Os seres
humanos não se dão conta de chegar o tempo de deixar de ser criança. Só se é
criança uma vez. Ele ou ela, depois de nascer cabelo na cara e “nas partes”, já
não se trata mais de criança. E uma vez que é ridículo o comportamento de
criança em jovens, pior ainda em adultos com brinco dependurado num buraco
aberto na orelha, esperneando e gritando gôôôôôôôôôôô quando a bola passa pelo
goleiro, sem sequer imaginar o que está escondido por trás de toda aquela
alegria. Nem sabe e nem pode saber estas figuras mentalmente insignificantes
porque para saber é preciso ler o livro O Lado Sujo do Futebol. Como rebotalhos
espirituais não leem, fica o dito pelo não dito. Este é justamente o motivo
pelo qual existe a ojeriza à leitura. Lendo, aprende-se, aprendendo, deixa-se
de ser analfabeto político, deixando-se de ser analfabeto político passa-se a
ter maior interesse no que está sendo feito do erário do que pelas
brincadeiras, passando-se a ter esse interesse corta-se a farra dos esfarrapadores
de erário uma vez que eles não o esfarrapariam com alguém olhando. Desde que
existe erário, vem ele servindo para ser espoliado na manutenção dos
privilégios do conhecimento de todos, mas não contestados exatamente por conta
do analfabetismo político e da religiosidade. Juntas, promovem o desinteresse
pelo destino da sociedade e da família. Para promoção desse desinteresse, e
ninguém pode provar o contrário, consta que o recém-nascido suga junto com o
leite materno drogas contidas nos alimentos que a mãe ingere destinadas a
facilitar o trabalho de manipulação da mente para fazer com que o adulto em que
se transforma aquela criança venha a viver irrealidades e menosprezar a
realidade como fazem as crianças antes da maturidade, o que significa impedir
que o adulto amadureça mentalmente. Aproveitando desta imaturidade, o
papagaiamento de microfone cai de pau prá cima dos imaturos e os convence de
futucar telefone, abarrotar as lojas barulhentas, ter necessidade de conhecer o
estrangeiro, de ser bonito imitar o americano, pelaí.
A
infantilidade dos adultos pode ser percebida claramente com a leitura do livro
Pequenas História da Bíblia, de José Luís Olaizola. Um avô conta para sua neta
doente as histórias da bíblia. Enquanto a menininha estranha coisas como por
exemplo o fato de ter Abraão expulsado para o deserto Agar com o filho dela e
dela, os adultos encarram o mesmo fato com naturalidade por se tratar de assunto
divinos cujo entendimento é desnecessário. Por conta desta infantilidade dos
adultos é que se devem as árvores de natal consumindo energia, toneladas de
flores levas para os cemitérios para serem transformadas em lixo, lojas abarrotadas
nos festejamentos alardeados pela televisão, pipocar de fogos, engalfinahemento
no futebola, pelaí. Inté.
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