“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não
ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o
custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e
do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o
imbecil que da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e
lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. Nestas
sábias palavras de Bertolt Brecht está o porquê da perda de tempo da papagaiada
de microfone com seus “eu acho que” insuportáveis. Esta turma de lambe-botas do
poder lambe as botas de qualquer tipo de poder, papagaiando contra tudo que for
contra o poder do momento. Falar, falar e falar é o ganha pão da turma do “eu
acho que”. Como na humanidade predomina o analfabetismo político, os seres
humanos não percebem que esperar de seus representantes políticos algum
resultado positivo para seu bem-estar é tão inútil quanto esperar que o beijo
do Papa no pé do infeliz previna a infelicidade. Estes senhores bem-falantes
que se postam diante de microfones para falar de desonestidades, malham em
ferro frio porque no Brasil, como bem disse o Ruy Barbosa, é vergonhoso ser
honesto. E as mais altas autoridades, aquelas que ocupam postos para os quais
são exigidos os requisitos de reputação ilibada e notório saber jurídico, dão
provas da veracidade da afirmação de Ruy mancomunando com bandidos e
congressistas tomam posse dos cargos de legisladores de dentro das cadeias. O
que pode a sociedade esperar de leis elaboradas por presidiários senão a
legalização do roubo e a ilegalização de prender bandido rico? Desta forma,
tendo sido transformado em certo o errado, qual a vantagem da falação sobre
erros de que tanto falam os senhores que ganham seu pão para falar “eu acho
que”?
Pode alguém
ter dúvida de se tratar de ladrões essa cambada que a justiça afirma ser constrangimento
ilegal meter na cadeia? Ser obediente à esculhambação passou a significar
obediência à ordem uma vez que a desordem virou ordem. A militarização do
ensino, como observa uma professora de Goiás, visa à obediência à desordem
porque militar aprende a obedecer sem pensar.
Se em lugar da baboseira enfadonha que é o estuda da história humana,
onde bobagens como a melosidade da afirmação de que o príncipe Syddharta
Sakya-Muni Gautama, ao abandonar o palácio para a peregrinação que fez dele o
Buda teria olhado para sua jovem esposa e seu filho adormecidos, teria sentido
vontade de beijá-los, mas retirou-se para não os acordar. Isto é de uma bobagem
infinita porque ninguém presenciou a cena. O estudo de História da Humanidade teria
maior utilidade se se limitasse a pinçar as lições de sabedoria que pessoas observadoras
nos legaram. Melhor faria a História dando ênfase às conclusões de pensadores
cuja sabedoria deixaram conclusões que se observadas em muito adiantariam o
processo de civilização humana. Mas como o errado é que é o certo, considera-se
errada a observação de Carl Marx de haver necessidade de mudar o mundo. Como
pode ser errado mudar um mundo onde as coisas se inverteram de tal forma que é considerado
haver desordem em combater a corrupção, e colocar os filhos na escola é
submetê-los à possibilidade de serem metralhados? Inté.
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