Jamais
existirá sociedade civilizada enquanto sua organização tiver por base dois
falsos pilares. Primeiro: honestidade dos administradores. Segundo: caber ao
povo a responsabilidade de escolhê-los. A desonestidade, além de ser inerente
ao ser humano, é estimulada pela educação adotada no mundo inteiro. Depois
disso, para completar a ruína social, quem escolho seus administradores é o
povo. Não passando o povo de apenas povo, de sua escolha resultará quem também
seja povo, e povo é constituído daquelas pessoas que trazem consigo ainda fresca
na mente a lembrança dos tempos de caçador e coletor de alimentos que as impele
a avançar sobre qualquer coisa que não esteja protegida por uma força superior
à sua. Esta é a única razão pela qual as sociedades humanas nunca deram certo e
nunca darão enquanto não mudar sua forma de se organizar porque quem com povo
anda, farelo come. É o que quis dizer o velho adágio. Não faz muito, uma pessoa
do povo que se candidatou para ocupar o primeiro posto na hierarquia da administração
pública fazia pose ao lado de outra pessoa do povo, um jogador de futebola como
meio de atrair votos do povo, o que comprova o acerto do adágio. É inaceitável
que a capacidade criadora do ser humano não consiga elevá-lo acima da
mediocridade de uma vida reles semelhante às outras espécies que nada podem
criar. O único obstáculo entre a mediocridade e a superioridade espiritual é a
recusa em dedicar algum tempo à meditação porque a única diferença entre o ser
humano e o burro de carroça é que o homem guarda o produto do seu trabalho. No
mais é tudo igual. Ambos existem apenas para tralhar, sendo que a grande
vantagem resultante da atividade de guardar se transformou em desvantagem por
não haver limite quanto à quantidade a ser guardada.
O Jornal
Nacional de ontem, 05/12/2016, mostrou um gasto astronômico de um milhão de
dólares diários para proteger das outras pessoas as coisas que um senhor
americano guardou para si e sua família, do que se conclui ser a cegueira
mental mais perigosa que a cegueira física por a disfunção ocular não leva
necessariamente o cego ao desastre, sendo inteiramente incompreensível que
pessoas aparentemente ilustradas pelos estudos sejam capazes afirmar que a
melhor forma de se viver em sociedade é o individualismo do qual resulta aquela
situação noticiada, embora suas consequências estejam aí a olhos vistos, a
violência incontrolável dela resultante. Decididamente, a humanidade desprezou
completamente sua capacidade criativa. Inté.
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