Embora as
pessoas que ainda não aprenderam a pensar não percebam, está sobre nós uma
incógnita muito maior do que aquela interrogação preta que as histórias em
quadrinhos costumam colocar na cabeça de seus personagens quando se encontram
diante de um grande embaraço ou perplexidade. Insistentes dores de cabeça tem
atormentado a humanidade como sintomas de algo errado no seu organismo. As
levas de escorraçados pela fome e violência é uma destas dores de cabeça. Este
sintoma avisa que este é apenas o início de um movimento nascido da carência e
que terá o efeito de deslocar multidões mundo afora em busca de melhores
condições de vida. Isto, a princípio. Mais tarde estarão lutando apenas pela
vida. Não fosse a idiotia que leva uns a só enxergar dinheiro e outros a só
enxergar festas, corrida de carros, brincadeiras de mil e uma formas, as secas
e as enchentes já teriam sido tomadas como sinais de advertência para alguma
coisa estranha.
Encheram
tanto o saco da natureza que seus presentes de grego com os quais devolve as
agressões haverão de fazer com que as coisas encrespem também para o lado dos
posudos da Revista Forbes que acreditam estar a salvo de tudo pela proteção do
dinheiro, mas descobrirão muito tarde terem seguido na contramão da vida. A
euforia da ganância pelos montes de milhões, cada vez mais milhões, sem que
haja limite para a fome de dinheiro está conduzindo a humanidade para uma
situação em que débeis mentais com cifrões em lugar de pupilas, como ratos,
amealham todo o dinheiro que deveria ser usado para contornar os sofrimentos
existentes nos bolsões de miséria provenientes exatamente da falta desse
dinheiro. A obesidade da ganância precisa ser contida por cirurgia de redução
do lugar gerador da ganância por dinheiro porque o futuro também será negro
para os Midas culpados da miséria do mundo. Está carecendo de uma aragem fresca
que refresque nos Midas o lugar onde as pessoas que pensam tem a cabeça. Como
vampiros sedentos, os usurários sugam da população a energia necessária à
produção de suas riquezas sem acreditar que os mantenedores de sua opulência
venham a reagir antes de ficarem completamente exauridos. Pelo que se percebe,
os fornecedores da própria vida já estão manifestando alguma insatisfação
através dos protestos ainda desordenados, mas ocorrentes mundo afora. É a
natureza que os conduzirá a este procedimento de autodefesa.
A atividade
intensa exigida pela ganância de correr tresloucadamente atrás de dinheiro não
permite aos iludidos donos do mundo pensar em outra coisa que não dinheiro. Até
o tempo que vosmecês, donos do mundo, dizem que é dinheiro, deveria servir para
contemplar a História e perceber os exemplos de outros pedestais tão opulentos
quanto o de vosmecês, mas que vieram abaixo pela insustentabilidade de um
ambiente formado por um mundinho de nada de riqueza dentro de um mundão de todo
tamanho de miséria. Toda vez que o mundo da miséria exorbita de miserabilidade
ele vira a mesa. A ostentação exibida no pedestal da fantasia onde se encontram
os coletores de bilhões não escapa à percepção de uma multidão a perder de
vista de necessitados que se encontra embaixo com olhos ávidos nas algibeiras
dos de lá de cima no pedestal, indiferentes aos sinais de advertência social e
natural. Toda enganação acaba por mostrar sua falsidade. O problema maior deste
fim da enganação social é que isso tornará extremamente agressivos os bichos em
forma de gente que vosmecês, senhores donos do mundo, sevaram através de uma
educação adredemente preparada pelos Estados Unidos, num conluio chamado Programa
MEC/USAID, especialmente arquitetado para manter os brasileiros do jeitinho que
eles sempre foram: especialistas em bobagens e canalhices, além de eternos
abastecedores dos gringos das bundas brancas e de um almoxarifado chamado
Erário transformado em propriedade privada do grupo que estiver no momento
gozando do bem bom dos tapetes dos palácios sobre os quais os pés afundam. É um
círculo vicioso enrolado pelo satanás a situação em que se encontra a
humanidade. Com o poder dos montes de bilhões os ricos donos do mundo
estabelecem um nível tão baixo de desenvolvimento intelectual além do qual a
juventude não deve passar a fim de ser incapaz de raciocinar acima do medíocre.
Isto funciona favoravelmente aos ricos porque sem raciocinar não pode a juventude
perceber estar sendo ludibriada e dirigida para idiotices como criar músculos,
injetar tinta e espetos no corpo, procurar o prazer das drogas já que não podem
encontrá-lo num tipo de vida da qual participam corpos esquartejados nas ruas e
choro sem fim no corredor dos hospitais.
E assim o
capeta solda as duas pontas do círculo vicioso mefistofélico no qual segue a
humanidade inteira a doar até exaurir a própria energia para produzir o brilho
do luxo do pedestal sobre o qual repousa a nata da fina flor da riqueza e da
burrice de usar essa riqueza para montar um gigantesco e caríssimo aparelho
hipnotizador destinado a sustentar uma grande farsa que não pode, contudo, se
eternizar. Com sua maldade, a troco de
riqueza, os ricos donos do mundo envenenam desde o sagrado leite materno até a
espiritualidade dos seres humanos ao obrigá-los a fazer papel de bobos. Por
falta de outro tipo de liderança os jovens se ligam a uns tais de “famosos”
cuja capacidade de contribuição para o desenvolvimento social de sua comunidade
é sugar-lhe dinheiro em troca de brincadeiras, com total reconhecimento de quem
teve convenientemente afetada sua capacidade cerebral a ponto de exacerbar a
índole de macaco e extrapolar ao imitar estes tais de “famosos” no corte de
cabelo, de se vestir, e até no modo de andar. Tudo por falta de quem realmente
mereça admiração. A cegueira mental imposta aos jovens pelos organizadores do
sistema que orienta o mundo é equivalente à cegueira física que os guerreiros
fenícios impunham aos vencidos na guerra, vazando-lhes os olhos. Né, não? Inté.
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