sábado, 2 de março de 2019

ARENGA 542


Logo estará em polvorosa a mentalidade mumificada proveniente do sarcófago capitalista materializado nas Harvards do mundo, pregadoras da cultura da brutalidade da competição, juntamente com o séquito de puxa-sacos que em troca da despensa abastecida defendem a ferro e fogo as ideias desta mentalidade bolorenta. E estarão em polvorosa porque é no país carro-chefe do capitalismo, os Estados Unidos da América do Norte, onde começa a se perceber a irrefutável realidade de ser prejudicial à humanidade a acumulação de grandes fortunas em mãos de uma só pessoa, defendida pelo capitalismo ora agonizante em virtude da exagera quantidade de necessitados a que dá origem.

Embora pareça impossível, começa a acontecer. O blog Outras Palavras traz a notícia de jornal americano publicando matéria denominada – E se nos livrássemos de todos os bilionários? –, levanta a questão (que já devia ter sido levantada) de ser antiético e imoral, portanto antissocial, permitir-se que alguém possa reter para seu uso exclusive riqueza superior a um bilhão de dólares. Suprimir as imensas riquezas, diz a matéria, seria um passo rumo à civilização. Com que cara ficarão agora os sabujos que em troca de pagamento afirmam desavergonhadamente serem os ricos benéficos à sociedade porque suas indústrias proporcionam empregos, se o desemprego é a ferrugem que corrói o capitalismo? E com que cara ficará também a sociedade dos idiotas jovens americanos da Juventude de Fé para os quais Marx é representante de Satanás, se foi ele, Marx, quem se bateu ferrenhamente para mostrar à escória mental de frequentadores de igreja, axé e futebola o grande mal agora admitido de que a acumulação de riqueza causa à sociedade?

Para qualquer lado que se vire depara-se com a afirmação de Henry Thomas de não ser a humanidade nada mais do que um amontoado de seres estúpidos. Tão estúpidos que só agora começam a perceber o que é tão claro quanto água cristalina (se existisse) no meu copo de cristal de tomar uísque: a realidade palpável de que a acumulação de riqueza num só lugar gera miséria em outro lugar, e que a miséria produz violência, e que a violência produz a infelicidade que toma conta do mundo exatamente porque a riqueza que a todos devia servir está retida em mãos de apenas um por cento da humanidade.

Colocar pacificamente em prática a ideia de extinção da acumulação num só lugar dos recursos que a todos devem servir é promover a verdadeira revolução de que o mundo sempre careceu. Será uma revolução tão completa que desbancará, inclusive, deus junto com os possuidores de dezenas de bilhões de dólares porque aparecerá em todo esplendor o bem-estar social que os frequentadores de igreja dizem depender de deus, mas que nunca existiu apesar de sempre ter existido deus. Aparecerá porque a única coisa que tem impedido sua aparição é a falta do dinheiro que em vez de estar satisfazendo necessidades se encontra retido nas caixas-fortes dos infernos fiscais para deleite apenas dos imbecis que têm orgulho em vez de vergonha em figurar na revista Fobes num escárnio ao sofrimento dos pobres, indiferentes aos acontecimentos de 1789 na França e l917 na Rússia.

A limitação da riqueza individual para um bilhão de dólares, apesar de salutar, precisa ser alterada porque ninguém precisa mais do que um centésimo dessa quantia para viver maravilhosamente. Inté.    


















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