terça-feira, 22 de março de 2016

ARENGA 243


Jamais existirá sociedade civilizada enquanto sua organização tiver por base dois falsos pilares. Primeiro: honestidade dos administradores. Segundo: caber ao povo a responsabilidade de escolhê-los. A desonestidade, além de ser inerente ao ser humano, é estimulada pela educação adotada no mundo inteiro. Depois disso, para completar a ruína social, quem escolho seus administradores é o povo. Não passando o povo de apenas povo, de sua escolha resultará quem também seja povo, e povo é constituído daquelas pessoas que trazem consigo ainda fresca na mente a lembrança dos tempos de caçador e coletor de alimentos que as impele a avançar sobre qualquer coisa que não esteja protegida por uma força superior à sua. Esta é a única razão pela qual as sociedades humanas nunca deram certo e nunca darão enquanto não mudar sua forma de se organizar porque quem com povo anda, farelo come. É o que quis dizer o velho adágio. Não faz muito, uma pessoa do povo que se candidatou para ocupar o primeiro posto na hierarquia da administração pública fazia pose ao lado de outra pessoa do povo, um jogador de futebola como meio de atrair votos do povo, o que comprova o acerto do adágio. É inaceitável que a capacidade criadora do ser humano não consiga elevá-lo acima da mediocridade de uma vida reles semelhante às outras espécies que nada podem criar. O único obstáculo entre a mediocridade e a superioridade espiritual é a recusa em dedicar algum tempo à meditação porque a única diferença entre o ser humano e o burro de carroça é que o homem guarda o produto do seu trabalho. No mais é tudo igual. Ambos existem apenas para tralhar, sendo que a grande vantagem resultante da atividade de guardar se transformou em desvantagem por não haver limite quanto à quantidade a ser guardada.
O Jornal Nacional de ontem, 05/12/2016, mostrou um gasto astronômico de um milhão de dólares diários para proteger das outras pessoas as coisas que um senhor americano guardou para si e sua família, do que se conclui ser a cegueira mental mais perigosa que a cegueira física por a disfunção ocular não leva necessariamente o cego ao desastre, sendo inteiramente incompreensível que pessoas aparentemente ilustradas pelos estudos sejam capazes afirmar que a melhor forma de se viver em sociedade é o individualismo do qual resulta aquela situação noticiada, embora suas consequências estejam aí a olhos vistos, a violência incontrolável dela resultante. Decididamente, a humanidade desprezou completamente sua capacidade criativa. Inté.










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