sábado, 3 de outubro de 2015

ARENGA 167

A mediocridade, os embustes e mentiras de toda sorte constituem a base de sustentação da sociedade capitalista, razão pela qual personalidades dotadas de grandes conhecimentos das várias ciências, inclusive das sociais, indispensáveis à formação de uma sociedade onde haja justiça social, são preteridas e nulidades são transformadas em “celebridades” e “famosos” por conhecimentos sobre vulgaridades. Assuntos relacionados a nudez, tamanho de rola, bunda e peito, calcinha, cueca, trepadas em lugares públicos, são os que conduzem pessoas medíocres à fama e à celebridade. O ostracismo é a recompensa para quem tem dignidade numa sociedade indigna e medíocre. A doutora Eliana Calmon tem dado mostras não só de ser conhecedora das mazelas que infelicitam este pobre país, mas também de ser contra elas. No entanto, foi preterida para o senado, enquanto que a heroína Heloisa Helena foi preterida em favor de Fernando Collor, ao tempo em que o doutor Sergio Moro é ameaçado de punição por querer tomar de volta dos bandidões do colarinho branco o dinheiro de comprar o leite das criancinhas que eles roubaram, mesmo motivo pelo qual também está sendo perseguido o bravo futuro presidente desta república sem sorte, o doutor Joaquim Barbosa. Não pode, não deve, e não vai demorar esta forma de administração pública que vigora no mundo, exatamente por ter por base a mentira e suas pernas curtas. Assim como a gripe acaba por ceder lugar para a saúde, também a burrice, aos poucos, vai dando lugar ao conhecimento. Dia chegará em que existirá uma geração capaz de entender a desfaçatez da qual resulta a miséria. Ao tomar conhecimento da realidade de não haver motivo para existir miséria nem tanto sofrimento no mundo, a exigência natural por comodidade levará tal geração à promoção da mudança do mundo cão para um mundo justo e agradável.
Por enquanto, a regra é a sem-vergonhice de escritores e filósofos assalariados ao lado de incontáveis papagaios de microfone a transformar mentira em verdade, trabalho nefasto que tem tido sucesso até agora, mas que já começa a fraquejar das pernas em função do desconhecimento da necessidade de ser impossível esperar à parte que a administração pública promova o bem-estar social por todos almejado, necessário e possível, mas inalcançável graças à indiferença dos interessados. Ao deixar a busca do bem-estar social a cargo de terceiros a sociedade ignora o dito de quem quer, vai, quem não quer, manda ir. Deste modo de agir resulta uma cultura tão chula que uma apresentadora de televisão anunciou o seguinte: “FRISSON NO FASSHION WEEK”. Como se diz pelaí, PODE? Por enquanto, pode. Ainda não chegou a vez de uma juventude esperta. Inté.
 
 

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