É verdade
incontestável que só o conhecimento leva ao ateísmo. É por isto que o
pernóstico e antipático doutor Dráuzio Varela afirmou ser ateu porque estudou. A
certeza de que só a luz do esclarecimento conduz ao ateísmo está no fato
visível de não haver um só ateu analfabeto no mundo, salvo se houver algum
grupo em algum recanto do planeta que nunca tenha ouvido sobre deus. Não menos verídico
é o fato de ser maior a convicção da descrença do ateu quanto maior for o seu
grau de intelectualidade. Intelectual só é religioso em troca de alguma
vantagem. Salvo se sua intelectualidade for de meia tigela. Tomando como
exemplo para este devorteio do pensamento pela vida, percebe-se que o ateísmo do
Grande Mestre do Saber, o filósofo Nietzsche, não comporta vacilação graças à
sua imensa intelectualidade que o fazia convicto de ser a religiosidade tão
prejudicial à humanidade que ela precisa ser combatida e nunca tolerada uma vez
que só a ignorância faz alguém desconhecer que o mal à sociedade é também
contra si próprio. Portanto, longe de ser ignorante, Nietzsche esbravejou e
lutou contra a cretinice de todo tipo de religiosidade. Comparou-a à feiticeira
Circe da mitologia grega que transformou os companheiros de Ulisses em porcos,
comparação que se encaixa como luva na religiosidade porque da mesma forma como
os seres humanos transformados em porcos pela feiticeira Circe deixaram de
raciocinar, por ser o porco um animal irracional, também a religiosidade, se
não anula completamente o raciocínio como fez a feiticeira, ela o inibe ao
convencer os religiosos da desnecessidade de se questionar os mistérios de deus
afirmando que eles devem ser aceitos sem mais nem menos. É por aí que a cambada
de representantes dos céus limita a inteligência das pessoas, o que é realmente
nocivo à evolução mental necessária à construção de uma sociedade civilizada,
razão pela qual a sociedade dos seres humanos tal qual a sociedade dos bichos
também envolve matança. Portanto, tão correta quanto a conclusão do verdadeiro
ateu Nietzsche é a conclusão do também ateu Marx de ser necessário mudar o
mundo.
São de meia
tigela ateus como o doutor Dráuzio Varella que diz respeitar a religiosidade
das pessoas. Não se pode ser indiferente e muito menos respeitar a religiosidade
se é por meio dela que os pais passam para os filhos o desânimo de lutar por
uma vida digna com o argumento imbecil do “deus proverá”. Desta forma, o certo
é combater a em vez de respeitar ou ser indiferente à religiosidade por ser
contra o bem senso respeitar um trabalho que imbeciliza as pessoas
convencendo-as de que o universo existe apenas há seis mil anos, ou que os
dinossauros não existiram, ou ainda que depois de morrer continua vivendo.
Por que
será que excluindo os gatos pingados de ateus a humanidade é religiosa? Nenhum
frequentador de igreja, axé e futebola é capaz de responder a esta pergunta
embora a resposta esteja à vista de quem tem olhos de ver. Acontece que por
interessar aos ricos donos do mundo que as pessoas se mantenham longe da
atividade de pensar sobre a vida, eles dão ordens a seus serviçais, os
governantes, para que estes articulem maneiras de envolver o povo com trabalho,
religião e pão e circo. Este trabalho é executado com perfeição porque a
humanidade se deixa conduzir com tamanha facilidade que o poeta a comparou à
manada. Os cupinchas que representam os interesses dos ricos donos do mundo e
das pessoas sob o pseudônimo de governantes até premiam o empregado mais
conformado em seu servilismo com uma caneta de ouro, o que o tornava orgulhoso
de ser um escravo perfeito.
É por aí
que se explica o porquê da religiosidade humana. Embora vinda de um apenas
alfabetizado Zemané, duvido que algum egresso das Harvards do mundo possa explicar
de forma melhor. Inté.
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