quinta-feira, 1 de maio de 2014

ARENGA VINTE E SEIS


Embora as pessoas que ainda não aprenderam a pensar não percebam, está sobre nós uma incógnita muito maior do que aquela interrogação preta que as histórias em quadrinhos costumam colocar na cabeça de seus personagens quando se encontram diante de um grande embaraço ou perplexidade. Insistentes dores de cabeça tem atormentado a humanidade como sintomas de algo errado no seu organismo. As levas de escorraçados pela fome e violência é uma destas dores de cabeça. Este sintoma avisa que este é apenas o início de um movimento nascido da carência e que terá o efeito de deslocar multidões mundo afora em busca de melhores condições de vida. Isto, a princípio. Mais tarde estarão lutando apenas pela vida. Não fosse a idiotia que leva uns a só enxergar dinheiro e outros a só enxergar festas, corrida de carros, brincadeiras de mil e uma formas, as secas e as enchentes já teriam sido tomadas como sinais de advertência para alguma coisa estranha. 

Encheram tanto o saco da natureza que seus presentes de grego com os quais devolve as agressões haverão de fazer com que as coisas encrespem também para o lado dos posudos da Revista Forbes que acreditam estar a salvo de tudo pela proteção do dinheiro, mas descobrirão muito tarde terem seguido na contramão da vida. A euforia da ganância pelos montes de milhões, cada vez mais milhões, sem que haja limite para a fome de dinheiro está conduzindo a humanidade para uma situação em que débeis mentais com cifrões em lugar de pupilas, como ratos, amealham todo o dinheiro que deveria ser usado para contornar os sofrimentos existentes nos bolsões de miséria provenientes exatamente da falta desse dinheiro. A obesidade da ganância precisa ser contida por cirurgia de redução do lugar gerador da ganância por dinheiro porque o futuro também será negro para os Midas culpados da miséria do mundo. Está carecendo de uma aragem fresca que refresque nos Midas o lugar onde as pessoas que pensam tem a cabeça. Como vampiros sedentos, os usurários sugam da população a energia necessária à produção de suas riquezas sem acreditar que os mantenedores de sua opulência venham a reagir antes de ficarem completamente exauridos. Pelo que se percebe, os fornecedores da própria vida já estão manifestando alguma insatisfação através dos protestos ainda desordenados, mas ocorrentes mundo afora. É a natureza que os conduzirá a este procedimento de autodefesa.

A atividade intensa exigida pela ganância de correr tresloucadamente atrás de dinheiro não permite aos iludidos donos do mundo pensar em outra coisa que não dinheiro. Até o tempo que vosmecês, donos do mundo, dizem que é dinheiro, deveria servir para contemplar a História e perceber os exemplos de outros pedestais tão opulentos quanto o de vosmecês, mas que vieram abaixo pela insustentabilidade de um ambiente formado por um mundinho de nada de riqueza dentro de um mundão de todo tamanho de miséria. Toda vez que o mundo da miséria exorbita de miserabilidade ele vira a mesa. A ostentação exibida no pedestal da fantasia onde se encontram os coletores de bilhões não escapa à percepção de uma multidão a perder de vista de necessitados que se encontra embaixo com olhos ávidos nas algibeiras dos de lá de cima no pedestal, indiferentes aos sinais de advertência social e natural. Toda enganação acaba por mostrar sua falsidade. O problema maior deste fim da enganação social é que isso tornará extremamente agressivos os bichos em forma de gente que vosmecês, senhores donos do mundo, sevaram através de uma educação adredemente preparada pelos Estados Unidos, num conluio chamado Programa MEC/USAID, especialmente arquitetado para manter os brasileiros do jeitinho que eles sempre foram: especialistas em bobagens e canalhices, além de eternos abastecedores dos gringos das bundas brancas e de um almoxarifado chamado Erário transformado em propriedade privada do grupo que estiver no momento gozando do bem bom dos tapetes dos palácios sobre os quais os pés afundam. É um círculo vicioso enrolado pelo satanás a situação em que se encontra a humanidade. Com o poder dos montes de bilhões os ricos donos do mundo estabelecem um nível tão baixo de desenvolvimento intelectual além do qual a juventude não deve passar a fim de ser incapaz de raciocinar acima do medíocre. Isto funciona favoravelmente aos ricos porque sem raciocinar não pode a juventude perceber estar sendo ludibriada e dirigida para idiotices como criar músculos, injetar tinta e espetos no corpo, procurar o prazer das drogas já que não podem encontrá-lo num tipo de vida da qual participam corpos esquartejados nas ruas e choro sem fim no corredor dos hospitais.

E assim o capeta solda as duas pontas do círculo vicioso mefistofélico no qual segue a humanidade inteira a doar até exaurir a própria energia para produzir o brilho do luxo do pedestal sobre o qual repousa a nata da fina flor da riqueza e da burrice de usar essa riqueza para montar um gigantesco e caríssimo aparelho hipnotizador destinado a sustentar uma grande farsa que não pode, contudo, se eternizar.  Com sua maldade, a troco de riqueza, os ricos donos do mundo envenenam desde o sagrado leite materno até a espiritualidade dos seres humanos ao obrigá-los a fazer papel de bobos. Por falta de outro tipo de liderança os jovens se ligam a uns tais de “famosos” cuja capacidade de contribuição para o desenvolvimento social de sua comunidade é sugar-lhe dinheiro em troca de brincadeiras, com total reconhecimento de quem teve convenientemente afetada sua capacidade cerebral a ponto de exacerbar a índole de macaco e extrapolar ao imitar estes tais de “famosos” no corte de cabelo, de se vestir, e até no modo de andar. Tudo por falta de quem realmente mereça admiração. A cegueira mental imposta aos jovens pelos organizadores do sistema que orienta o mundo é equivalente à cegueira física que os guerreiros fenícios impunham aos vencidos na guerra, vazando-lhes os olhos. Né, não? Inté.

 

 

 

 

 

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