Se a humanidade ainda
vive a escravidão de carregar o peso da classe perdulária e socialmente inútil
de parasitas de diversas espécies, sendo as mais perniciosas as da política,
das religiões e do cassino financeiro, deve-se à inversão da atividade política.
Criadas para zelar pela ordem e justiça sociais, passaram as autoridades
políticas a promover desordens e injustiças sociais com tamanha desenvoltura
que apenas pessoas desprovidas de discernimento acreditam nestas autoridades para
pedir socorro quando vitimadas pelas iniquidades.
O presidente Trump dos
Estados Unido, acaba de dar exemplo de desordem política. Além de ter
colonizado o mundo por meio de força bruta, permite se arvorar à petulância do
“O ESTADO SOU EU” ao alimentar o direito de eternizar-se no poder. Já são
tempos de haver número suficiente de pessoas esclarecidas o bastante para se
inteirar da importância social da orientação política para não permitir ser ela
desempenhada de modo tão desastroso como é. A humanidade carece de um despertar
para a realidade de sua dependência de uma ação política correta, voltada para
o bem-estar coletivo, ao contrário das consequências desastrosas que acontecem
sob sua completa indiferença.
A necessidade de ser bem articulada a ação
política foi o motivo que levou Platão a dizer que governar deve ser atividade
para filósofos. Certamente não filósofos que a troco da despensa abastecida
juram de pés juntos que para se viver em sociedade nada é melhor do que uma
organização baseada na competição. É desta inverdade que resulta o descompasso
ora verificado no mundo com um por cento de seus habitantes tendo se apropriado
de noventa e nove por cento da imensa riqueza construída a custo da
escravização pelo látego do emprego.
É verdade que o tempo
faz evoluir para a racionalidade. Mas, além da lentidão, o processo evolutivo
pela experiência é sabotado pela inescrupulosidade das autoridades políticas
desordeiras que usando da distorção política, passaram a servir ao sistema
financeiro parasitário que se apossou da riqueza do mundo e, para evitar ser
desbancado, promove o obscurantismo mental que Bertold Brecht denominou de
analfabetismo político, permitindo-se ficar a cômodo.
É preciso escrever em
todos os muros do mundo (expressão do mestre Nietzsche) que a ação política não
pode sob hipótese nenhuma ficar a cargo de gatos pingados pela simples, clara,
inegável e comprovada razão de não haver um único ser humano no mundo capaz de
evitar dar um jeito para meter a mão num dinheiro sob sua guarda.
A humanidade tem sido
feita de eterna bobalhona, joguete nas mãos de parasitas que fazem dela o que
bem quer: manada, rebanho de Cristo, entusiastas por corridas de carros tão
velozes que seus motoristas são pilotos que chegam a receber salário de trezentos
milhões de reais num ano, enquanto um trabalhador realmente útil ganha treze
mil. Custear fabulosos estádios para futebola, imensos templos para oração,
enriquecer ridículos “famosos” e “celebridades” enquanto lhe faltam recursos
para as coisas essenciais da vida. É assim que caminha a humanidade.
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