dispuser a examinar o que a constituição promete e o que realmente se tem,
chegará à conclusão da triste realidade de que tudo aquilo é parte das
falsidades vividas como grandes verdades porque tudo que nos ensinam são
mentiras, razão pela qual a vida foi transformada num grande engodo, uma
fantasia medíocre. A verdade nunca será alcançada por quem estuda apenas para
responder aos questionamentos dos exames escolares uma vez que a verdade só
pode ser alcançada por quem estuda para compreender as nuances da vida. O livro
História Geral e do Brasil, editora Scipione, autoria de Cláudio Vicentino e Gianpaolo
Dorigo, na página 256, capítulo 11, intitulado A Colônia Portuguesa na América,
na matéria do subtítulo “Projeto Colonial Para Servir a Quem?” define do
seguinte modo quais são as vantagens do sistema colonial: “muito
poder e riqueza para uma minoria; clientelismo e vantagens limitadas para
alguns; suor e sofrimento para a maioria.” Pensando sobre isto,
conclui ser apenas falácia e nada mais a afirmação constitucional de soberania.
Na verdade, nunca saímos da condição de colônia. Desde a época do pau Brasil
até hoje, como provam as imensas riquezas nos infernos fiscais, os palácios
onde se vive sem saber o que é falta de alguma coisa, a refinaria de Pasadena,
tudo isso convivendo com os miseráveis do bolsa família e dos corredores dos
hospitais. Tudo se encaixa perfeitamente na descrição que os autores dão à
colonização. O autor Carlos Fico, no livro O Grande Irmão, editora Civilização
Brasileira, página 78, faz referência a nosso estado de colonizados da seguinte
forma: “...o irmão de John Kennedy, Robert, secretário de Justiça (dos
Estados Unidos), veio (ao Brasil) com o
propósito de pressionar o presidente (João Goulart), cobrando,
de maneira arrogante, o saneamento financeiro do país e a demissão de
auxiliares esquerdistas de Goulart”. É de fazer vergonha a quem a tem o
servilismo deste país de triste sorte onde a língua inglesa concorre quase já
em pé de igualdade com nossa estrupidada língua portuguesa e os aviões cruzam o
céu abarrotados de embevecidos consumidores imbecilizados com os bolsos cheios
de economias para comprar quinquilharias em Me Ame.
Desse modo,
meu caro jovem politicamente alfabetizado, não lhe vai aqui nenhuma crítica,
mesmo porque quando eu tinha sua idade ainda era um arrematado analfabeto
político, grave defeito que você não tem. Parabéns por participar dos assuntos
políticos porque é deles que depende o futuro dos seus filhos. Contestar os
desmandos é dever de todo cidadão. Abração. Inté
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