Na página 34 do livro Origem Da Desigualdade Entre Os Homens,
mestre Rousseau diz o seguinte: “... é evidente, pela leitura dos livros
sagrados, que o primeiro homem, tendo recebido de deus...” e na página37 de
Senso Comum mestre Thomas Paine se refere como fato histórico o pedido de
Samuel a deus para que desse um rei que governasse seu povo (1 Samuel 8:6).
Ao fazer referência a deus como realidade, apesar do
extraordinário conhecimento que demonstraram, estes dois grandes pensadores
deixaram claro que mesmo eles, os grandes pensadores, tinham muito ainda a
aprender sobre a realidade da vida porque se declararam também envolvidos na
mesma falsa crendice do populacho festeiro e vulgar que escreve “foi deus que
mim deu” em carrinhos baratos, conversa com estátua e compra feijão santo.
Atualmente, em função do esclarecimento adquirido com a
experiência, a existência de deus não faz mais sentido para nenhum intelectual,
salvo os que têm na fé a garantia da despensa abastecida. Repercutiria mal atualmente
entre pessoas cultas uma obra literária que se referisse a religiosidade como
merecedora de credibilidade. A leitura da bíblia leva à conclusão de estar
completamento certa a afirmação de que as religiões de hoje serão mitologias amanhã.
Interessante nessa história bíblica de Samuel reivindicar um
rei perante deus é a sabedoria de quem a escreveu ao avisar a Samuel que o rei
iria achacar o povo, tomando dele até os filhos (1 Samuel 8:11). Não é o que
fazem os governos obrigando os filhos do povo a se matarem nas guerras? O cara
que escreveu isso tinha a percepção que até hoje o povo não tem se ainda
acredita em governo.
Mas não é
apenas quanto no tocante a religião que pensadores se declararam inocentes
quanto à realidade da vida. Incorreram no mesmo equívoco filósofos ateus como
Marx, Lenin e Stalin ao acreditar que o elemento povo tivesse discernimento
necessário para promover uma sociedade civilizada, o que fica atualmente
demostrado ser impossível porque sendo agora o povo responsável pela escolha dos
governantes, escolhem bandidos para representá-lo como autoridades governamentais.
Entretanto, mesmo a pensadores modernos que criticam a
inviável cultura capitalista parece escapar uma parte da realidade. Grandes
economistas como Thomas Piketty e Ladislau Dowbor, por exemplo, veem inviabilidade
na economia apenas na agiotagem parasitária do sistema financeiro, por ser
danosa ao sistema produtivo. Mas, na realidade, é inviável todo o sistema econômico
capitalista se o sistema produtivo é voltado para lucros ilimitados que dão
origem a grandes enriquecimentos que acabam, num círculo vicioso, direcionados
para a condenável agiotagem do sistema financeiro.
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