domingo, 13 de março de 2016

ARENGA 237



Os seres humanos não se dão conta de chegar o tempo de deixar de ser criança. Só se é criança uma vez. Ele ou ela, depois de nascer cabelo na cara e “nas partes”, já não se trata mais de criança. E uma vez que é ridículo o comportamento de criança em jovens, pior ainda em adultos com brinco dependurado num buraco aberto na orelha, esperneando e gritando gôôôôôôôôôôô quando a bola passa pelo goleiro, sem sequer imaginar o que está escondido por trás de toda aquela alegria. Nem sabe e nem pode saber estas figuras mentalmente insignificantes porque para saber é preciso ler o livro O Lado Sujo do Futebol. Como rebotalhos espirituais não leem, fica o dito pelo não dito. Este é justamente o motivo pelo qual existe a ojeriza à leitura. Lendo, aprende-se, aprendendo, deixa-se de ser analfabeto político, deixando-se de ser analfabeto político passa-se a ter maior interesse no que está sendo feito do erário do que pelas brincadeiras, passando-se a ter esse interesse corta-se a farra dos esfarrapadores de erário uma vez que eles não o esfarrapariam com alguém olhando. Desde que existe erário, vem ele servindo para ser espoliado na manutenção dos privilégios do conhecimento de todos, mas não contestados exatamente por conta do analfabetismo político e da religiosidade. Juntas, promovem o desinteresse pelo destino da sociedade e da família. Para promoção desse desinteresse, e ninguém pode provar o contrário, consta que o recém-nascido suga junto com o leite materno drogas contidas nos alimentos que a mãe ingere destinadas a facilitar o trabalho de manipulação da mente para fazer com que o adulto em que se transforma aquela criança venha a viver irrealidades e menosprezar a realidade como fazem as crianças antes da maturidade, o que significa impedir que o adulto amadureça mentalmente. Aproveitando desta imaturidade, o papagaiamento de microfone cai de pau prá cima dos imaturos e os convence de futucar telefone, abarrotar as lojas barulhentas, ter necessidade de conhecer o estrangeiro, de ser bonito imitar o americano, pelaí.
A infantilidade dos adultos pode ser percebida claramente com a leitura do livro Pequenas História da Bíblia, de José Luís Olaizola. Um avô conta para sua neta doente as histórias da bíblia. Enquanto a menininha estranha coisas como por exemplo o fato de ter Abraão expulsado para o deserto Agar com o filho dela e dela, os adultos encarram o mesmo fato com naturalidade por se tratar de assunto divinos cujo entendimento é desnecessário. Por conta desta infantilidade dos adultos é que se devem as árvores de natal consumindo energia, toneladas de flores levas para os cemitérios para serem transformadas em lixo, lojas abarrotadas nos festejamentos alardeados pela televisão, pipocar de fogos, engalfinahemento no futebola, pelaí. Inté.








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