quinta-feira, 19 de maio de 2016

ARENGA 263

As manifestações a favor de Dilma e contra Temer, e vice-versa, demonstram que os brasileiros se encontram tão acostumado às coisas ruins que perderam a noção do que seja bom porque nem dela e nem dele virá o que o povo espera ter: uma administração que o beneficie. A juventude foi levada a uma apatia tão grande de imbecilidade que não se liga em assuntos nos quais deveria se concentrar com interesse maior do que os velhos porquanto serão eles, os jovens, e seus filhos que herdarão um mundo ainda pior do que este a persistirem as condições desastrosas de administração pública em vigor. Entretanto, futilidades tipo “celebridade” que não usa cueca, calcinha ou com quem fornica são os assuntos preferidos pelos jovens. Será que este erro crasso tem origem na burrice, será? Não é, não. Aqui é que a coisa pega porque há uma armadilha perigosa da qual só se escapa quem tem tempo para se dedicar a aprender com os Grandes Mestres do Saber como é que funciona a máquina da vida. A falta de tempo é que impede aos jovens o exercício da inteligência. Não é que eles não a tenham, apenas não usam por estarem impedidos de fazê-lo pelo fato de ter a sociedade humana por princípio básico a necessidade de ser rico cada indivíduo, o que leva as pessoas a se envolverem totalmente nessa atividade, consumindo nela todo o vigor físico antes da velhice, resultando daí um embotamento mental para qualquer outra coisa diferente de dinheiro sem necessidade de haver limite para a quantidade dele. Cada quantidade de dinheiro ajuntada dá origem à necessidade de ajuntar nova quantidade, daí a impossibilidade de sobrar tempo para a meditação, o exercício do pensamento. Esta impossibilidade impede a percepção de ser impossível alguém negligenciar a necessidade dominadora de ser rico inoculada na personalidade junto com a amamentação, ficando, assim, tolhida a possibilidade de usar o tempo de que dispõe em qualquer outra atividade alheia ao ajuntamento de riqueza. Sendo assim, como fazer alvoroço por dona Dilma ou pelo senhor Lula, ou pelo senhor FHC, ou pelo senhor Collor, ou pelo senhor Sarney, ou por qualquer outro senhor ou senhora? Como esperar que quem quer que seja largue de lado os afazeres de ajuntar riqueza para cuidar dos interesses da coletividade?
Desde que existem agrupamentos humanos também existem mil e uma opiniões sobre como deve ou não deve ser a forma de se administrar a sociedade, mas nenhuma opinião leva em conta o fato da necessidade de cada um cuidar de fazer sua própria riqueza. Pior de tudo é não haver necessidade de qualquer princípio ético a orientar os métodos empregados na ajuntação de riqueza, o que torna impossível a alguém que precisa ajuntar sua riqueza ter nas mãos uma riqueza mesmo não sendo sua e superar o comichão para evitar lançar mão dela e formar sua própria riqueza. A falta de limite para a riqueza e a desnecessidade de princípios morais para sua formação são os dois fatores que levam ricos a disputarem cargos públicos que lhes deem direito a ter nas mãos a chave do cofre. Assim, pobres inocentes, para que tenham uma administração pública que lhes permita terem aquilo que o erário pode lhes dar, auto administrem-se e façam a reforma agrária, cobrem imposto sobre as grandes fortunas, expulsem toda forma de corrupção, evitando, antes de tudo, a violência. Fora disso, é malhar em ferro frio. Inté.
 



    

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