Pelo que se
vê na imprensa, está em palpos de aranha esta sociedade brasileira de ímpar prodigalidade
em tudo que há de ruim e baixeza. E não podia mesmo ser de outra forma porquanto
sua população está mais interessada nas baixarias do Yahoo Notícias dando conta
de quantas vezes determinada “celebridade” trepou com determinado “famoso” ou
da coluna X do Sexo do jornal Folha de São Paulo recomendando lamber as xoxotas
e enfeitá-las com joias. Enquanto a sociedade se liga em tais preciosidades
literárias, os meios de comunicação, jornais, rádio, TV e internete dão conta
de tão grande descalabro que pelo visto nosso futuro é de estarmos
fu-di-dê-ó-dós, como se não bastassem os estupradores que representam deus para
fazer isto com as crianças. Chega-se ao cúmulo de ministros da mais alta corte
de justiça do país, o STF, agirem para atrapalhar elucidação de casos da
corrupção que dilapida o erário com tamanha tranquilidade que dinheiro público tem
sido encontrado às dezenas e centenas de milhões escondidos em casas de
autoridades políticas. Como afirmar ser deficitária a Previdência Social, se
todo a riqueza pública é roubada? Como assistir impassível a população às
privatizações sabendo que serão roubados os bilhões da venda dos aeroportos?
Como não entregar aos procuradores o bilhão e meio proveniente da Petrobrás, se
ao contrário dos políticos, eles não são ladrões? A apatia do povo em relação
àquilo que deveria ser de seu maior interesse se torna ainda mais espantosa aos
olhos de quem se preocupa com o futuro das crianças porque as evidências da
esculhambação são de tal forma incontestáveis que não se pode mais duvidar de
haver ministros do STF apadrinhando ladrões milionários, o que é simplesmente o
fim da picada. A mais escandalosa prática de inversão do papel da justiça envolve
o ministro Gilmar Mendes e um multimilionário empresário do ramo de transporte
coletivo do Rio de Janeiro, um tal de Barata, também conhecido como rei dos
ônibus. O brasileiro adora enriquecer mendigos espirituais para depois
intitulá-los de rei para mostrar ao mundo sua prodigalidade em produzir reis
uma vez que nada tem de relevante para mostrar. Pois bem, (e vejam só que coisa
do carái:). O tal de rei dos ônibus, que já era amigo do ministro Gilmar Mendes,
virou também compadre dele porque foi padrinho de casamente da filha daquele
ministro. Vai daí que a barata, que dizer, o Barata, patrocina uma festa de
casamento de lascar o cano para que a filha do ministro Gilmar Mendes seu amigo
e compadre se cassasse no estilo de roliúde. Agraciando a filha do ministro com
a festa de arromba, o Barata agraciou também seu compadre ministro Gilmar
Mendes poupando os bolsos dele da quantia necessária para fazer a festa de
arromba. Acontece que como todo empresário é ladrão (salvo para os economistas),
também é ladrão o empresário dos ônibus, e ladrão azarado porque foi apanhado
se locupletando com o dinheiro público pelos procurados de justiça e foi preso.
O que aconteceu em seguida é algo de botar em pé os cabelos de quem os tem: o ministro
mandou soltar seu compadre ladrão. Inconformados, os procuradores conseguiram
que ele fosse preso novamente, mas o ministro tornou a libertá-lo. Preso pela
terceira vez, libertado também pela terceira vez pelo seu compadre ministro
Gilmar Mendes.
É preciso
fazer um parêntese para pensar se já não é hora de dar um basta no
corporativismo da Ordem dos Advogados fazendo vistas grossa para a realidade de
estarem seus afiliados dividindo com os ladrões o produto do roubo do erário.
Fechado o parêntese, vamos em frente: não há como esconder a realidade de que
os três habeas corpus concedidos pelo ministro decorreu do compadrio entre ele
e o ladrão. Isto significa que além do salário, da grana que deixou de gastar
com a festa da filha, das mordomias, o povo ainda tem de ficar sendo roubado
porque o ladrão é compadre do ministro que não deixa ele ficar preso.
Esse
ministro também livrou da cadeia outros meliantes. Segundo a imprensa, não
obstante ter sido outro fora-da-lei, um tal de Paulo Preto, apanhado com mais
de cem milhões de dinheiro público escondidos em sua casa e que também foi
beneficiado por habeas corpus que os advogados ricos com o dinheiro do povo
requereram e o ministro soltador de ladrões concedeu na hora. A esse ponto de
degradação moral chegou nossa sociedade, sob o olhar indiferente da população
muito mais interessada em igreja, axé e futebola. Alguma coisa precisa
acontecer porque não tem mais para onde acomodar tanta torpeza, indiferença ante
o insuportável, e falta de senso comum dos prejudicados que diante de
descalabros se limitam a fazer orações, acender velas e homenagear mortes com
montes de flores que viram lixo em seguida.
Como isto
realmente parece inacreditável, os descrentes tornar-se-ão convencidos desta
realidade demoníaca tomando conhecimentos de apenas estes cinco episódios que o
amigo Googão mostrará com prazer se lhe for solicitado: 1 – Kajuru desmoraliza
e expõe relatório oficial da F@RRA dos privilégios do STF; 2 – Cretino? Veja
quando Onyx Lorenzoni enquadra Gilmar Mendes; 3 – Augusto Nunes fala sobre
Gilmar Mendes; 4 – Gilmar liberta
prefeito de Mauá acusado de fraudar contratos de merenda escolar; 5 – Gilmar
Mendes dá mais um habeas corpus a Paulo Preto.
Se nada for feito no sentido de moralizar a política, as crianças de hoje
excomungarão seus pais com justíssima razão por futucar telefone em vez de
conversar com elas sobre estas coisas. Vê se aprendem algo na vida, ó pais
babacas acendedores de vela e fazedores de oração. Inté.
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