Quando
jogadores brasileiros são chamados de macacos e lhes atiram bananas, a imprensa
tem levado essa macacada para o campo do preconceito racial, no que erra
redondamente porque todos os brasileiros ainda se encontram no estágio de
símios, e não só os negros, azuis, ou marrons. Todos indistintamente sempre
foram imitadores. Primeiro, o “chic” era demonstrar familiaridade com os hábitos
dos franceses e ingleses, povos de clima frio que se vestiam com trajes pesados
confeccionados com lã. Como isso era chiqueza pura, os babacas por aqui suavam
aos montes, mas não deixavam de imitar os ingleses em seus ternos pesados aos
quais ainda se juntava um colete. Atualmente, o “top”, o “point” do “chic” são
os Estados Unidos e fazer compras em Miami. O alvoroço chega ao ponto de uma
criancinha que começava a ler, com uma revista na mão, perguntar à mãe o que
significava fazer compras em me ame. Autoridades e empresários de lá e de cá
não param nem cá e nem lá. Há uma tramóia entre eles que é um embaraço só.
Reparando direitinho até que dá prá capiscar alguma coisa. A realidade é que nenhum
brasileiro recusa propina em troca de subserviência porque o brasileiro é
orientado desde o berço para a ladroagem. Notícias de roubo estão em todos os
veículos de comunicação. Entregar riqueza a ladrões para administrar, apesar de
dar na roubalheira que enriquece todos à volta do centro de decisões, é o que
acontece quando o povo requebra os quadris enquanto do outro lado acontece o
que acontece. Desse prá cá e prá lá de gringos e autoridades resulta no
fechamento de escola por falta de dinheiro e pela situação daquela velhinha
deitada no chão do hospital, e de todos que choram no corredor do hospital e
acreditam que é assim porque tem de ser assim. Só é assim enquanto todos
pensarem que assim tem de ser.
Pois é. É
bem assim: Quando os gringos das bundas brancas jogaram banana para os
jogadores de futebola, estavam procedendo do mesmo modo como procedemos no
jardim zoológico na jaula dos macacos. Não jogamos banana pela cor do macaco e
não a entregamos na mão prá não tomar mordida. Deve ter sido o mesmo motivo
para atirar as bananas de longe para os macacos que os gringos enxergavam nos
brasileiros cuja vocação para bobo da corte não tem limite. Quando escrevi um
arremedo de livrinho chamado A Inferioridade do Brasileiro, argumentei sobre
uma propaganda em voga na época, destinada a atrair turistas fazendo-os sonhar
com a “paixão” da mulher brasileira, numa insinuação maliciosa de ser aqui a
terra apropriada para satisfação da libido, o que é incentivo à prostituição
por parte do governo em busca de imposto. É o procedimento do prefeito que a
presença do tubarão impedia de atrair turistas e escondeu o tubarão.
Então, um
povo que só pensa em brincar e imitar, não tem realmente semelhança com os
macacos? Tem, sim, e muita. Tá na hora da juventude despertar para a
necessidade de incentivar a capacidade de pensar e assumir uma postura de
dignidade no lugar da pura bandalheira que envergonha a quem tem vergonha e por
isso mesmo precisa dar lugar a um sentimento oposto ao que até aqui orientou o
comportamento, porque, a seguir como vamos, estará decretada a infelicidade das
criancinhas de hoje. Inté.
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