terça-feira, 8 de setembro de 2020

ARENGA 438

 

Se a humanidade ainda vive a escravidão de carregar o peso da classe perdulária e socialmente inútil de parasitas de diversas espécies, sendo as mais perniciosas as da política, das religiões e do cassino financeiro, deve-se à inversão da atividade política. Criadas para zelar pela ordem e justiça sociais, passaram as autoridades políticas a promover desordens e injustiças sociais com tamanha desenvoltura que apenas pessoas desprovidas de discernimento acreditam nestas autoridades para pedir socorro quando vitimadas pelas iniquidades.

O presidente Trump dos Estados Unido, acaba de dar exemplo de desordem política. Além de ter colonizado o mundo por meio de força bruta, permite se arvorar à petulância do “O ESTADO SOU EU” ao alimentar o direito de eternizar-se no poder. Já são tempos de haver número suficiente de pessoas esclarecidas o bastante para se inteirar da importância social da orientação política para não permitir ser ela desempenhada de modo tão desastroso como é. A humanidade carece de um despertar para a realidade de sua dependência de uma ação política correta, voltada para o bem-estar coletivo, ao contrário das consequências desastrosas que acontecem sob sua completa indiferença.

 A necessidade de ser bem articulada a ação política foi o motivo que levou Platão a dizer que governar deve ser atividade para filósofos. Certamente não filósofos que a troco da despensa abastecida juram de pés juntos que para se viver em sociedade nada é melhor do que uma organização baseada na competição. É desta inverdade que resulta o descompasso ora verificado no mundo com um por cento de seus habitantes tendo se apropriado de noventa e nove por cento da imensa riqueza construída a custo da escravização pelo látego do emprego.

É verdade que o tempo faz evoluir para a racionalidade. Mas, além da lentidão, o processo evolutivo pela experiência é sabotado pela inescrupulosidade das autoridades políticas desordeiras que usando da distorção política, passaram a servir ao sistema financeiro parasitário que se apossou da riqueza do mundo e, para evitar ser desbancado, promove o obscurantismo mental que Bertold Brecht denominou de analfabetismo político, permitindo-se ficar a cômodo.

É preciso escrever em todos os muros do mundo (expressão do mestre Nietzsche) que a ação política não pode sob hipótese nenhuma ficar a cargo de gatos pingados pela simples, clara, inegável e comprovada razão de não haver um único ser humano no mundo capaz de evitar dar um jeito para meter a mão num dinheiro sob sua guarda.

A humanidade tem sido feita de eterna bobalhona, joguete nas mãos de parasitas que fazem dela o que bem quer: manada, rebanho de Cristo, entusiastas por corridas de carros tão velozes que seus motoristas são pilotos que chegam a receber salário de trezentos milhões de reais num ano, enquanto um trabalhador realmente útil ganha treze mil. Custear fabulosos estádios para futebola, imensos templos para oração, enriquecer ridículos “famosos” e “celebridades” enquanto lhe faltam recursos para as coisas essenciais da vida. É assim que caminha a humanidade.


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