quinta-feira, 17 de março de 2016

ARENGA 240

A velhice torna as pessoas mais sensíveis, além de dar-lhes maiores conhecimentos através da experiência. A sensibilidade de velho me dá infinita tristeza ao ver jovens imbecis futucando telefone enquanto o país onde crescerão seus filhos é transformado num pardieiro sem precedentes, apesar de sempre ter sido a esculhambação o forte desse povo sem comparação em termos de desqualificação moral e de burrice infinita. Não existe fundo o poço da indignidade em que a politicagem nos colocou, e a cada novo dia somos mais indignos do que no dia anterior. O ato de tornar um criminoso Ministro do Estado Brasileiro para evitar que ele responda por seus crimes não tem lugar dentro de qualquer perspectiva senão de banditismo puro e simples. Enquanto tudo isto acontece, multidões lotam igrejas e terreiros de brincadeiras. É verdade absoluta que a politicagem não tem outra finalidade senão permitir a seus executores se locupletarem com recursos do erário. Tais recursos, por acaso, não tem donos? Onde estarão eles e qual o motivo de tamanho desinteresse, se são estes recursos que custearão o bem-estar social desejado por todos indistintamente? Esta indiferença, este alheamento da realidade da vida por parte dos donos dos recursos públicos não só é a causa da deterioração que transformou a política em atividade criminosa ou politicagem, mas também é ardilosamente produzida através do analfabetismo político citado por Bertold Brecht como responsável por tudo de ruim que acontece no mundo. Se individualmente cada indivíduo trata de cuidar de suas posses, o coletivo formado pelas individualidades age de modo oposto, deixando a cargo de ladrões os recursos provenientes dos impostos, fruto do trabalho de todos. Esse desinteresse próprio do analfabeto político permite existirem as coisas que estamos vendo. Ninguém resiste à tentação de se apossar do alheio porque o instinto de rato é criação da própria natureza, e, como tal, inerente à personalidade do ser humano. O instinto de rato tanto existe no rato como no homem.
Se o brasileiro sempre deu exemplo de coisas ruins, agora está prestando valoroso serviço à comunidade mundial ao mostrar a necessidade de se trocar por novos os velhos métodos de administração pública. Os fatos ocorrentes por aqui que causam indignação nos países que se acham civilizados também ocorrem por lá, embora em menores proporções porque a sabedoria dos mais velhos lhes faz lembrar o “devagar com o andor”. Mas os palácios, as contas nos infernos fiscais, a existência de reis, rainhas, príncipes e princesas são formas de parasitar a classe trabalhadora. Em todo o mundo o elemento povo sempre fez o papel do burrico no qual eu carregava lenha na fazenda quando era menino, embora o povo prefira ser ovelha de Cristo, coisa temerária porque existem uns programas de putaria pelaí onde se faz com as ovelhas mais coisas do que apenas tosquiar, e os politiqueiros são especialistas nestas outras coisas.
Estarrecedora a desfaçatez com que uma velharia acovardada pelo medo de que alguma mudança pode significar dificuldade para abastecer a despensa, juntamente com uma plêiade de profissionais do direito não se acanhem em se posicionar do lado dos ladrões com argumentos imbecis como Estado de Direito e respeito à Constituição Federal, instituições espezinhadas por estas mesmas pessoas ao proteger criminosos abertamente como vimos no Mensalão e estamos vendo agora. O instituto do foro privilegiado é uma excrescência que desmoraliza toda intenção de moralização, principalmente a igualdade perante a lei. A afirmação de um professor de direito de São Paulo de  ser um garoto desequilibrado o doutor Sergio Moro por cumprir a obrigação de punir bandidos nada mais é do que a desfaçatez de defender bandidos para dividir o butim como fazia o doutor Thomaz Bastos no Mensalão que teve um Sergio Mora na pessoa do doutor Joaquim Barbosa, também perseguido pelas mesmas razões que movem esse professor de direito, certamente um velho que passou pela vida e nada aprendeu fora de exercer a atividade criminosa de interpretar as leis dando-lhes o sentido que a conveniência determina. A indiferença da juventude ante estas coisas indica ser ela mais burra que meu burrinho de carregar lenha e água. Tão burra que além do zero no Enem, também proseia animadamente nas filas do empréstimo para estudar ou para contribuir com a usura criminosa dos bancos. Trocando esta juventude por outra viveremos melhor. Inté.


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