Segundo aqueles que se
dedicam a pensar sobre o assunto, os governos foram instituídos para empregar
corretamente o dinheiro que a coletividade deposita em suas mãos para gastar na
administração da sociedade composta por aquela coletividade. Daí haver o
pensador Thomas Paine afirmado que um governo deve ser considerado bom quando
faz esta administração com melhor resultado e menor custo. Sendo esta uma
realidade incontestável, só uma idiotização, uma debilidade mental,
justificaria opiniões de ser bom ou excelente o governo de um povo miserável,
não obstante a imensa riqueza que esse povo lhe põe nas mãos. Realmente, sendo a
desonestidade implantada no ser humano pelo culto da divinização da riqueza,
como esperar que seres desonestos não roubem um dinheiro que lhe veio cair nas
mãos e que pertence a um populacho ignorante que nem sabe ser dona daquele
dinheiro? Pode alguém na vastidão do mundo apontar um único governo que vise o
bem-estar da sociedade que administra a ponto de ser realmente um bom ou
excelente governo? Se não, e as guerras, a miséria e o sofrimento provam que
não, quem atribui tais qualidades nobres a qualquer governo no mundo inteiro é
por ter a mesma propensão gastronômica do peru.
O mais crível é que tais
opiniões sejam compradas. Se até cientistas vendem opiniões afirmando ser a
competição a melhor forma de se organizar uma sociedade ou de ser necessária a
crença em deus, que dizer então do populacho e dos lambe botas que montam no
pescoço o saco de um governante e assim desfilam em meio à multidão de idiotas?
Para quem está com fome, bom governante é o
que lhe dá migalhas. Mas não é assim. Não é bom o governo de onde há fome. Nem
o que reprime com violência rebeldia contra a injustiça por ser atitude nobre
recusar a submeter-se a injustiças.
O mundo precisa ser
repensado e passa já do tempo de se fazer isso. O primeiro passo nesse sentido
deve ser no rumo de sacudir para longe a orientação de ideais políticos
desprovidos de espírito de sociabilidade.
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