quarta-feira, 25 de maio de 2016

ARENGA 266




A brutalidade é definida no dicionário como própria de seres irracionais. Realmente, ela orientava o comportamento dos seres vivos na luta pela sobrevivência no início da confusão que resultou em nossa existência. Quando a natureza criou uma espécie de animal capaz de pensar, elevou esta espécie a uma superioridade infinita sobre as demais espécies animais então existentes, e esta superioridade levou os seres pensantes à união por conveniências outras além de apenas a necessidade de reprodução exigida pelo instinto. Este comportamento novo deu origem a um tosco sentimento de irmandade. Entretanto, como a evolução rumo à verdadeira irmandade própria de seres civilizados é muito lenta, embora tal sentimento levasse aqueles primeiros seres ainda brutos à união, esta união ainda está muito longe de se estabelecer definitivamente e levar à humanidade a compreensão da necessidade de se efetivar o respeito mútuo, o que só poderá ser feito através de um sistema educacional eficiente e voltado para tal fim. Mas o que se tem está muito longe disto porque o atual modelo de administração pública mundial tem por objetivo exatamente a deseducação social para com isto instigar a competição. Educa-se exclusivamente para competir e produzir riqueza. Países como Japão, Estados Unidos, Alemanha, China, são citados como exemplos positivos resultantes de grandes investimentos em educação, exatamente os países onde se verifica a maior desunião entre os irmãos humanos, o que faz de seus povos seres tão infelizes quanto os que amargam a infelicidade de não poder satisfazer suas necessidades primárias. Além disso, o aparente bem-estar dos povos produtores de riqueza desaparecerá mais cedo ou mais tarde em consequência das atividades necessárias à produção dos bens a serem trocados por riqueza. Estudiosos do meio ambiente concluíram que em consequência do aquecimento produzido pala atividade econômica as lavouras, principalmente milho e trigo, estão se tornando tóxicas. É de se imaginar as consequências terríveis uma vez que estes cereais fazem parte da alimentação de todas as pessoas no mundo inteiro. É este o resultado de uma educação que faz parecer normal ingerir veneno na comida, na água e no ar para que se possa produzir riqueza. A par disto daí foi criada uma situação tão esquisita de injustiça social que os que não podem desfrutar de bem-estar são os que produzem o bem-estar a ser desfrutado pelos que podem. É tal o absurdo que do ensino das melhores universidades do mundo resultará a infelicidade das futuras gerações, e elas haverão de amaldiçoar seus antepassados pela indiferença ante tal estado de estupidez.

Para tornar a situação ainda mais escabrosa, os excluídos do gozo de bem-estar tiveram alterado seu funcionamento cerebral do qual resulta a capacidade de pensar e se convenceram de ser normal uma situação em que eles somam noventa e nove por cento da população mundial a contemplar o grupinho de apenas um por cento ter em seu poder noventa e nove por cento da riqueza do mundo. Tal situação é uma bomba com o rastilho queimando. É verdade que por vezes surge algum movimento contrário a tal situação, todos, entretanto, baseados em violência, o que apenas confirma ausência do civilizado sentimento de irmandade do qual o sistema capitalista foge como o capeta foge da cruz. Até pessoas de fino trato intelectual, dentro do modelo suicida de administração pública em voga no mundo, afirmam haver motivo justo para guerras, e crianças brincam de matar e destruir.

Entre nós, o povo espiritualmente mais desqualificado do mundo, surgiu um movimento intitulado Operação Lava Jato, de luta contra a desorganização social, mas que é combatido pelas próprias autoridades encarregadas de zelar pela organização social. Qual o futuro de uma sociedade na qual as autoridades exercem seu poder de mando contra a paz social enquanto o povo é convencido de que bom mesmo é ser tão imbecil a ponto de se aglomerar para ver um idiota passar correndo segurando uma vara com fogo na ponta em vez de se ligar no exemplo dos jovens Sergio Moro, Rodrigo Janot e os que se empenham para transformar a politicagem em política? Inté.  

 

 
 
 

 


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