Logo estará em polvorosa a mentalidade mumificada proveniente do
sarcófago capitalista materializado nas Harvards do mundo, pregadoras da
cultura da brutalidade da competição, juntamente com o séquito de puxa-sacos
que em troca da despensa abastecida defendem a ferro e fogo as ideias desta
mentalidade bolorenta. E estarão em polvorosa porque é no país carro-chefe do
capitalismo, os Estados Unidos da América do Norte, onde começa a se perceber a
irrefutável realidade de ser prejudicial à humanidade a acumulação de grandes
fortunas em mãos de uma só pessoa, defendida pelo capitalismo ora agonizante em
virtude da exagera quantidade de necessitados a que dá origem.
Embora pareça impossível, começa a acontecer. O blog Outras Palavras traz
a notícia de jornal americano publicando matéria denominada – E se nos
livrássemos de todos os bilionários? –, levanta a questão (que já devia ter
sido levantada) de ser antiético e imoral, portanto antissocial, permitir-se
que alguém possa reter para seu uso exclusive riqueza superior a um bilhão de
dólares. Suprimir as imensas riquezas, diz a matéria, seria um passo rumo à civilização.
Com que cara ficarão agora os sabujos que em troca de pagamento afirmam desavergonhadamente
serem os ricos benéficos à sociedade porque suas indústrias proporcionam
empregos, se o desemprego é a ferrugem que corrói o capitalismo? E com que cara
ficará também a sociedade dos idiotas jovens americanos da Juventude de Fé para
os quais Marx é representante de Satanás, se foi ele, Marx, quem se bateu
ferrenhamente para mostrar à escória mental de frequentadores de igreja, axé e
futebola o grande mal agora admitido de que a acumulação de riqueza causa à
sociedade?
Para qualquer lado que se vire depara-se com a afirmação de Henry Thomas
de não ser a humanidade nada mais do que um amontoado de seres estúpidos. Tão
estúpidos que só agora começam a perceber o que é tão claro quanto água
cristalina (se existisse) no meu copo de cristal de tomar uísque: a realidade
palpável de que a acumulação de riqueza num só lugar gera miséria em outro
lugar, e que a miséria produz violência, e que a violência produz a
infelicidade que toma conta do mundo exatamente porque a riqueza que a todos
devia servir está retida em mãos de apenas um por cento da humanidade.
Colocar pacificamente em prática a ideia de extinção da acumulação num só
lugar dos recursos que a todos devem servir é promover a verdadeira revolução de
que o mundo sempre careceu. Será uma revolução tão completa que desbancará,
inclusive, deus junto com os possuidores de dezenas de bilhões de dólares
porque aparecerá em todo esplendor o bem-estar social que os frequentadores de
igreja dizem depender de deus, mas que nunca existiu apesar de sempre ter
existido deus. Aparecerá porque a única coisa que tem impedido sua aparição é a
falta do dinheiro que em vez de estar satisfazendo necessidades se encontra
retido nas caixas-fortes dos infernos fiscais para deleite apenas dos imbecis
que têm orgulho em vez de vergonha em figurar na revista Fobes num escárnio ao
sofrimento dos pobres, indiferentes aos acontecimentos de 1789 na França e l917
na Rússia.
A limitação da riqueza individual para um bilhão de dólares, apesar de
salutar, precisa ser alterada porque ninguém precisa mais do que um centésimo
dessa quantia para viver maravilhosamente. Inté.
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