quinta-feira, 28 de março de 2019

ARENGA 556


“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. Nestas sábias palavras de Bertolt Brecht está o porquê da perda de tempo da papagaiada de microfone com seus “eu acho que” insuportáveis. Esta turma de lambe-botas do poder lambe as botas de qualquer tipo de poder, papagaiando contra tudo que for contra o poder do momento. Falar, falar e falar é o ganha pão da turma do “eu acho que”. Como na humanidade predomina o analfabetismo político, os seres humanos não percebem que esperar de seus representantes políticos algum resultado positivo para seu bem-estar é tão inútil quanto esperar que o beijo do Papa no pé do infeliz previna a infelicidade. Estes senhores bem-falantes que se postam diante de microfones para falar de desonestidades, malham em ferro frio porque no Brasil, como bem disse o Ruy Barbosa, é vergonhoso ser honesto. E as mais altas autoridades, aquelas que ocupam postos para os quais são exigidos os requisitos de reputação ilibada e notório saber jurídico, dão provas da veracidade da afirmação de Ruy mancomunando com bandidos e congressistas tomam posse dos cargos de legisladores de dentro das cadeias. O que pode a sociedade esperar de leis elaboradas por presidiários senão a legalização do roubo e a ilegalização de prender bandido rico? Desta forma, tendo sido transformado em certo o errado, qual a vantagem da falação sobre erros de que tanto falam os senhores que ganham seu pão para falar “eu acho que”?

Pode alguém ter dúvida de se tratar de ladrões essa cambada que a justiça afirma ser constrangimento ilegal meter na cadeia? Ser obediente à esculhambação passou a significar obediência à ordem uma vez que a desordem virou ordem. A militarização do ensino, como observa uma professora de Goiás, visa à obediência à desordem porque militar aprende a obedecer sem pensar.  Se em lugar da baboseira enfadonha que é o estuda da história humana, onde bobagens como a melosidade da afirmação de que o príncipe Syddharta Sakya-Muni Gautama, ao abandonar o palácio para a peregrinação que fez dele o Buda teria olhado para sua jovem esposa e seu filho adormecidos, teria sentido vontade de beijá-los, mas retirou-se para não os acordar. Isto é de uma bobagem infinita porque ninguém presenciou a cena. O estudo de História da Humanidade teria maior utilidade se se limitasse a pinçar as lições de sabedoria que pessoas observadoras nos legaram. Melhor faria a História dando ênfase às conclusões de pensadores cuja sabedoria deixaram conclusões que se observadas em muito adiantariam o processo de civilização humana. Mas como o errado é que é o certo, considera-se errada a observação de Carl Marx de haver necessidade de mudar o mundo. Como pode ser errado mudar um mundo onde as coisas se inverteram de tal forma que é considerado haver desordem em combater a corrupção, e colocar os filhos na escola é submetê-los à possibilidade de serem metralhados?  Inté. 


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