Não seria
interessantíssimo uma redação cujo tema fosse “Coisa Nenhuma”? Pois foi sobre
coisa nenhuma o tema da redação pedida aos vestibulandos: ÉTICA PROFISSIONAL.
Alguém é capaz de encontrar ética em alguma profissão? Portanto a moçada
discorreu sobre coisa nenhuma. Já me foi prescrita por um médico mercenário, um
tal Nilzon, de Salvador, cirurgia urgente para colocação de ponte de safena,
mentira tão inescrupulosa quanto aquele cirurgião canalha. Já me foi também
prescrita desnecessariamente uma cirurgia para retirar pedra do rim. E os
advogados dos luxuosos e caríssimos escritórios que botam a mão no fogo pela
santidade dos bandidos milionários? Sendo a ética o sentimento do qual resultam
comportamentos ilibados, como falar de ética numa sociedade de canalhas na qual
os postos onde deveriam estar autoridades estão bandidos? Entre bandidos não
pode haver ética porque esta encerra algo de socialmente positivo em sentido
amplo de sociedade humana. Numa sociedade de criminosos, pode haver códigos de
honra dos quais nunca participará o sentido de comportamento socialmente
correto e necessário para que a sociedade humana pudesse existir sem os
conflitos que a inviabilizam. Embora os intelectuais dão mil e uma voltas em
torno do que seja ética, é mais simples encará-la como sabedoria que se
observada levará à irmandade indispensável à boa convivência. Entretanto, tendo
a sociedade humana se transformado num bando de ladrões e num bando de imbecis
satisfeitos em serem roubados, conclui-se pela inexistência de ética por falta de
uma ética-mãe que a partejasse. Inté.
Será necessário haver tanta pobreza, choro, sofrimento? Que jovens pobres tenham que se endividar para estudar? Estará certa a conduta tradicional de terem as pessoas de trabalhar para sustentar as autoridades vivendo em palácios e com todas as suas necessidades pagas, inclusive riqueza pessoal para levar quando deixarem seus postos de trabalho? Há necessidade de tantas autoridades? Que tal matutarmos sobre estas coisas? Este é o objetivo deste blog. Nenhum mal haverá de fazer.
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