quinta-feira, 7 de março de 2019

ARENGA 546


Ao roubar a Nissan e a Renault, Carlos Ghosn provou que quem nasce no Brasil não deixa cair a peteca do instinto de rato que no brasileiro é mais determinante do que no rato. Como roubou de outros ladrões, segundo a teoria de Marx que afirma serem ladrões os empresários, sua pena deve ser cem anos de perdão, e as autoridades brasileiras devem se empenhar nesse sentido porque o Ghosn elevou ainda mais alto o pedestal da desonra sobre o qual se apoia a honra do Brasil. O filósofo Marildo Menegat, no livro As Críticas do Capitalismo em Tempos de Catástrofes, deu um passo maior que o passo da bota de sete léguas ao recomendar repensar a filosofia de Marx. É uma grande lição ao mundo inteiro. Mostra haver algo de estranho na condenação às ideias marxistas desancadas pelos sabujos dos ricos com uma verborragia eivada de profundo ódio que angaria a simpatia da ignorância popular. Mas ódio sem fundamento porque a Lava Jato está provando que o empresário é realmente ladrão como Marx garantiu e assinou embaixo. A mente tacanha da malta barulhenta e ignorante de povo não lhe permite perceber esta realidade por estar ocupada fazendo orações, discutindo a sexualidade de determinada “celebridade” do BBB e Fazenda ou aguardando com ansiedade o resultado do exame de urina do jogador de futebola.

 Os empresários encontram um mar de facilidades para exercitar sua atividade de roubar através do viés econômico da organização social capitalista corretamente combatida por Marx com grande lucidez porque o sistema econômico capitalista dá provas evidentes de inviabilizar uma sociedade civilizada porquanto sua atividade de fazer bilionários tem como contrapartida impossibilitar que a sociedade possa evoluir para a harmonia civilizatória uma vez que a cada moeda que produz para o rico produz em contrapartida um pobre, descompasso do qual resulta uma quantidade infinitamente maior de pobres ignorantes que acreditam receber de deus carrinhos ordinários. Mas acontece que esta massa amorfa de débeis mentais descobrirá um dia que os carrinhos marca peba são, na verdade, uma das muitas fontes da riqueza de seus escravizadores, ocasião em que a pose que estes fazem na revista Forbes em função de sua monumental ignorância de sociabilidade será substituída por pavor.

É realmente necessário repensar as lições do velho comunista que só errou, e errou muito, em depositar esperança nesse tal de proletariado, sinônimo de pobre, que é sinônimo de rebotalho mental, que é sinônimo de analfabetos políticos que elegem palhaço, jogador de futebola, lutador de box, “celebridade” e diretor de escola de samba para o cargo de legislador. Disto resulta uma desorganização política tão desnorteada que leva à situação inusitada de ministro do STF ser empresário ao mesmo tempo, e, como todo empresário, desonesto como Marx descobriu. Joaquim Barbosa disse na tampa do nariz do ministro Gilmar Mendes que ele é chefe de jagunços e ele não provou o contrário. Portanto, um fora da lei ocupando o cargo de ministro da mais alta corte de justiça do país uma vez que para ter necessidade de se acobertar à sombra de jagunços é preciso estar à margem da legalidade. Desta forma, comprovado que está ser o empresário um ladrão, fica justificada a roubalheira desenfreada na política porque o político que ainda não é empresário está roubando para ser. Inté.




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