sábado, 28 de maio de 2016

ARENGA 270


Assustada, Sara me perguntou como explicar a brutalidade praticada por mais de trinta jovens que barbarizaram no Rio de Janeiro uma jovenzinha. Ao lhe responder ser inteiramente compreensível e normal em se tratando da sociedade brasileira, ela ficou ainda mais assustada. Escapa-lhe a dura realidade de ser impossível haver comportamento civilizado da parte de quem aprendeu a ser bruto. Haveria anormalidade de causar espanto em tal procedimento se tanto os jovens estupradores quanto a jovem estuprada fossem dotados dos conhecimentos necessários para se viver em sociedade. R

Eles não tem culpa por viverem sob influência da cultura implantada pelas melhores universidades do mundo segundo a qual é normal que os seres humanos vilipendiem uns aos outros de tal modo que o mais forte encontra amparo legal para negar ao mais fraco o direito à dignidade, orientação da qual resultam seres humanos em condições sub-humanas infinitamente inferiores às condições em que vivem cães e gatos, sendo, portanto, de responsabilidade social os comportamentos bestiais que a ninguém deveriam espantar em função da realidade que nos cerca. Por acaso é menos brutal notícia da mãe que matou o próprio filho que a estuprava? Nem é menos bestial do ponto de vista social a declaração do Ministro da Fazenda de faltar dinheiro para a educação. É da falta de uma educação que nascem os comportamentos bestiais. Não é menor a brutalidade presente no comportamento da jovenzinha ao ser estimulada precocemente à sexualidade e convencida pela sociedade moralmente deformada de haver vantagem na prostituição como insinuam o filme Uma Bela Mulher e programas como BBB, Fazenda e novelas. Errados estão os críticos de Lobão por raciocinar nesta mesma linha e afirmar que esta sociedade produz mini-putas. Ao contrário de uma educação da qual resultasse elevação espiritual que desse origem ao nobre sentimento de irmandade, aos deformadores de opinião egressos das mais famosas universidades do mundo capitalista interessa a desunião apregoada pelo feioso Henry Kissinger ao recomendar a competição como ideal. Não é sem razão que uma destas universidades acaba de laurear Fernando Henrique Cardoso, político do qual o próprio tio disse não ser merecedor de confiança. Inté.

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