segunda-feira, 7 de março de 2016

ARENGA 232

Considerando que a imprensa é o espelho que reflete a imagem da sociedade, duas notícias que correm pelaí esclarecem estar muito longe a possibilidade de viver equilibradamente a sociedade humana, particularmente esta nossa sociedade composta de admiradores de BBB, Fazenda, “celebridades” e “famosos”, além de assobiar e bufar no elevador, e cujo sonho maior é poder dizer que já esteve nos Estados Unidos. A primeira notícia diz que Lula é indicado o melhor presidente que o Brasil já teve. A segunda notícia dá conta de que o papa cita o “não matar” bíblico para pedir paz. Estas notícias denunciam um estado mental aquém do necessário para que uma sociedade passa evoluir espiritualmente e ser civilizada. Esmiuçando a notícia de que Lula foi indicado o melhor dos presidentes brasileiros, conclui-se ter a administração pública falido completamente ou que o povo brasileiro tem a propensão gastronômica do peru. O que mais justificaria ser considerado melhor o chefe de uma administração pública da qual resulta a calamidade em que se encontra a sociedade brasileira? Só duas coisas: a burrice absoluta ou o conformismo com o sofrimento desnecessário defendido pela religião. Subindo num murundu e olhando em volta, o que se vê são corredores de hospitais abarrotados de chorões, pacientes que tem pernas e rins extirpados do lado errado, vemos estádios monumentais para brincadeiras contrastando com a miséria na saúde, na educação e na segurança. O que há, na verdade, é uma administração tão canhestra que as autoridades apresentam à manada ocorrências resultantes de má administração como se fossem de boa administração como, por exemplo, a redução de duas ou três mortes entre as milhares havidas. Uma só morte por violência ou falta de assistência médica denuncia uma péssima administração. O Bolsa Família, verdadeira aberração social é apresentado a este povo miserável em todos os sentidos como uma grande coisa, quando, na verdade, é de se lamentar haver na sociedade tantos mendigos a necessitar daquela esmola.
Se a notícia de ser bom o governo de Lula é demonstração de mentira ou safadeza, a notícia de que o Papa cita a recomendação bíblica de não matar demonstra uma contradição monumental porquanto a bíblia, se espremida, pinga sangue. Só a desnecessidade de pensar justifica ter o Papa coragem de falar o que falou. A pessoa que representa o chefe da igreja católica, Francisco, inspira simpatia e confiança porque é um homem honesto. Mas, sendo honesto, como consegue ser papa e honesto ao mesmo tempo? Aposto um tostão furado como ele não acredita em nada daquela bestajada. Se lhe for perguntado se acredita, ele dirá que sim pelo dever de papa, mas ficará corado pela honestidade de Francisco, prova inequívoca de acreditar tanto quanto eu. Inté.





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